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ENTRETENIMENTO

Paisagens abstratas

Grossas camadas de im­pasto – Nicolas de Staël foi um pintor francês de origem russa, conhecido principalmente por sua téc­nica particular em registrar paisagens. É chamada de ‘im­pasto’ a colocação de grossas camadas de tinta óleo em al­guma área da tela, de forma que seja possível identificar o objeto utilizado para isso, seja pincel ou espátula. Através de blocos incomumente espessos de tinta, geralmente retangu­lares, depositados sobre fun­dos pigmentados com as va­riações cromáticas do céu, Staël cria várias peças que aju­dam a traçar indícios de ce­nários: praias, navios, monta­nhas, casas e pôr-do-sol. Em apenas 15 anos de carreira, o artista produziu mais de 1000 telas. Sua vida foi interrompi­da pela depressão em 1955 – ele tinha 41 anos.

Tipicamente, seus quadros apresentam espectros de blocos coloridos, emergindo como se estivessem em disputa de espaço com outros na superfície da ima­gem. A carreira de Staël na pin­tura começa por volta de 1940, quando ele tinha menos de 30 anos. Começou através de pin­turas representativas, especial­mente através de paisagens, na­tureza-morta e retratos. Ao longo dos anos, foi movendo suas obras para os extremos da abstração. Através de um estilo próprio, sua arte pode ser comparada com o Expressionismo Abstrato Americano ou com o Tachismo Francês, apesar de ter sido de­senvolvida independente desses movimentos. Sua obra apresen­ta influência de pintores como Gustave Courbet, Paul Cézanne, Picasso, Rembrandt, Vermeer e Hercules Seghers.

LEGADO

A postura artística abstrata, de acordo com o próprio Staël, surge a partir da incomunicabi­lidade entre pintor e objeto, que seria gerada pelas múltiplas fa­ces que cada um deles adquire quando analisados. “Achei in­cômodo pintar um objeto com semelhança por causa da in­compreensão que senti quando enfrentava a multidão infinita de objetos coexistentes em qual­quer objeto”. O cineasta francês Jean-Luc Godard, um dos cria­dores da Nouvelle vague, consi­dera Staël seu pintor favorito, e o uso de cores primárias no fil­me O Demônio das Onze Horas foi uma influência profunda do trabalho do pintor.

Muitos outros movimentos ar­tísticos, como a Color Field Pain­ting e a Abstração Lírica, surgidos nos anos 1960, foram precedidos pela obra de Stäel, principalmen­te a dos anos 50. A intensidade ví­vida de seus blocos de cores, prin­cipalmente nas últimas pinturas, também direcionaram a Pop Art.

Em 1953, o estado de Staël le­vou-o à isolação no sul da Fran­ça (eventualmente em Antibes). Ele sofreu de exaustão, insônia e depressão. No despertar de um encontro decepcionante com um crítico de arte depreciativo, em março de 1955, ele cometeu suicídio. Saltou para a morte do décimo primeiro andar de seu estúdio. Ele tinha 41 anos. Nico­las de Staël foi enterrado no Ce­mitério Montrouge.

CARREIRA

Stäel estudou artes na Aca­démie Royale des Beaux-Arts de Bruxelas em 1932. Durante os anos 1930, viajou pela Europa. Viveu em Paris (1934) e depois partiu para o Marrocos (1936)– quando encontrou pela primeira vez sua companheira, Jeannine Guillou, que também era pinto­ra. Ela apareceria em algumas de suas pinturas. Nesse período, o pintor também esteve pela Al­géria. Em 1936, teve sua primei­ra exibição de ícones do estilo Bizantino e aquarelas na Gale­ria Dietritch et Cie, em Bruxelas. Ele se filiou a Legião Francesa de Estrangeiros em 1939, onde ficou até 1941, quando o movimen­to foi desmobilizado. Em algum momento de 1940, encontrou sua primeira empresária e nego­ciadora, Jeanne Bucher.

Durante a Segunda Guerra Mundial, em 1941, ele mudou-se para Nice, onde encontrou Jean Arp, Sonia Delaunay e Robert Delaunay–artistas que inspira­riam suas primeiras composi­ções abstratas. Em 1942, Janinne e Nicolas tiveram sua primeira filha, Anne. A família, crescen­te, também incluía o irmão de 9 anos de idade de Jeaninne, An­toine. Em 1943, durante a ocu­pação nazista, voltou para Paris com Janinne, mas as coisas esta­vam extremamente difíceis. Du­rante a Guerra, foi incluído em vários grupos de exibição, e em 1944 teve sua primeira exposição individual na Galeria L’Esquisse. Em abril de 1945, teve mais uma exposição solo na Galerie Jeanne Bucher. Em 1944 tornou-se ami­go de Georges Braque. No ano se­guinte, suas exibições lhe trouxe­ram aclamação crítica.

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