As fortes altas acumuladas nas três primeiras semanas de fevereiro elevaram significativamente os preços médios mensais dos ovos, que atingiram recordes reais em todas as praças acompanhadas pelo Cepea. Para o organismo, esse cenário de alta é resultado da menor disponibilidade do produto, que, por sua vez, tem sido influenciada pelos elevados custos de produção nos últimos anos, o que desestimulou a produção.
Além disso, a procura pela proteína também cresceu, impulsionada pelo período de quaresma. A “vaca louca” responsável pela morte de um animal em Marabá (PA) refletiu também no mercado. O Ministério da Agricultura sem perda de tempo determinou os exames em laboratório do Canadá, resultado em caso isolado. A China e outros países suspenderam a importação da carne bovina brasileira. Mas, espera-se a reativação das importações em breve.
Segundo Marcelo Penha, do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), os preços no varejo alcançam entre R$11,00 a R$12,00 a dúzia. “Creio que esteja em fase de estabilização”, afirmou ao DM. O Cepea, que acompanha evolução dos preços e analisa o mercado, faz a cotação da caixa do ovo branco, contendo 30 dúzias, a R$175,75 enquanto o vermelho alcança a casa dos R$199,30.
O produtor Dalmy Araújo, de Itumbiara, comparou: por 57 litros de diesel no seu pequeno trator, precisa vender 40 dúzias de ovos. O litro hoje do óleo diesel está acima de R$5,00.
Alimento completo
O Instituto Ovos do Brasil vê o ovo como o alimento mais completo depois do leite materno. É saudável e composto por proteínas, e seu consumo cresce no País. A Associação Goiana de Avicultura (AGA) observa o consumo da galinha poedeira, que precisa da ração do milho, assim favorecendo a cadeia produtiva. “Mais renda para o campo”, observa Camilo Góis, criador goiano.
O Brasil importa menos de 1% dos ovos de granja. E exporta parte de sua produção para os mercados do Japão, América Latina, África e árabes. O ovo oferece um cardápio imenso na composição das receitas: cozido, frito, omelete, massa, sorvete, bolos, biscoitos, entre outros. Trata-se de um alimento de colesterol baixo, favorecendo a imunidade. Em resumo: é saudável.