
O reajuste médio dos medicamentos previsto para este ano deverá ser de 3,48%, o menor registrado nos últimos sete anos, de acordo com estimativas do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma). Esse índice representa um aumento inferior à inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que registrou uma alta de 5,06% nos últimos 12 meses.
A previsão é calculada com base nos critérios de reajuste divulgados pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), vinculada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O aumento costuma ser publicado no último dia útil de março.
A fórmula de reajuste leva em consideração três índices, os quais variam de acordo com o nível de concorrência no mercado de cada medicamento. Os genéricos e similares sem patentes, por exemplo, possuem maior percentual de reajuste devido à forte concorrência entre os fabricantes. Já os medicamentos em mercados com baixa concorrência, que incluem aqueles com patente ativa, têm preços mais elevados por conta da falta de alternativas no mercado.
"Será o menor reajuste médio dos últimos sete anos, o que pode impactar negativamente os contínuos e fundamentais investimentos da indústria farmacêutica instalada no país em pesquisa e desenvolvimento (P&D) de novos produtos e na modernização e construção de novas fábricas", afirmou o presidente-executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini.
O reajuste de preços ocorre uma vez ao ano, com o objetivo de compensar os aumentos acumulados nos custos de produção nos 12 meses anteriores. Contudo, o Sindusfarma aponta que o modelo atual de controle de preços de medicamentos tem gerado dificuldades para as empresas do setor "equilibrarem suas contas".
Para definir o reajuste, a Cmed utiliza uma fórmula que envolve os seguintes fatores: IPCA - Fator X + Fator Y + Fator Z. Em fevereiro, a Anvisa anunciou que o Fator Y, que ajusta os preços entre o setor farmacêutico e os demais setores da economia, será zero para os anos de 2025 e 2026. Já o Fator X, que mede a produtividade da indústria farmacêutica, será de 2,459% no período de julho de 2024 a junho de 2025.
Índices de reajuste para diferentes mercados
De acordo com o Sindusfarma, os índices de reajuste estimados, com base na fórmula de cálculo da Cmed, são os seguintes:
• Mercados concorrenciais: 5,06%
• Mercados com média concorrência: 3,83%
• Mercados com baixa concorrência: 2,60%
• Reajuste médio ponderado: 3,48%
Aumento imediato?
Embora a previsão de reajuste esteja marcada para o dia 31 de março, o Sindusfarma esclarece que o aumento não ocorrerá de forma automática, pois o preço dos medicamentos é regulado pela concorrência entre as empresas do setor. Em farmácias que já possuem estoques, por exemplo, os preços podem não ser reajustados de imediato.
"É importante o consumidor pesquisar nas farmácias e drogarias as melhores ofertas dos medicamentos prescritos pelos profissionais de saúde", destacou Nelson Mussolini. "Dependendo da reposição de estoques e das estratégias comerciais dos estabelecimentos, aumentos de preço podem demorar meses ou nem acontecer."
E se o preço do medicamento subir acima do limite?
Caso o consumidor observe um aumento de preço superior ao limite estabelecido, ele deve denunciar à Cmed, por meio dos canais de comunicação da Anvisa.