
O dólar registrou uma queda expressiva nesta quarta-feira (22/1), encerrando o dia cotado a R$ 5,94, uma retração de 1,40%. Este é o menor valor desde 27 de novembro de 2024. Durante o pregão, a moeda chegou a tocar R$ 5,91, o ponto mais baixo intraday desde 12 de dezembro do ano passado.
O desempenho da moeda reflete a tranquilidade no cenário internacional, especialmente após o início do segundo mandato de Donald Trump. O mercado havia precificado uma possível elevação agressiva nas tarifas comerciais contra países como Canadá, México e China. Contudo, nenhuma ação nesse sentido foi anunciada até o momento, o que trouxe alívio aos investidores. Trump indicou que tarifas de 25% e 10% podem ser aplicadas, mas em níveis inferiores ao esperado.
Especialistas, como Emerson Vieira Junior, da Convexa Investimentos, apontam que a ausência de um "tarifaço" diminui a pressão inflacionária nos Estados Unidos, fator que poderia impactar negativamente o mercado global, incluindo o brasileiro. Paula Zogbi, da Nomad, reforça que o mercado está mais confortável, mas alerta sobre a continuidade da volatilidade diante das possíveis medidas de Trump.
No Brasil, o início de 2025 foi marcado por uma maior entrada de dólares devido ao investimento estrangeiro na Bolsa de Valores (B3). Na quinta-feira (16/1), houve um aporte de R$ 6,5 bilhões no mercado secundário, o maior volume diário desde 2012, contribuindo para um superávit de R$ 700 milhões no segmento.
Embora o dólar tenha recuado, a Bolsa de Valores encerrou o dia com queda de 0,30%, com o Ibovespa atingindo 122.972 pontos. Entre os destaques, as ações da Azul e Lojas Renner subiram 6,98% e 5,11%, respectivamente. Por outro lado, Minerva e Ambev registraram quedas de 3,22% e 2,13%.
A expectativa para os próximos dias é de que a volatilidade permaneça, com investidores atentos aos desdobramentos das políticas econômicas internacionais e aos sinais da economia doméstica.