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Dia da Mentira: Mestres-cervejeiros esclarecem 5 mitos de boatos na internet “

Em tempos de boatos e notícias falsas divulgadas em todos os meios, nos deparamos com dezenas de in­formações fantasiosas e incorretas, e nem a amada cerveja escapa des­sa onda. Para ajudar os apaixonados pela nossa querida bebida, reuni­mos um time de mestre-cervejeiros para esclarecer alguns dos princi­pais boatos que circulam por aí. Não caia em pegadinhas de 1° de abril e veja abaixo os esclarecimentos dos responsáveis por alguns dos princi­pais rótulos do país:

CERVEJA PURO MALTE É MELHOR

A lista de ingredientes de cada cerveja depende do estilo e do perfil sensorial que o mestre-cer­vejeiro quer obter. Um exemplo: algumas das mais renomadas e clássicas cervejas belgas são “tur­binadas” com açúcar para atingir um alto grau alcoólico sem fica­rem encorpadas demais. Quanto aos cereais não maltados, famosos nas cervejas do tipo pilsen, eles es­tão de acordo com as receitas pre­vistas para a standard american lager – nome técnico do estilo pil­sen. O milho e o arroz, por exem­plo, têm a função de reduzir o cor­po da cerveja, tornando-as mais leve e mais fáceis de beber. O que determina a “qualidade” de uma cerveja é a escolha dos ingredien­tes e o cuidado nas etapas de pro­dução – Laura Aguiar, mestre-cer­vejeira da Cervejaria Ambev

QUANTO MAIS ESCURA, MAIS FORTE É A CERVEJA

Não se deixe enganar pelos sen­tidos. Apesar da expectativa de uma bebida mais encorpada e forte, isso nem sempre é verdade. Existem cervejas claras de teor alcoólico mais alto, assim como cervejas es­curas leves e refrescantes. A cor da cerveja é determinada principal­mente pela cor de seus ingredien­tes, principalmente o malte. Ao fi­nal do processo de malteação do grão de cevada, ele pode sofrer um processo de torra muito similar ao do café, e dependendo da intensi­dade e da proporção determinadas pelo cervejeiro, poderá produzir uma cerveja mais clara, acobreada ou escura – Alexandre Levy, mes­tre-cervejeiro da Cervejaria Ambev

CERVEJARIAS PEQUENAS SÃO “MELHORES”

Devido à escala de produção, as grandes cervejarias têm uma série de vantagens: acesso aos melhores ingredientes, melhor distribuição mais tecnologia, investimento em treinamento de funcionários e me­nor custo final por unidade – o que faz com que o produto seja vendi­do e reposto rapidamente, resul­tando em cerveja mais fresca na prateleira – Leonardo Antonelli, mestre-cervejeiro de Craft Beer da Cervejaria Ambev

O ÚNICO MOTIVO PARA O USO DE CEREAIS NÃO MALTADOS É BARATEAR A PRODUÇÃO DE CERVEJA

O principal fator de escolha do tipo de cereal que irá fazer parte da receita é a característica final que o mestre-cervejeiro quer dar para a sua cerveja. Se quer uma cerve­ja mais leve e refrescante, vai usar cereais não maltados, como milho e arroz, ao lado da cevada. Se quer uma mais amarga, vai usar mais lú­pulo, e assim por diante. Mas tudo depende sempre da receita: exis­tem cervejas mais rebuscadas e ca­ras que utilizam cereais não mal­tados em sua composição–Sybilla Geraldi, mestre-cervejeira Bohemia

CERVEJA DEVE SER SERVIDA SEMPRE MUITO GELADA

Nesse caso a regra não tem nada de clara, já que algumas cer­vejas trazem aromas e sensações que se perdem quando estupida­mente geladas. De forma geral, quanto mais forte e encorpada a cerveja, menos fria ela deva estar. O que não significa que você deva carregar um termômetro para con­ferir se o bar serve a bebida na tem­peratura correta. Se bebeu e gos­tou, está valendo! Por serem leves e delicadas, cervejas do estilo pil­sen merecem ser servidas geladas. Mas quantos graus? O brasileiro costuma beber cerveja no limite do congelamento, muito em razão do nosso clima tropical, e não há nada errado nisso. Se você não gosta as­sim, faça do seu jeito – Leon Maas, mestre-cervejeiro Brahma.

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