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Pobreza cresce na pandemia

Um estudo feito pelo economista e pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Daniel Duque, concluiu que houve um aumento da pobreza em 23 estados e no Distrito Federal durante a pandemia. Os únicos estados que não registraram esse aumento foram Acre, Pará e Tocantins.

O crescimento da pobreza foi maior no Rio de Janeiro, Distrito Federal e Roraima. O Distrito Federal foi a unidade federativa que registrou a maior alta, no qual a população pobre foi de 12,9% em 2019 para 20,8% em 2021, uma alta de 7,9%. No Rio de Janeiro, a pobreza aumentou 6,9%, passando de 16,9% em 2019 para 23,8% em 2021.

O estudo levou em consideração os índices de pobreza do Banco Mundial, no qual a renda per capita é de R$ 400 ao mês. A referência para considerar a condição de pobreza extrema, foi de R$ 160 ao mês.O Piauí foi o estado nordestino com a maior alta, com um índice de 5,3%.


Os únicos três estados que não tiveram piora estão na região Norte, são eles: Acre, Pará e Tocantins, respectivamente com 46,4%, 45,9% e 35,7% de sua população em situação de pobreza.


Para a realização do estudo, Daniel combinou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad contínua), do primeiro trimestre de 2019 com a Pnad-covid, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Causas da piora da pobreza Das 27 capitais, 18 enfrentam graves problemas com a elevação da pobreza extrema.

Porém o economista destaca Roraima com uma situação particular, devido à migração de venezuelanos. O Estado registrou um aumento de 8,7 pontos na população em pobreza extrema.


Daniel Duque explica que essa alta pode ser expressa pelas sequelas econômicas da pandemia de Covid-19, como inflação e desemprego.
“Os principais fatores são a grande perda de vagas, devido à pandemia. E não apenas isso, pois houve uma perda de rendimento real de diversos trabalhadores que mantiveram seus empregos. Isso é devido a uma alta inflacionária no último período, que está se acelerando agora ao longo de 2021”, afirma.


Segundo ele, a diminuição do auxílio emergencial deixou uma boa parcela da população sem alternativa de renda. No Rio de Janeiro e em São Paulo, a as atividades econômicas foram afetadas pelo isolamento social.


“Nos dois estados, mas principalmente no RJ, há grande participação de serviços e não há tanta população em programas sociais, como Bolsa Família.

Nordeste
Ele destaca que o Nordeste, apesar de ter uma grande participação em programas sociais, padeceu muito com o desemprego desde o início das restrições.
“O problema principal do Nordeste é que é uma região de muita informalidade, de muitos serviços tradicionais que precisam de aglomeração, de movimento de pessoas. Essa característica econômica, de empregos que não podem ser feitos por home office, acabou tendo um impacto muito negativo sobre a renda do trabalho.”

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