‘Câmbio é analgésico’, diz presidente do conselho do Santander Brasil

RIO – A estabilidade de preços e o câmbio são os principais desafios da América Latina no momento, segundo o presidente do conselho de administração do Santander Brasil, Sergio Rial. Ao participar da XXVI Assembleia Geral do Ceal (Conselho Empresarial da América Latina), disse o câmbio que hoje ajuda as exportações brasileiras é “analgésico” e que é preciso avançar em projetos de infraestrutura para melhorar a produtividade brasileira.

Rial, que vai assumir em janeiro a presidência-executiva do Santander Brasil, apontou que a inflação é um problema que voltou a afetar não apenas o Brasil, como outros países da região, citando o exemplo do Chile. E que isso afeta a taxa de juros na América Latina. Outra questão importante, lembra Rial, é a questão do câmbio. Diante da expectativa sobre a elevação das taxas de juros nos Estados Unidos, o que se espera ainda é volatilidade no câmbio.

— Há um nível de volatilidade cambial que não vai diminuir — disse.

Apesar de um cenário da conjuntura econômica que continuará difícil, com aumento do desemprego, Rial destacou a importância dos investimentos em infraestrutura para aumentar a competitividade do Brasil e permitir uma ampliação de seu comércio exterior. O câmbio que hoje tem ajudado as exportações, diz Rial, é apenas um ajuda de curto prazo:

— O que falta é retomar essa agenda de produtividade do país. O risco do câmbio é que ele é analgésico de algo mais importante que é a dor. O que nos torna mais produtivo é a discussão estrutural.