Em 2025, o governo vai avaliar a possibilidade de autorizar mais voos para o aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, flexibilizando regras que hoje restringem a circulação no terminal em favor do Galeão, localizado na Ilha do Governador.
Atualmente, o Santos Dumont tem uma limitação de 6,5 milhões de passageiros por ano, o que levou as companhias aéreas a transferirem mais voos para o Galeão, que, apesar de ser internacional, não atingiu a demanda esperada desde sua concessão à iniciativa privada em 2014.
Técnicos do Ministério de Portos e Aeroportos avaliam que seria viável aumentar o número de passageiros no Santos Dumont sem comprometer os serviços. Porém, o secretário de Aviação Civil, Tomé Franca, destacou que outros fatores também serão considerados, como o impacto na movimentação de passageiros internacionais e no transporte de carga no Galeão. Ele explicou que os resultados da medida de restrição ao Santos Dumont estão sendo analisados em um ciclo de 12 meses que se encerra em janeiro de 2025.
O Galeão, distante do centro da cidade, enfrentou dificuldades para se manter atrativo. Em 2023, o governo Lula impôs limites ao Santos Dumont, reduzindo a circulação de passageiros para 6,5 milhões por ano. Essa decisão substituiu uma regra anterior, que restringia voos com origem ou destino a mais de 400 quilômetros do terminal, proibindo conexões internacionais. Na prática, permitia apenas voos de Congonhas (SP) e Vitória (ES).
A restrição de passageiros foi bem recebida por entidades como Firjan e ACRJ, que afirmam que a medida trouxe segurança, conforto e equilíbrio econômico aos dois aeroportos, além de fortalecer o papel do Galeão como porta de entrada de voos internacionais para o Brasil. No entanto, empresários e autoridades locais se posicionam contra uma abertura maior no Santos Dumont.
O governo considera uma flexibilização que eleve o limite para algo entre 7 e 8 milhões de passageiros anuais, desde que a qualidade dos serviços não seja comprometida e os impactos no Galeão e na economia do Rio sejam mínimos. A decisão sobre a possível revisão da restrição será debatida em janeiro, ao final do ciclo de 12 meses de análise.