O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), deputado federal José Mário Schreiner, reagiu ao embargo da carne brasileira no mercado americano, durante entrega de prêmios a jornalistas na sede da entidade. A iniciativa da Associação de Produtores de Carne dos Estados Unidos (NCBA) toma por base os casos atípicos de vaca louca ocorridos em locais distantes e que não ameaçam o mercado consumidor doméstico nem externo. A informação trouxe mal-estar à Faeg e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) que emitiu nota esclarecendo o assunto.
O comunicado observa que o “Brasil é membro da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e segue os procedimentos de vigilância, investigação e notificações orientadas pela OIE. Casos em investigação acontecem continuamente e fazem parte dos procedimentos de vigilância de inspeção oficial nos estabelecidos frigoríficos de todo o País”.
A nota prossegue: - O rebanho brasileiro tem como base alimentar o capim e apenas 6,2 milhões de cabeças foram confinadas em 2020, mostrando que a possibilidade de um “Mal da Vaca Louca” acontecer no país é mínima, haja visto que ração a base de proteína animal que potencializa a ocorrência da doença, não pode conter proteína de origem animal, apenas de origem vegetal. Os produtores sabem que ruminantes, não podem ser tratados com rações com farinhas de origem animal, cama de aviário e produtos sem garantia de procedência e com rótulos aprovados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo e exportou até outubro 1,35 milhão de toneladas em carne fresca, refrigerada e congelada, alcançando a cifra de U$7 bilhões. 113 países compram a carne brasileira, dos 193 países existentes. Goiás é o terceiro estado exportador do País e vendeu U$1,14 bilhões, representando 16,7 % de todo o embarque internacional de carne bovina.
Os casos registrados em Mato Grosso e Minas Gerais, segundo o MAPA, são o quarto e quinto de Encefalopatia Espongiforme Bovina, popularmente conhecida como “doença da vaca louca” atípica registrada em mais de 23 anos de vigilância para a enfermidade. É importante ressaltar que o Brasil nunca teve caso típico de EEB e que os exemplos citados, aconteceram em animais velhos que sofreram uma degeneração do Sistema Nervoso Central com sintomatologia nervosa.
Questionamentos
Zé Mário observou que a Faeg entende toda manifestação de forma única ou coletiva de qualquer grupo ou País, porém ressalta que toda e qualquer medida que impacta de forma negativa ou arbitrária a atividade agropecuária de Goiás e do Brasil será questionada e combatida.
Na sua manifestação, teceu considerações, também, sobre a evolução do setor, preços da carne e do leite, fertilizantes e reconhecimento dos trabalhos dos jornalistas do segmento agropecuário. Observou que os preços da carne e do leite sofrem queda para os produtores, mas que nem sempre chegam aos consumidores finais.
Hoje, o litro do leite é vendido nas redes de supermercados a cerca de cinco reais enquanto o produtor recebe R$1,90 na plataforma do laticínio. A carne passou por baixa de R$300,00 a arroba com a suspensão das importações pela China, mas no varejo os preços estão elevados. Com a lavoura, outro quadro constrangedor: o fertilizante necessário à adubação, o Brasil depende 80% das importações, encarecendo os custos da produção.