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Monstro do mar escocês

Uma serpente marinha com cabeça de ove­lha e olhos maiores que os de uma foca. Pelos que vão dos ombros até os limites da cauda e que brilham no escuro quando estão molha­dos. Seis patas e um pescoço que mede mais de 3m. Com estas características, os mo­radores da ilha Stronsay, nor­deste da Escócia, definem a carcaça de um estranho ani­mal encontrado em setembro de 1808. O local é conhecido por receber várias visitas de cadáveres pitorescos de cria­turas marinhas, mas poucos foram tão importantes para a cultura popular da região como este, conhecido como Monstro de Stornsay. Mais de cem anos depois de ter sido encontrado, ainda inspira as histórias e os artistas de vá­rias regiões do planeta.

A matéria orgânica, quan­do em estado de decomposi­ção avançada, acaba sendo mo­delada pelo mar e pelo tempo, atingindo formas inimaginá­veis capazes abrir es­paço para várias len­das. No caso desta criatura, relatos de mo­radores, desenhos, e interesse da mídia ajudaram a amplifi­car sua descoberta. Quem rela­ta o impacto da descoberta do Monstro de Stronsay é Boban Docevski, colaborador do site The Vintage News. “Na manhã de 25 de setembro de 1808, um pescador local chamado John Peace estava pescando lo largo da costa de Rothiesholm Head, no sudeste da ilha de Stronsay. Quando olhou para a praia, ele percebeu algumas aves mari­nhas reunidas em torno do que aparentava ser uma carcaça de animal caída nas rochas. Intri­gado, John aproximou seu bar­co desse evento”, conta.

O pescador ficou bastante surpreso com o que viu. “O ani­mal era grande, com um corpo de serpen­te, longo pescoço e três pares de patas. Esse foi o primeiro de uma série de car­caças ‘bestiais’ encontradas nas costas de Stronsay”, con­ta Docevski. “George Sherar, outro morador local, também estava presente na vizinhan­ça e observou John. Quando ele estava próximo o suficien­te, Peace viu os restos de algo que ele nunca havia encontra­do antes”. Tradicionalmente, a região das ilhas de Ornkey são famosas por lendas marinhas. “Existe uma gama de criatu­ras estranhas bem documentadas, to­das encontradas nes­sas ilhas. Muitas de­las já fazem parte da cultura tradicional da região. Uma das histórias mais famosas é a do Monstro de Stronsay”.

O monstrengo só pode ser detalhadamente analisado al­guns dias depois, quando che­gou à praia, devido ao local de difícil acesso onde estava quan­do foi visto por John Peace. “A carcaça encontrada por John estava num lu­gar onde é difí­cil chegar à praia devido às pedras e ondas. Dez dias depois, os ventos fortes, típi­cos da ilha, trouxeram os restos criatura para a praia. Desta vez, foram encontrados por George Sherar, que estava presente na outra ocasião”, afirma o autor. “Sherar, juntamente com outros três homens, estudaram deta­lhadamente a criatura e medi­ram suas dimensões. Tinha 16,8 m de comprimento. Apenas seu pescoço tinha mais de 3 me­tros”.

Uma grande mistura de ani­mais. Assim soava o relato de George Sherar, o morador da ilha que teve contato maior com a besta. “Parte da cauda da bes­ta havia desaparecido, o que sugere que o animal era ainda mais longo. Tinha 1,2 m de altu­ra, e tinha uma circunferência de 3,1m. George percebeu que sua cabeça era semelhante a de uma ovelha, e tinha olhos maio­res que o de uma foca”.

GLOBSTERS

Esse tipo de carcaça já pos­sui uma definição científica. Pode inclusive ser uma gran­de mistura de vários animais em decomposição. “Algumas criaturas são facilmente iden­tificadas e explicadas pela ci­ência, mas outras, bastan­te estranhas, sem nenhuma parte do corpo reconhecível. O segundo tipo de carcaça é chamado de globster, termo que se refere a massas orgâni­cas desconhecidas que apa­recem nas margens de oce­anos, rios e lagos”. A palavra foi inventada bem depois da descoberta do monstro. “O termo ‘globster’ foi inventado pelo biólogo e escritor Ivan T. Sanderson em 1962. Devido ao estado de decomposição, globsters sempre carregam consigo um pouco de contro­vérsia. As pessoas fazem co­nexões entre globsters e as mais variadas lendas de cria­turas e monstros”.

O globster encontrado em Stronsay surgiu depois de uma noite tempestuosa, o que sugere que a carca­ça pode ter percorrido uma longa distância em alto mar até atingir a cos­ta das ilhas e s ­c o ­c e s a s . A l g u m tempo de­pois, alguns pe squ i s ado­res estudaram mais a fundo o caso. Um deles chegou a re­gistrar o ani­mal como u m a nova espé­cie cha­mada Hal­sydrus pon­toppidani . “Alguns anos depois, o ana­tomista Sir Everard Home resgatou o caso e suspeitou das medidas do monstro. Ele declarou que deveria ter cerca de 11 m e reconhe­ceu-o como um tubarão-e­lefante. De acordo com ele, esse tipo de tubarão pode adquirir a aparência de es­tranhas criaturas jurássi­cas quando decompostos. Outro estudioso, o Profes­sor John Goodsir.

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