“Dançando nas paredes”. Este foi o nome dado ao Workshop de Letícia Ramos ministrado ao Coletivo PlanoP desde o último dia 14, em Goiânia. A técnica, que mistura equipamentos de alpinismo e dança, é ousada e, além de exigir muita dedicação, desperta curiosidade. Formada em Dança pela Unicamp, a bailarina veio a convite do Coletivo dentro do Projeto Plural, beneficiado pelo Fundo Estadual de Arte e Cultura de Goiás 2016, da Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esporte (Seduce).
Letícia conheceu o trabalho do PlanoP no Rio de Janeiro, durante uma apresentação do grupo contemplada pelo Prêmio Klauss Vianna. “A partir daí surgiu uma conexão entre os nossos trabalhos e o objetivo de trazê-la para cá foi a possibilidade de experimentar o corpo e o espaço em novos níveis e planos”, explica Nilo Martins, integrante do PlanoP.
“Dançando entre o chão e a parede, suspensos pela cintura, nós experimentamos pequenos voos, flutuações, novas alavancas de movimento, outros ângulos para olhar e entrar nas redes e físicas do espaço. Sentimos assim novas forças no corpo, as relações com o peso, eixo, as possibilidades de desenvolver a linguagem do grupo nessa nova situação. A interação com imagens projetadas em vídeo possibilitam uma nova poesia, uma nova forma de desenhar no espaço”, explica Letícia.
A primeira vivência com a Dança Vertical da Letícia foi em 2005, na montagem do espetáculo ‘Maracanã’, dirigido pela Deborah Colker, para um circuito cultural entre Alemanha, Austria e Croácia na ocasião da Copa do Mundo de Fifa que aconteceu na Alemanha em 2006. “Em 2011 fui convidada por um amigo, parceiro de dança no Maracanã, para criar e dançar uma performance para um evento em São Paulo, dessa vez utilizando equipamentos e técnica de escalada. E nós decidimos continuar, seguir pesquisando e nos especializar nessa dança, surgiu a Cia d Fora/RJ”, completa.
A bailarina afirma que não é muito comum encontrar companhias especializadas em Dança Vertical ou aulas regulares. “Alguns artistas trabalham essa linguagem mais relacionada ao circo, ao lado das técnicas de dança aérea (tecido, lira, trapézio, bungee...) e dentro de teatros. Outros querem se aproximar da arte contemporânea o que resulta num caráter de ocupação e intervenção urbana. A maior dificuldade, além do alto custo dos equipamentos, envolve as autorizações para realizar as instalações do material e do pessoal. Os técnicos devem ter certificações adequadas e conduzir todo o processo conforme as normas de segurança para montagem e acompanhamento dos ensaios ou apresentações. E por fim, das liberações das empenas dos prédios”, finaliza.
SERVIÇO:
Work In Progress – Apresentação com participação do público
Data: 19/05
Horário: 10 às 11h30
Local: Adrena Gyn – Rua C-146, Jardim América (62) 9 8284-7071