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ENTRETENIMENTO

Singularidades na Memória e no Campo Quântico

Enquanto eu caminhava na trilha que me leva­ria a uma pequena praia de beira de rio, inacessível por carro, pensava no Jaú morden­do a isca e debatendo-se para tentar se libertar. Segundo me haviam dito, o local era inós­pito e selvagem, quase nunca visitado por seres humanos. Prova disso é que havíamos deixado o carro para seguir a pé em um percurso de 8km até chegar ao local em que ficarí­amos acampados. O cenário era de um rio embrenhado nos confins do estado do Tocan­tins. Água cristalina correndo nas pedras, com poços fundos aparentando rasos, rastros de onça, fogueira com peixe na telha e o céu estrelado, apenas atenuado pelo lampião, torna­vam fortes as batidas do co­ração, que ainda ressoam em lampejos de memória.

Trinta anos depois voltei ao local de automóvel e não encon­trei a praia, não encontrei aquela paisagem singular e nem mes­mo aquele rio. Lembrei-me, en­tão, de algo da Mecânica Quân­tica que sugere que nada no universo é permanente. Em sua devida escala de tempo, todos os seres vivos da biosfera são pas­sageiros, as paisagens da natu­reza são passageiras. A ciência quântica vai adiante e afirma que o planeta Terra também é passageiro, as estrelas e as galá­xias, idem. Por fim, como todo o universo conhecido aos nossos sentidos é fenomênico, também não pode ser imutável. No dizer da Ciência Quântica, “Singulari­dades” que soam como pertur­bações no campo quântico

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