Cinco trabalhadores continuam internados após incêndio em plataforma da Petrobras
Redação DM
Publicado em 23 de abril de 2025 às 14:10 | Atualizado há 6 horas
A Petrobras informou nesta quarta-feira (23) que cinco trabalhadores permanecem internados após o incêndio em plataforma de produção de petróleo na segunda (21). Quatro têm estado de saúde estável e um deles está na UTI.
Segundo a estatal, a comissão implantada para investigar o acidente fez o primeiro embarque na plataforma na terça (22) e constatou que a integridade da estrutura da unidade não foi afetada.
“As condições de segurança da unidade estão mantidas, com geração de energia e comunicação a bordo, além do funcionamento, disponibilidade e integridade de sistemas críticos de segurança, como detectores de fogo e gás, sistema de combate a incêndio e baleeira, que já foram testados após a ocorrência”, disse.
O incêndio ocorreu na plataforma PCH-1, localizada no campo de Cherne, na bacia de Campos, a cerca de 130 km da costa de Macaé, no litoral norte do Rio de Janeiro. A plataforma não produz petróleo desde 2020 e tinha 177 pessoas a bordo em trabalhos de manutenção.
De acordo com o Sindipetro-NF (Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense), o incêndio durou quatro horas. Uma das vítimas caiu no mar e foi resgatada. Ao todo, 32 pessoas precisaram de atendimento, segundo o sindicato: 14 feridos e 18 atendidos porque inalaram fumaça.
O Sindipetro diz que o trabalhador que está na UTI tem queimaduras de primeiro, segundo e terceiro graus, além de politraumatismo. Ele é prestador de serviços da empresa Engaman, contratada pela estatal para atuar na plataforma.
O sindicato afirma ainda que as consequências poderiam ser piores se o acidente não tivesse ocorrido em um horário de troca de turno, quando as áreas industriais têm menos trabalhadores. “Um helicóptero que estava chegando para buscar trabalhadores para desembarque atrasou 10 minutos, e poderia estar no helideck no momento da explosão”, diz.
A Petrobras afirma que os sistemas de segurança funcionaram corretamente após o início do incêndio, contribuindo para que o fogo fosse contido rapidamente.
“O sistema de detecção de fogo e gás funcionou adequadamente com o acionamento das válvulas de bloqueio do gás em menos de um minuto. O sistema de dilúvio funcionou e a brigada de incêndio foi acionada, debelando os focos de incêndio localizados”, afirmou em nota distribuída na terça.
A unidade recebia gás natural de outros campos para geração de energia durante os serviços de manutenção. Após o incêndio, está sendo suprida por motogeradores a diesel. A Petrobras disse que está prestando toda a assistência aos feridos.
O Sindipetro afirmou em nota nesta quarta que “o que aconteceu em PCH-1 é absolutamente inaceitável, sobretudo em uma indústria altamente lucrativa e que já teve padrões elevados de segurança”.
“Os desinvestimentos em unidades e os cortes de investimentos em segurança das instalações e dos trabalhadores estão dando sucessivos avisos de que grandes tragédias são iminentes”, disse o sindicato.