José Tolentino Mendonça é o responsável pelas meditações que vão acompanhar os Exercícios Espirituais do papa Francisco e dos colaboradores da Cúria Romana, com início agendado para o primeiro domingo da Quaresma, 18 de fevereiro, e conclusão prevista para o dia 23 do mesmo mês, em Ariccia, na Itália.
O autor português, que vem se tornando cada vez mais importante nos meios eclesiástico, cultural e acadêmico, escolheu como tema principal desta reflexão de seis dias o “elogio da sede”.
As 10 meditações escritas por ele são: “Aprendizes do assombro”, “A ciência da sede”, “Percebi que estava com sede”, “Esta sede de nada”, “A sede de Jesus”, “As lágrimas contam uma sede”, “Beber da própria sede”, “As formas do desejo”, “Escutar a sede das periferias” e “A bem-aventurança da sede”.
O renomado ensaísta e poeta português possui diversas obras publicadas pela Paulinas Editora, entre elas A mística do instante, Libertar o tempo e Um Deus que dança.
“Por vocação e missão dei por mim, nos meus 25 anos de vida sacerdotal, a trabalhar pastoralmente no âmbito do pensamento e da cultura. Se há lugar em que a Igreja se assemelha a um hospital de campo – para retomar a imagem mais do que oportuna do papa Francisco –, é precisamente este, onde as perguntas são exigentes e contínuas, as procuras de sentido são intensas, por vezes extremas, na sua vulnerabilidade, e a fome de Deus é, sim, latente, mas também se oculta sob uma dor humana nem sempre confessada, um grande vazio, muito sofrimento, em conflito e em solidão no modo de se confrontar com a vida ou com a fé. Por isso, quem trabalha no sector da cultura não pode ser uma simples pessoa de gabinete ou gestor de sacristia”, diz Tolentino a respeito da cultura na igreja.