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ENTRETENIMENTO

Espectros vermelhos do céu

Sensibilidade, perspicá­cia e ousadia são elemen­tos essenciais aos artistas dos movimentos vanguardistas do pós-guerra. A arte abstrata foi responsável pela composição de boa parte do cenário da pintura mundial no século XX. Dentre os artistas que introduziram tal ten­dência no cenário europeu está o pintor alemão Rupprecht Geiger, natural de Munique. Entre seus feitos mais marcantes para a arte está o domínio e aprofundamen­to de campos de cores, sendo sua maior paixão a expressividade da cor vermelha e suas derivações. Lutou durante a Segunda Guerra Mundial na Rússia e na Polônia, fato que teve grande impacto na sua visão de mundo e na criação de um conceito artístico.

Os fenômenos de cores do céu sempre dialogaram com a per­cepção de mundo de Geiger, mas nunca se fizeram tão emblemá­ticos quanto no período em que ele esteve nos campos de batalha, diante da morte. Mesmo com toda a aflição que envolvia o momen­to, o sol e o céu ali estavam, gra­tuitos. Talvez representasse uma única ligação dos homens com a realidade que viviam fora de todo o terror psicológico das guerras: o céu ainda estava ali, assim como esteve durante todos os dias. Tal­vez por esse motivo o artista tenha encontrado inspiração em longas observações ao show natural de cores do céu, além do movimento do sol e dos corpos celestiais, eles continuavam sua odisseia, inde­pendente dos milhares de mor­tos da Guerra.

Arquiteto por formação, Geiner exerceu o ofício por vários anos em sua cidade natal, até que foi chamado para lutar na Guerra. Foi enviado à frente leste de bata­lha da Segunda Guerra Mundial, no oriente da Europa. Na Rússia passou a tomar conhecimento da verdadeira magnitude das cores do céu durante as manhãs e fins de tarde. Foi encarregado de ilus­trar algumas batalhas entre 1943 e 1944, quando estava na Ucrânia e na Grécia, ainda seguindo ten­dências realistas, sem experimen­tos. Apresentou seu primeiro tra­balho abstrato em 1948, quando os combates mundiais começa­ram a cessar.

PÓS-GUERRA

Seus quadros trazem, a prin­cípio, uma espécie de choque vi­sual, que com o tempo passa a correr por nossos olhos como um legítimo mar de vermelhos cinti­lantes. Nesse nicho de cores, exis­tem várias referências ao sol, re­presentado pelo amarelo, que vai desaguando em tonalidades ver­melhas até ser completamente possuído. Rupprecht Geiger foi um dos importantes fundado­res da arte pós-guerra na Alema­nha. Transformou a essência da cor vermelha na protagonista de seus quadros. Buscava com per­feccionismo sintetizar tonalida­des, transformando suas obras em verdadeiros estudos sobre fluorescência, adquirindo um efeito intenso e radiante em suas superfícies coloridas.

A inquietude de Rupprecht transportava-o a um inconformis­mo que abrangia até mesmo o for­mato da tela que serviria de base para suas cores reluzentes. Aban­donou as tradicionais telas retan­gulares e passou a adotar forma­tos pouco comuns, com telas em formato de trapézio, de “T” e vá­rios outros. Ele costumava combi­nar as cores de suas telas com as paredes da exposição, causando um efeito bastante peculiar dian­te dos olhos do público presente. Formou em 1949, ao lado de ou­tros artistas da Alemanha, o gru­po Zen 49, que buscava princi­palmente desviar-se de obras com tendência à interpretação objeti­va, focando na subjetividade e cir­cularidade dos temas pintados.

O grupo, que se estendeu até 1957, era composto por sete artis­tas, e teve

Sensibilidade, perspicá­cia e ousadia são elemen­tos essenciais aos artistas dos movimentos vanguardistas do pós-guerra. A arte abstrata foi responsável pela composição de boa parte do cenário da pintura mundial no século XX. Dentre os artistas que introduziram tal ten­dência no cenário europeu está o pintor alemão Rupprecht Geiger, natural de Munique. Entre seus feitos mais marcantes para a arte está o domínio e aprofundamen­to de campos de cores, sendo sua maior paixão a expressividade da cor vermelha e suas derivações. Lutou durante a Segunda Guerra Mundial na Rússia e na Polônia, fato que teve grande impacto na sua visão de mundo e na criação de um conceito artístico.

Os fenômenos de cores do céu sempre dialogaram com a per­cepção de mundo de Geiger, mas nunca se fizeram tão emblemá­ticos quanto no período em que ele esteve nos campos de batalha, diante da morte. Mesmo com toda a aflição que envolvia o momen­to, o sol e o céu ali estavam, gra­tuitos. Talvez representasse uma única ligação dos homens com a realidade que viviam fora de todo o terror psicológico das guerras: o céu ainda estava ali, assim como esteve durante todos os dias. Tal­vez por esse motivo o artista tenha encontrado inspiração em longas observações ao show natural de cores do céu, além do movimento do sol e dos corpos celestiais, eles continuavam sua odisseia, inde­pendente dos milhares de mor­tos da Guerra.

Arquiteto por formação, Geiner exerceu o ofício por vários anos em sua cidade natal, até que foi chamado para lutar na Guerra. Foi enviado à frente leste de bata­lha da Segunda Guerra Mundial, no oriente da Europa. Na Rússia passou a tomar conhecimento da verdadeira magnitude das cores do céu durante as manhãs e fins de tarde. Foi encarregado de ilus­trar algumas batalhas entre 1943 e 1944, quando estava na Ucrânia e na Grécia, ainda seguindo ten­dências realistas, sem experimen­tos. Apresentou seu primeiro tra­balho abstrato em 1948, quando os combates mundiais começa­ram a cessar.

PÓS-GUERRA

Seus quadros trazem, a prin­cípio, uma espécie de choque vi­sual, que com o tempo passa a correr por nossos olhos como um legítimo mar de vermelhos cinti­lantes. Nesse nicho de cores, exis­tem várias referências ao sol, re­presentado pelo amarelo, que vai desaguando em tonalidades ver­melhas até ser completamente possuído. Rupprecht Geiger foi um dos importantes fundado­res da arte pós-guerra na Alema­nha. Transformou a essência da cor vermelha na protagonista de seus quadros. Buscava com per­feccionismo sintetizar tonalida­des, transformando suas obras em verdadeiros estudos sobre fluorescência, adquirindo um efeito intenso e radiante em suas superfícies coloridas.

A inquietude de Rupprecht transportava-o a um inconformis­mo que abrangia até mesmo o for­mato da tela que serviria de base para suas cores reluzentes. Aban­donou as tradicionais telas retan­gulares e passou a adotar forma­tos pouco comuns, com telas em formato de trapézio, de “T” e vá­rios outros. Ele costumava combi­nar as cores de suas telas com as paredes da exposição, causando um efeito bastante peculiar dian­te dos olhos do público presente. Formou em 1949, ao lado de ou­tros artistas da Alemanha, o gru­po Zen 49, que buscava princi­palmente desviar-se de obras com tendência à interpretação objeti­va, focando na subjetividade e cir­cularidade dos temas pintados.

O grupo, que se estendeu até 1957, era composto por sete artis­tas, e teve sua primeira exposição em 1950. Foi lembrado em várias ocasiões por museus do país, que expuseram trabalhos do grupo en­tre 1987 e 1999. Dentro de suas te­las, habitam formas geométricas minimalistas, como círculos, re­tângulos e formas ovais. Suas téc­nicas também ajudaram Geiger a consolidar uma carreira acadê­mica. Lecionou na Academia de Artes da cidade de Düsseldorf de 1965 até 1976. Trabalhou em suas formas por mais de 60 anos, até sua morte no ano de 2009, sema­nas antes de seu aniversário de 102 anos. Atualmente, o legado deixado por Geiger é considerado o mais importante da pintura ‘não objetiva’ da Alemanha. sua primeira exposição em 1950. Foi lembrado em várias ocasiões por museus do país, que expuseram trabalhos do grupo en­tre 1987 e 1999. Dentro de suas te­las, habitam formas geométricas minimalistas, como círculos, re­tângulos e formas ovais. Suas téc­nicas também ajudaram Geiger a consolidar uma carreira acadê­mica. Lecionou na Academia de Artes da cidade de Düsseldorf de 1965 até 1976. Trabalhou em suas formas por mais de 60 anos, até sua morte no ano de 2009, sema­nas antes de seu aniversário de 102 anos. Atualmente, o legado deixado por Geiger é considerado o mais importante da pintura ‘não objetiva’ da Alemanha.

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