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Divergências ameaçam Mercosul

Divergências políticas e econômicas entre os membros do Mercosul estão evidenciando a crescente irrelevância do bloco comercial

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As divergências políticas entre os países membros do Mercosul têm gerado impactos significativos no funcionamento e eficácia do bloco. A posse de Lula como presidente temporário do Mercosul em julho de 2023 evidenciou essas tensões, com visões distintas emergindo entre Uruguai e Paraguai de um lado, e Argentina e Brasil de outro. Essa polarização dificulta a harmonização de posicionamentos e enfraquece o poder de barganha do bloco nas negociações internacionais, como no caso do acordo com a União Europeia. Questões como a possível reintegração da Venezuela ao Mercosul e diferenças nas políticas industriais e ambientais entre os membros também contribuem para a instabilidade. Essas divergências políticas e ideológicas comprometem a cooperação efetiva entre os países, prejudicando a implementação de políticas comuns e a promoção de uma integração mais profunda.

Instabilidade política e econômica no Mercosul tem gerado consequências significativas para o comércio e a integração regional. A crise econômica na Argentina, com inflação superior a 70% ao ano, afeta negativamente as exportações de todos os países do bloco. O aumento das tarifas de importação pela Argentina para proteger sua economia tem dificultado o comércio intrabloco, contrariando o princípio de livre circulação de bens. Além disso, as disparidades econômicas entre os membros, com Brasil e Argentina tendo economias mais diversificadas em comparação com Paraguai e Uruguai, criam obstáculos para a implementação de políticas comerciais comuns. Essas divergências resultam em uma redução do comércio interno do Mercosul, que representa apenas cerca de 15% do total, muito abaixo de outros blocos econômicos, limitando o potencial de crescimento e integração econômica da região.

O futuro das relações comerciais entre os membros do Mercosul depende crucialmente da implementação de políticas que promovam o crescimento, a competitividade e a integração internacional. As entidades industriais dos países membros enfatizam a necessidade de medidas concretas para fortalecer o livre comércio dentro do bloco, atrair investimentos e melhorar a posição do Mercosul nas cadeias de valor globais. Para alcançar esses objetivos, são propostas ações como a promoção da estabilidade econômica, a convergência regulatória, e a participação efetiva do setor privado nas decisões econômicas e comerciais do bloco. Além disso, o Mercosul busca expandir suas relações comerciais, negociando acordos com diversos países e blocos, incluindo a União Europeia, Canadá, EFTA, Singapura, Indonésia e Vietnã, visando aumentar o fluxo de comércio e investimentos.

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