Um completo raio X das cadeias produtivas do agronegócio em Goiás. Esse foi o desafio lançado na parceria estratégica firmada entre a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Goiás (Sebrae) quinta-feira (30/09), na Casa da Indústria, para realização de amplo estudo destinado a identificar os gargalos que travam o crescimento da agroindústria no Estado, com execução técnica da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Idealizador da iniciativa, o presidente do Conselho Temático do Agronegócio (CTA) da Fieg, Marduk Duarte, destacou que a parceria viabiliza estudo com foco no mercado, na cadeia dos produtos e no incentivo à industrialização de commodities em Goiás. "Do campo à mesa dos goianos, do agricultor à indústria. Vamos percorrer esse caminho, identificar os gargalos e apresentar, até o meio do ano que vem, prévia do estudo para expor as prioridades de cada um dos setores aos candidatos ao governo do Estado", afirmou.
O presidente da Fieg, Sandro Mabel, ressaltou a importância do trabalho para avanço de pauta estratégica para Goiás e o Brasil. "Nos últimos anos, a indústria goiana e nacional vem perdendo competitividade, com clara falta de políticas públicas de incentivo. Estamos vivenciando uma desindustrialização. Não existe País rico exportando commodities", defendeu.
Sandro Mabel sustentou a necessidade de reter parte do que é produzido no agro para criação de áreas de industrialização, gerando emprego, renda e maior arrecadação para o Estado. "Temos que criar políticas alinhadas com a legislação internacional, proporcionando competitividade para exportarmos produtos industrializados, e não in natura. Caso contrário, o Brasil vai sucumbir ao mundo", alertou.
O diretor-superintendente do Sebrae Goiás, Antônio Carlos Lima Neto, apresentou os objetivos do convênio firmado com a Fieg e listou as oito áreas do agronegócio que serão beneficiadas com informações estratégicas. Segundo ele, serão aplicados R$ 415,8 mil na realização do estudo, que beneficiará diretamente os segmentos produtivos de grãos (soja e milho), suínos, aves, lácteos, algodão, silvicultura, sucroenergético e de bovinos e couro.
"Com esse amplo mapeamento, esperamos identificar oportunidades de negócios e investimentos e propor soluções que tragam mais competitividade às indústrias e ampliem as possibilidades de substituição das importações", explicou Lima Neto. De acordo com o diretor, a parceria tem o "propósito único de fortalecer a indústria e a cadeia produtiva goiana", ofertando informações relevantes, que vão contribuir com a tomada de decisões, atrair investimentos e beneficiar um universo de cerca de 620 mil pequenos negócios.
Também presente na solenidade, o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tiago Mendonça, destacou que o estudo vai contribuir ao indicar o caminho para a construção de políticas públicas mais assertivas para o setor. "Temos que nos movimentar pela industrialização do agro em Goiás", disse.
Representando a UFG na cerimônia, João Teodoro Pádua explicou que o projeto tem aspectos extremamente importantes, sobretudo por ser voltado para o negócio e sua matriz comercial, e não para a linguagem científica. "Não temos em Goiás um trabalho com essa característica. Com a execução, vamos identificar o nível tecnológico do sistema produtivo, que é fundamental para avançar e melhorar a competitividade do que é produzido no Estado", afirmou Pádua, ao concluir que o estudo será um “divisor de águas para o agronegócio goiano”.
A assinatura do convênio entre a Fieg e o Sebrae foi acompanhada pelo vice-presidente da Fieg André Rocha; pelos presidentes de sindicatos das indústrias Leandro Stival (Sindicarne), Jaques Silvério (Sincafé) e Sérgio Scodro (Sindtrigo); pelos diretores do Sebrae Marcelo Lessa e João Carlos Gouveia; e pelo superintendente da Fieg, Igor Montenegro. A solenidade integrou a pauta da reunião ordinária do CTA, com presença de conselheiros e representantes da agroindústria goiana.