Educação

Aulas presenciais ou ensino híbrido

Diário da Manhã

Publicado em 20 de janeiro de 2022 às 17:01 | Atualizado há 3 anos

DM ouviu sindicato da educação, associação de saúde, pais e psicóloga acerca da volta do ensino nas escolas. A maioria é favor de um retorno consciente, para correr atrás do prejuízo deixado pelo ensino remoto
Grande parte das escolas do estado retornaram esta semana às aulas presenciais em um momento novamente complicado da pandemia.

Houve novamente o aumento de infecções devido à circulação da variante ômicron. Com este cenário, mas pensando repor as perdas escolares nestes últimos dois anos, o Conselho Estadual de Educação (CEE) vai definir até amanhã se as aulas continuarão presenciais. Enquanto isso, o DM ouviu setores da educação, pais e autoridades da saúde, acerca do assunto.

A maioria dos entrevistados se mostrou a favor do retorno presencial mas, claro, respeitando todas as medidas de segurança. Este é o caso da presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Goiás (Sintego), Bia de Lima. Ela defende a volta das aulas presenciais e não híbridas imediatamente.

“Este período de aulas remotas não se mostrou produtivo. Por isso, defendemos a volta tomando todas medidas de segurança, vacinação completa e imediata das crianças e vacina de reforço para os profissionais da educação”, argumenta.

Opinião semelhante tem a diretora de comunicação da Sociedade Goiana de Pediatria, Mirna Sousa. Ela acredita que a pandemia mudou comportamentos e que na volta do ensino presencial a melhor atitude é cobrar para que a escola seja cada vez mais um local de consciência e cuidados.

“Escola não é só para aprender, é o local onde há socialização, em que a criança que sofre violência doméstica tem o seu refúgio. É também onde a criança se alimenta. Tirar a criança da escola achando que está protegendo não é verdade. O que a gente defende é cobrar e brigar por essa nova escola com comprometimento”, explica, ressaltando que deve-se buscar a parceria entre escola e família, para que crianças com síndrome respiratória, por exemplo, não compareçam às aulas.

Sem Saudade
Para a jornalista Helenira Araújo, que é mãe de João Pedro, de 8 anos, o momento de aulas remotas representou um período difícil. “Para não dizer enlouquecedora”, diz. “As aulas remotas são mais confortáveis, porém trazem muitos déficits. A casa do aluno não é a escola, o aluno não trata aquele período da aula online como aula de fato. Em casa há muitos atrativos e motivos para distração. Isso dificulta muito o processo de aprendizagem. Muitos pais não estão preparados para estarem no lugar do professor”, compara.

Ela conta que as aulas de João Pedro devem retornar semana que vem e, se os casos não aumentarem ainda mais, vai levar o filho para as aulas presenciais. “Acredito que a escola é o lugar ideal, ou pelo menos deveria ser, para a caminhada de uma pessoa nessa jornada de aprendizagem”, diz.

Danos psicológicos
Além das perdas educacionais, a psicóloga clínica Jéssika Rodrigues, aponta que as aulas remotas podem ter trazido ainda nos alunos problemas psicológicos, como ansiedade e hiperatividade e problemas de interação social.

“Muitas crianças ficaram muito sozinhas. Os pais voltaram a trabalhar, não tiveram muito convívio com pessoas de sua idade e ficaram ainda mais ligadas à tecnologia. Logo, se tornaram mais agitadas e inquietas, com problemas para desenvolver empatia e interação”, afirma.

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