Ser novato no ambiente corporativo é uma situação desafiadora para muitos trabalhadores. Ao iniciar um novo emprego, o profissional se depara com novos colegas de trabalho, ambiente e cultura empresarial. Neste contexto, é uma grande responsabilidade do departamento de Recursos Humanos (RH) admitir funcionários em prol do processo de adaptação dos mesmos e do atendimento das expectativas das organizações. Isto é possível através do procedimento de “onboarding”, palavra do inglês originada de onboard, que significa “bordo”, no sentido de “embarcar”.
De forma geral, o onboarding se trata da integração do novo colaborador com o objetivo de garantir a socialização organizacional por meio de diversas ações para facilitar a inclusão de profissionais contratados para que eles tenham conhecimento acerca das informações, habilidades e comportamentos necessários a fim de se tornarem parte efetiva da equipe e trabalharem de acordo com os objetivos e expectativas dos contratantes.
Segundo a analista de gente e gestão, Renata Felício, o procedimento pode durar algumas semanas. Ela explica que as principais etapas adotadas no onboarding são pré-integração: antes mesmo do primeiro dia do funcionário, o gestor de RH responsável deve preparar toda a documentação da admissão; apresentação: no primeiro dia de trabalho o novo colaborador recebe boas-vindas calorosas, informações sobre a estrutura organizacional da empresa e conhece os veteranos; capacitação: treinamentos relacionados ao cargo e à empresa, como softwares, políticas de segurança, etc; integração: conhece os colegas do departamento no qual vai trabalhar e recebe instruções sobre as especificidades do setor; acompanhamento: durante várias semanas receberá feedbacks e orientações.
A psicóloga e consultora de RH, Lara Fernandes, explica que o programa de onboarding é uma ferramenta importante para diminuir o tempo que um colaborador recém-chegado leva para atingir o máximo do próprio potencial dentro de uma instituição e garantir maior facilidade no processo de aprendizagem e relacionamento com quem tem mais tempo de casa. “Um programa de integração estratégico colabora para que os trabalhadores se envolvam com as empresas em todos os níveis, desenvolvam o desejo de “vestir a camisa” do time e o desejo de permanecer e fazer a diferença, o que, consequentemente, contribui para a redução da rotatividade, de desgastes internos, de perdas de talentos e desperdício de recursos em contratações não duradouras”, explica a especialista.
O diretor-executivo do ramo de RH, Stenio Pereira, afirma que onboarding humanizado combinado com conexões sociais reduziram a rotatividade de trabalhadores na empresa nos últimos dois anos. O quadro de funcionários está alinhado em termos de expectativas e clima organizacional de qualidade, e, consequentemente, conseguimos alcançar objetivos e oportunizar promoções por meio de processos seletivos internos. “A conexão entre empresa e colaborador precisa ser construída a partir do primeiro dia. As organizações que demoram a integrar, dar suporte e esclarecer todas as informações necessárias ao funcionário, são as que mais demoram a obter resultados,” pontua.