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Haddad: Governo Lula manterá política econômica moderada e focada em metas fiscais

Reforma do Imposto de Renda é um passo importante para a justiça fiscal

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o mercado não deve esperar medidas “exóticas” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no campo econômico, reafirmando o compromisso do governo com uma política econômica estável e sem surpresas. Durante um evento em São Paulo, Haddad enfatizou que o governo continuará seguindo as metas fiscais definidas para 2025, sem ceder a pressões eleitorais.

"Vamos manter o curso da nossa política econômica cumprindo as metas e entendendo que esse é o caminho. Não é do feitio do presidente Lula inventar nada exótico por razões eleitorais. E ele tem nos apoiado em tudo", afirmou o ministro.

Governo segue metas fiscais estabelecidas para 2025

Haddad explicou que o principal objetivo do governo é cumprir o centro da meta de gastos, conforme o Orçamento de 2025. De acordo com a legislação, a meta de resultado primário é neutra, com um intervalo de tolerância de 0,25% do PIB (Produto Interno Bruto), ou seja, o governo pode registrar um saldo com variação de até 0,25% para mais ou para menos.

Em relação ao desempenho fiscal de 2024, o ministro comentou que a meta inicial também permitia uma margem de até 0,25% do PIB, mas o resultado foi de 0,1%. "Nós tomamos a decisão de trazer o mais próximo possível do centro da meta. No começo do ano, a Focus dava uma mediana de 0,1% do PIB de déficit primário, antes do Rio Grande do Sul. O que aconteceu no final do ano foi esse indicador", detalhou.

Ministro destaca importância da previsibilidade e estabilidade fiscal

Haddad destacou que a busca pela recuperação do superávit primário é um processo que exige persistência e previsibilidade. Segundo ele, a continuidade das metas fiscais trará benefícios para o país, com o retorno do interesse por investimentos. "Vamos continuar trabalhando para reconstruir o superávit. Quando isso acontece, as agências de risco que já estavam animadas com o Brasil vão ficar mais animadas e começa uma diversificação de investimento no país", afirmou.

Expectativa de desvalorização do dólar pode beneficiar economia brasileira

O ministro também comentou sobre o cenário econômico internacional, afirmando que há uma perspectiva de desvalorização do dólar no médio prazo, o que poderia ter impactos positivos para o Brasil. "Não consigo enxergar equilíbrio na economia americana sem alguma desorganização do dólar", afirmou.

Caso a desvalorização do dólar aconteça, Haddad acredita que poderá haver uma redução nas pressões sobre a atuação do Banco Central. "Talvez a gente consiga ver já neste ano uma desvalorização, mesmo que os juros não caiam tanto quanto previsto. Se isso for verdade, as pressões sobre o Banco Central vão diminuir e nós talvez tenhamos uma reacomodação [da taxa de juros brasileira]."

Empréstimo consignado e desoneração do Imposto de Renda estão entre as prioridades do governo

O ministro também falou sobre as políticas implementadas pelo governo, como o empréstimo consignado e a desoneração do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 7.000. Em relação ao empréstimo, Haddad sugeriu que trabalhadores endividados optem por essa modalidade, pois oferece taxas de juros mais baixas.

"As pessoas com créditos caros devem procurar o melhor preço possível. Como ele vem com garantia, essa taxa vai cair muito nos bancos. É natural", explicou. De acordo com o ministro, o governo tem acompanhado de perto o impacto do endividamento no orçamento das famílias. "Tem gente com dívidas muito baixas a taxas muito elevadas. E o correto é fazer essa troca", destacou.

Governo mantém foco na justiça fiscal com a reforma do Imposto de Renda

Sobre a reforma do Imposto de Renda, Haddad afirmou que o governo continua a trabalhar para beneficiar as camadas da população que ganham até R$ 5.000, como policiais militares, professores e enfermeiros do SUS. Ele destacou que esse grupo, que paga cerca de 10% de imposto, será o principal foco da reforma. "Nós estamos falando desse perfil de profissional que hoje paga cerca de 10% de imposto", afirmou.

Por fim, o ministro declarou estar aberto a novas ideias sobre a compensação do Imposto de Renda, mas reforçou o compromisso com a justiça social. "Não tenho preconceito contra a ideia, mas nós temos um fato ali, que é fazer uma justiça social. Nós não queremos um centavo a mais, nem um centavo a menos. Queremos buscar um imposto de renda justo. Ele não é justo hoje", concluiu.

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