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Carnaval, Dionísio e Vinho

De acordo com o livro Vinho & Algo Mais ao vestir a fantasia, ar­mar-se de confete e serpentina e partir para a folia, ou ao sacar a rolha e encher a taça, esquece­mos que carnaval e vinho têm origens comuns, no mesmo es­pírito profano e irreverente. O termo “carnaval” tem origem polêmica. Pode ter vindo do la­tim carnem leváre (abstenção de carne), que designavam a Quarta-feira de Cinzas e anun­ciavam a supressão do consu­mo da carne devido à Quares­ma. Existe, ainda, uma terceira versão, menos aceita, com gê­nese na expressão latina carrus navalis (carro naval), por asso­ciação à carreta em forma de barco usada nas festas popula­res da antiga Roma.

A tradição ainda é comemo­rada em diversos países. Sem esquecer, é claro, do Brasil, onde teve início no Rio de Janeiro, por volta de 1840, e hoje acontece em todo o País. Manteve-se o espírito inicial da festa: mistura de classes, irreverência, brinca­deiras e sensualidade.

Dionísio e Apolo formam a dicotomia mitológica grega dos opostos, emoção e razão. Apolo é um atleta e um cientis­ta. É o belo, puro, equilibrado, sóbrio, defensor da lei e da or­dem. Já Dionísio/Baco é pas­sional, tem natureza instinti­va, desinibida, entusiástica, criadora e desafiadora. Pouco lembrado é o fato deste não ser apenas o deus do vinho, mas também da fertilidade, da dan­ça, do teatro e da música.

O carnaval é a festa profana mais antiga que se tem registro, provavelmente, com o sentido de felicidade coletiva e inversão das posições sociais, já existe há mais três mil anos. As suas raí­zes mais remotas encontram na Grécia Antiga, no culto a Dio­nísio, o Deus da Vindima, que mais tarde foi celebrado em Roma como o rei do Baco.

DIONÍSIO

Criado longe da cidade, em uma caverna, Dionísio desco­briu que ao espremer uma fruta – uvas maduras – ele conseguia um líquido gostoso que o deixa­va feliz: o vinho.

Quando percebeu o bem que a bebida o causava, deci­diu apresentá-la para o máxi­mo de pessoas possível. Atra­vessou a Ásia ensinando o que o cultivo da uva era capaz de fazer. Assim, de filho bastardo, ele passou a ser cultuado como o deus do vinho!

De volta a Tebas, onde nas­ceu, Dionísio promovia festas que eram cultos a si mesmo. Es­sas comemorações foram cres­cendo e deram origem ao que nós chamamos de carnaval!

Dionísio era um ser contra­ditório. Deus do vinho – a be­bida mais sagrada da maioria das religiões – e o pai da festa mais profana de todas, e que você não sabia quem era, mas que, com certeza, tem a gra­tidão de todos, seja pela festa, pelo feriado ou pelo vinho!

Hera, esposa de Zeus, sem­pre perseguiu Dionísio, mas este sempre triunfava diante dos perigos e inimigos. Dioní­sio foi o primeiro a estabelecer uma escola de música e em sua honra começaram as primei­ras representações teatrais. Ele vive embriagado pelo seu vi­nho; como o vinho solta a lín­gua e torna indiscretos os que o bebem, Dionísio representa a ruptura da censura de tudo o que impede a felicidade. O deus do vinho liberta o espírito, pro­move o êxtase e o entusiasmo; com seu cortejo leva alegria e felicidade por onde passa.

O que a força do arquétipo de Dionísio é capaz de mobi­lizar em nós? Ele é o deus que possibilita o estado alterado de consciência através de seu sagrado vinho, levando à co­nexão com o divino através da liberdade, amor e alegria. A li­gação com a energia suprema pode ser feita sem sofrimento e dor, apesar destes sentimen­tos e sensações também faze­rem parte da vida.

Dionísio vem nos mostrar que a vida pode ser vivida de forma prazerosa, sem precon­ceitos. A festividade e o vinho representam a leveza diante da vida para que tudo possa se realizar. Tudo depende do livre arbítrio e do equilíbrio de cada ser ao se utilizar dos recursos promovidos pela for­ça dos arquétipos.

O BACO

O deus grego Dionísio, tam­bém chamado de Baco, morria a cada colheita: pisando-se as uvas, sacrificava-se o deus. O suco era guardado até o fim do inverno, quando, então, Dio­nísio renascia em forma de vi­nho. Morte e renascimento de um deus, simbolizando a res­surreição da natureza e a ferti­lidade da terra, é um tema re­ligioso antigo, comum a todas as civilizações. Este era, con­tudo, um caso muito particu­lar, pois o deus era realmente bebido por seus adoradores e, ao penetrar-lhes o corpo efe­tivamente proporcionava ale­gria às suas almas.

Enfim, assim como a nossa alma está aguardando para ser despertada e realizar seus dese­jos, o deus do vinho aguarda den­tro de nossa essência, esperan­do alguém para libertá-lo e, com isso, também libertar a mente de quem consome o vinho.

LOOKS PARA O CARNAVAL 2018

Não tem jeito! Para todo brasileiro, o ano só começa de verdade depois do carnaval. Passa­do o clima de festas de Natal e réveillon, já come­ça a contagem regressiva para começar a folia, aguardada ansiosamente por quem não perde a oportunidade de curtir uma boa festa e momen­tos inesquecíveis de diversão com os amigos.

Portanto, seja para assistir ao desfile das escolas de samba, correr atrás do trio elétrico nos divertidos blocos de rua ou para ir dan­çar a noite inteira no baile carnavalesco mais animado da sua cidade, nessa época do ano é preciso ousar com vontade e sair da rotina, sem medo de ser feliz.

Por este motivo, muitas mulheres já estão pensando em looks bonitos e divertidos que prometem ser tendência no carnaval este ano. Seja uma fantasia criativa e engraçada ou rou­pas com peças mais alegres, a dica para passar bem o clima de folia é investir em trajes leves e confortáveis, que darão toda a flexibilidade e fa­cilidade de locomoção para você dançar e pular com tudo o que tem direito.

TECIDOS LEVES E FINOS

Conforto é a palavra de ordem quando o assunto é um look perfeito para curtir os dias de carnaval. Afinal, não tem como aguentar horas de festa com uma fantasia ou roupas pesadas e quentes, ainda mais se levarmos em conta que o verão não perdoa com as suas temperaturas altas.

Por isso, abuse dos tecidos leves e finos, como as malhas frias, por exemplo, para não atrapalhar as suas comemorações. As peças mais curtas são automaticamente mais con­fortáveis, como minissaias, shorts jeans e croppeds. Você pode combinar essas peças com rasteirinhas ou shorts mais curtinhos, dando lugar a looks lindos e charmosos

Dicas de espumantes para o carnaval

Ok, é bem mais fácil pegar sua fantasia ou abadá e sair de latinha na mão, mas nada igual a curtir um espumante e se ti­ver que ser no gargalo, que seja! Afinal, no carnaval vale tudo, ou assim dizem. Há inúmeros bons rótulos no mercado, sugiro os brasileiros, para todos os preços, ocasiões e gostos. Elegi o meu preferido, Quinta Don Bonifácio Brut. Festivo, muito bem elabo­rado com perlage de boa quali­dade, método charmat, blend de uvas chardonnay e merlot, é seco, mas sem perder a leveza, cítrico com notas de maçã verde, algumas notas de levedura bem sutis, vibrante e fácil de agradar.

Sugiro também dois italianos que curto muito. Prosecco op­taria pelo Cecilia Beretta Extra Dry, e há um rosé dry que me en­canta, pois a acidez vibrante faz um delicioso contrapeso ao leve residual de açúcar, é o Contessa Borghel. Bom carnaval, mas ju­ízo que Baco não perdoa exces­sos, nem o bafômetro!

Falando em espumantes, não é necessário dançar “vai sacudir, vai abalar” antes de abrir cada garrafa. Apesar do que se costuma fazer, abrir um espumante não exige que se ba­lance e sacuda a garrafa, pode acertar o olho de alguém com a rolha nem dê um banho nas pessoas que estiverem próxi­mas. Pelo contrário! Uma gar­rafa de champanhe, por exem­plo, tem mais gás acumulado que um pneu de carro! Deixe o abalou, abalou, sacudiu, balan­çou para a Ivete e não jogue fora grande parte do líquido nem desfaça de suas deliciosas bor­bulhas... Não desperdice o me­lhor da festa. É carnaval!

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