A cidade de Goiânia é (e já tem um tempo) um ponto de parada da boa música alternativa. Alternativa, neste caso, ao grande número e grandes orçamentos para o circuito sertanejo, sempre em alta no centrão brasileiro. Quem não sabia disso, já está começando a entender que na terra de Leandro e Leonardo tem outras frutas “mais fritas” que o pequi. E também começam a perceber outras pessoas que também lutam pela música, assim como os meninos de Goianápolis.
Um dos exemplos mais dignos desse cenário meio torto, meio louco é o Covernation. O evento já começa atípico na proposta: apenas canções cover valem na noite. Outro detalhe, agora mais na linha comum dos eventos goianos, é que o Covernation ocorre sem apoio financeiro do governo e ainda conta com preços de ingressos acessíveis. “O que difere é o festival ser de cover e estar bem vinculado à agenda de música autoral da cidade. E se torna uma ocasião especial para quem participa, são apresentações de coração, e de uma variedade dificílima de se ver, sons que vão do Slayer ao Bob Marley”, conta Richard Augusto, organizador do Covernation.
O Covernation, tirando a parte festiva de ver um show novo acontecendo, também atua no cenário local. Os músicos que integram a programação fazem parte de outros grupos musicais goianos. O organizador Richard Augusto conta que muitas bandas já passaram pelo Covernation, e que já rolou uma apresentação da extinta banda Gloom, fazendo versões de músicas do Michael Jackson. Ele também lembra de um cover do Judas Priest, Orquestra Black e do Blacck Sabbath.
CONFIRA ABAIXO ENTREVISTA COMPLETA COM RICHARD AUGUSTO
O formato do Covernation é atípico em relação aos outros festivais em Goiânia. Além de trazer uma programação com músicas cover, existe algo que o público só encontra nesse festival?
O que difere é o festival ser de cover e estar bem vinculado à agenda de música autoral da cidade. E se torna uma ocasião especial para quem participa, são apresentações de coração, e de uma variedade dificílima de se ver, sons que vão do Slayer ao Bob Marley.
Você já realizou outras edições do Covernation? Em que ano e local foram realizadas? Lembra alguma banda que participou e qual cover fizeram?
Está é a nona edição, praticamente todas no Martim Cererê. Começou em 2006 e a última foi em 2013.
Muita banda já passou pelo Covernation, mas um marcante que surpreendeu a todos foi o Gloom tocando Michael Jackson ,que eu já vi e sei que é de alto nível são os covers de Judas Priest, orquestra Black e o Black Sabbath. Muitos são shows inéditos como o Mugo tocando Down na diablo, mas tenho certeza que são tão bons quanto esses que já rolaram vez ou outra por aí.
Planet Hemp do complexo é bem fiel e bem executado. Modéstia à parte, acertei muito na programação do festival. Se sentirá muito bem nos locais aqueles que apreciam uma boa música do século passado
Na programação deste fim de semana, você destaca alguma apresentação? Existe algum show inédito nesta edição do Covernation?
A programação é feita bem informal, não é um festival profissional. Vejo mais ou menos o que acredito ser bom para o público alternativo, escrevo à mão, se sinto que pode dar certo, vou atrás das pessoas e apresento o projeto. A maioria sempre compra a ideia.
No fim de semana, o Covernation está no Martim, mas os eventos começam na quinta-feira. Como é fazer uma programação em mais de uma localidade? Qual a ligação do Martim Cererê com este evento?
Fazer nas casas é bem mais fácil por todo o suporte oferecido, mas fazer em vários lugares que já funcionam é uma forma de abranger o festival, ocupar a cidade sem maiores riscos de prejuízo. No Martim Cererê é diferente, você assume todos os riscos. É na atual situação de crise é uma aposta muito perigosa…
Os ingressos variam o preço de acordo com o horário. Como funciona a bilheteria para o fim de semana? Por que desse formato?
Preços diferentes é uma tradição no Covernation. Faço isso pois é um festival que começa muito cedo e, se não houver um incentivo por parte da produção para ter público nas primeiras bandas, essas apresentações ficam muito prejudicadas. É uma forma de incluir as pessoas com menos dinheiro e, em contrapartida, elas ajudam movimentando o festival desde a primeira banda. Uma troca justa para público, bandas e produção.
Você já pensa em fazer outras edições? Como é, atualmente, a produção de eventos neste segmento em Goiânia?
Se vou continuar, essa edição dirá. Caso o evento não se pague, serei obrigado a focar em outras coisas. A produção no segmento não está fraca de público, mas de pagantes. Se for de graça, lota. Se há cobrança, a maioria nunca lota, alguns, inclusive, bem vazios.
Você participa de alguma banda? Como parou na produção de shows de rock?
Sim, me boto hahahaha. Participo na sexta feira do Planet Hemp no Complexo Estúdio, no setor Central, e no sábado no cover da hoje desconhecida DxRxI, banda americana de hardcore crossover. Barulheira boa. Parei na produção na época de ouro do Cererê com nosso pai, o Velho Carlos Brandão. Me deu a oportunidade e as coisas foram dando certo e nunca mais parei. Na época era fácil e havia vontade de todos os lados. Hoje é diferente, o rock não é interessante para os jovens de hoje como era pra nós. Tudo ficou muito caro de a forma que um evento dificilmente se paga sem apoio.
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA
SEXTA FEIRA, 31 DE AGOSTO
Viva o centro histórico
Grande hotel vive o choro especial Covernation
18 h
Grátis
Produto Interno Groovie – Belchior e Tim Maia
Complexo Pub
22h
R$ 15,00
Engravatados e União Clandestina – Planet Hemp
SÁBADO, DIA 1º DE SETEMBRO
Centro Cultural Martim Cererê
16 h
Grátis até as 17 h
R$ 10,00 até as 19h
R$ 20,00 após as 19h
Palco Música Velha
17:00 OS CANALHAS – LEO JAIME (ESPECIAL ROCK GOIANO)
17:30 MIZIFITS – MISFITS
18:20 HC137 + BABA DE SHEEVA – D.R.I.
19:00 OLD PLACE SLAYER
19:40 M.U.P. – JUDAS PRIEST
20:30 CHERRY TOCA DIVAS
21:20 THE GALO POWER – PSICODELIA BRASILEIRA
22:00 RASTACRY BOB MARLEY
23:00 LUCIANA CLÍMACO – NOVOS BAIANOS
00:00 ORQUESTRA BLACK– CLÁSSICOS BLACK BRASIL
01:00 HELLBENDERS + OVERFUZZ– BLACK SABBATH
DOMINGO, DIA 02 DE SETEMBRO
Shiva alt Bar
Califórnia Sunday
R$ 5,00
Badfishes - Sublime