Produtores rurais de Goiás são orientados pela Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) sobre a importância de destruir o milho tiguera, plantas voluntárias que nascem nas lavouras e funcionam como "ponte verde" para pragas e doenças.
Essas plantas são hospedeiras da cigarrinha-do-milho, um inseto que transmite os enfezamentos pálido e vermelho, doenças que podem causar prejuízos de até 100% nas plantações.
Os enfezamentos são provocados por bactérias pertencentes à classe dos Mollicutes, sendo o espiroplasma responsável pelo enfezamento pálido e o fitoplasma pelo enfezamento vermelho. Essas doenças têm se destacado como uma das maiores preocupações para a cultura do milho nas últimas safras, segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Sintomas da infecção
A cigarrinha-do-milho prolifera facilmente em lavouras onde há presença de milho tiguera, o que aumenta o risco de disseminação dos patógenos. A gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio, reforça a necessidade de adoção de medidas fitossanitárias para prevenir a ocorrência da praga.
“Se a infecção ocorre nos primeiros estágios da planta, ela não se desenvolve, por isso chamamos de enfezamento. O resultado é queda na produção e na produtividade”, esclarece Daniela.
Os pés de milho infectados apresentam os seguintes sintomas:
- pouco crescimento e desenvolvimento;
- malformação de espigas;
- espigas improdutivas;
- enfraquecimento dos colmos;
- maior suscetibilidade às infecções por fungos.
O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, salienta que a entidade, em parceria com outras instituições do setor, tem se esforçado para alertar os produtores sobre a eliminação dessas plantas voluntárias, garantindo a sanidade das lavouras e prevenindo danos econômicos ao estado.