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A internet tem desempenhado um papel significativo na evolução da língua portuguesa. Com o avanço da tecnologia e a popularização das redes sociais, novas formas de comunicação e expressão surgiram. Isso impactou a maneira como usamos e percebemos nossa língua materna.
A linguagem utilizada na internet muitas vezes é mais informal e abreviada. Abreviações e emojis são amplamente utilizados para transmitir emoções e tornar a comunicação mais dinâmica. Além disso, plataformas como o Twitter e o Instagram, com suas limitações de caracteres, têm incentivado a concisão e a criatividade na forma como nos comunicamos.
No entanto, essa informalidade pode gerar ambiguidades e confusões, especialmente para aqueles que não estão familiarizados com as convenções da linguagem online. É essencial encontrar um equilíbrio entre a adaptabilidade da língua à era digital e a manutenção das normas e regras do português, garantindo a clareza e a eficácia da comunicação.
A internet também trouxe à tona debates sobre o uso adequado do português. Com a facilidade de compartilhamento de informações, é crucial promover a educação linguística e a conscientização sobre erros comuns, para preservar a qualidade da língua escrita e falada. É um desafio contínuo garantir que a internet seja uma ferramenta para enriquecer nosso idioma, e não para prejudicá-lo.
Assim como em outras matérias, o português pode ser tranquilo para alguns e um enorme desafio para outros. A língua está sempre mudando ao longo do tempo, sendo influenciada pelo ambiente e possui uma variedade de regras que podem ser um pouco confusas.
Com pós graduação em psicopedagogia institucional e formada em Letras, a professora Claudete da Cruz Quixabeira explicou como as novas tecnologias e o uso frequente de dispositivos móveis têm impactado os erros ortográficos na escrita dessa geração.
“Com o uso de novas tecnologias e dispositivos móveis, essa geração tem se acostumado a escrever de forma abreviada o que faz com que isso vire um hábito e deixe de se preocupar com a escrita correta das palavras.”
Analfabetismo funcional e a Internet
São consideradas pessoas com analfabetismo funcional aquelas que conseguem reconhecer letras e números, mas têm dificuldade em compreender textos simples e realizar operações matemáticas mais complexas.
Com essa era da globalização e da era da internet, o resultado desse analfabetismo funcional se tornou cada vez mais comum. Há vários motivos para para isso acontecer, como por exemplo muitas pessoas acreditarem que ninguém mais precisa aprender "a pensar" para viver.
Com a internet muitas pessoas não buscam ler para por exemplo melhorar sua escrita, oratória e ter um conhecimento a mais, mas sim, mesmo que poucas vezes, apenas para entretenimento ou autoajuda.
Isso faz com que os erros de português e a dificuldade para interpretação se torne mais frequente e "comum". A professora Claudete explica que com essa "geração internet" ela observa alguns erros ortográficos frequentes cometido pelos alunos.
"Os erros ortográficos mais frequentes observados entre alunos da "geração ex internet" na escrita são: falta de acentuação, de pontuação, textos sem coerência, sem coesão, sem concordância e também muita presença da oralidade na escrita".
A professora ainda disse que as redes sociais e a linguagem utilizada na internet ainda influência em erros ortográficos das pessoas.
"É perceptível os erros ortográficos praticados por pessoas que se adentram às redes sociais, uma vez que muitas passam por lá por passarem. Elas querem apenas ficar em evidência, se comunicarem de forma rápida, sem nenhuma preocupação com o que dizem e como dizem".
Ela ainda completou dizendo que com o uso dessas abreviações, que muitas vezes são usadas nas redes sociais, esses alunos se tornam cada vez mais distantes da língua padrão.
Os erros ortográficos mais comuns
Principalmente nas redes sociais os erros ortográficos são cada vez mais comuns pelo fato de muitas pessoas pensarem apenas em transmitir a mensagem de forma rápida e não em transmitir a mensagem de forma clara e correta.
Separamos aqui alguns dos erros ortográficos mais comuns e frenquentes que talvez consiga tirar suas dúvidas para conseguir escrever de forma clara e correta.
A gente e agente
“Toda agente sabe isso.”
Forma correta:
Toda a gente sabe isso.
"A gente" corresponde ao pronome pessoal "nós". Por exemplo, "a gente vai" equivale a "nós vamos". Por outro lado, "agente" é um substantivo que se refere a uma pessoa que realiza alguma ação ou tem uma função específica, como um agente secreto ou um agente da polícia. Portanto, enquanto "a gente" é uma forma coloquial para "nós", "agente" se refere a uma pessoa com uma função ou papel determinado.
Concordância com nós
“Nós é amigo de verdade.”
Forma correta:
Nós somos amigos de verdade.
Ao utilizar a expressão "a gente", o verbo assume a conjugação na terceira pessoa do singular: "a gente é, a gente quer, a gente vai, a gente faz". Em contraste, quando empregamos o pronome pessoal "nós", o verbo é conjugado na primeira pessoa do plural: "nós somos, nós queremos, nós vamos, nós fazemos".
Para mim e para eu
“Isso é para mim ler?”
Forma correta:
Isso é para eu ler?
A expressão para eu deverá ser usada quando assume a função de sujeito, sendo seguida de um verbo no infinitivo: para eu fazer, para eu escrever, para eu ouvir, para eu saber. A expressão para mim deverá ser usada apenas quando assume a função de objeto indireto: Isso é para mim.
Ausência de pontuação, acentuação e letra maiúscula
“voce quer vir”
Forma correta:
Você quer vir?
A ausência de pontuação e acentuação gera um discurso ambíguo, propiciando várias interpretações possíveis. Dessa forma, a intenção comunicativa do remetente pode não se alinhar com a percepção captada pelo destinatário. Sem a devida entonação presente na fala, a compreensão do significado dependerá principalmente do emprego adequado da pontuação.
Falta de concordância
“Obrigado a todos e tenha uma boa semana.”
Forma correta:
Obrigado a todos e tenham uma boa semana.
Nas redes sociais, a linguagem é mais casual e informal, usada de forma espontânea e imediata. Isso leva a uma flexibilização das regras gramaticais. No entanto, manter a concordância na comunicação proporciona clareza e precisão à mensagem.
A professora disse quais estratégias pedagógicas específicas ela recomenda para melhorar a precisão ortográfica e a escrita correta.
As estratégias pedagógicas seriam o uso dessas ferramentas tecnológicas a favor do ensino- aprendizagem com o intuito de fomentar a leitura, vocabulário, a reflexão e posteriormente a escrita de textos em gêneros diversos". Professora Claudete da Cruz Quixabeira
