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Sinais da esclerose múltipla

Cerca de 50 a 60% dos pa­cientes que apresentam um episódio de neurite ótica de­senvolvem a esclerose múlti­pla. Perda aguda da visão de um dos olhos, que piora em questão de horas ou de dias. Dor ao movimentar os olhos, dificuldade para enxergar co­res e sensação de luzes pis­cantes. Estes são os sintomas clássicos de um episódio de neurite ótica, uma inflama­ção que danifica o nervo óti­co, responsável por transmitir as informações visuais para o cérebro. A neurite ótica pode ser o primeiro sintoma da es­clerose múltipla em cerca de 20% dos pacientes.

O mês de agosto foi elei­to para falar sobre a esclerose múltipla, doença autoimune que afeta o Sistema Nervoso Central (SNC). Na esclerose múltipla, o próprio sistema de defesa do organismo ataca a bainha de mielina, substân­cia que reveste e protege as células nervosas, permitindo a troca de mensagens entre o cérebro e o restante do cor­po. A esclerose múltipla cau­sa danos na bainha de mielina, o que leva os nervos a perde­rem a capacidade de enviar e de receber as mensagens da forma correta.

PROBLEMAS VISUAIS

“Esse processo degenera­tivo e progressivo na bainha de mielina leva aos sintomas, como enfraquecimento dos músculos, perda da coorde­nação, paralisia e aos proble­mas que afetam o nervo ópti­co, como a neurite ótica. Os problemas visuais afetam de 50 a 60% dos pacientes. A neu­rite ótica pode ser o primeiro sintoma, como também uma manifestação posterior da doença”, explica a neuroftal­mologista Dra. Marcela Barrei­ra, Chefe do Setor de Neurof­talmologia do Banco de Olhos de Sorocaba.

Dra. Marcela afirma que cerca de 50% das pessoas que apresentam uma crise isola­da de neurite ótica irão de­senvolver a esclerose múltipla dentro de 15 anos. “A neurite ótica é a causa mais comum de perda visual aguda em jo­vens adultos, sendo que as mulheres são mais afetadas que os homens, assim como a EM também afeta mais o sexo feminino do que o masculino”.

A neurite ótica também está ligada a outras doenças au­toimunes, como também pode ser idiopática, ou seja, sem cau­sa definida.

Diagnóstico e Tratamento

O médico responsável por fazer o diagnóstico da neuri­te ótica é o neuroftalmologista. “Além do exame clínico, o mé­dico irá solicitar uma série de exames laboratoriais e de ima­gem para confirmar a suspei­ta. O tratamento pode variar de paciente para paciente, mas em geral é feito com medicamen­tos que ajudam a controlar a in­flamação e a dor”, explica Dra. Marcela. Vale lembrar que o tra­tamento para a esclerose múl­tipla também ajuda a diminuir a quantidade e a gravidade das crises de neurite ótica.

PROGNÓSTICO

Embora a maior parte dos pacientes recupere a visão de­pois de um episódio de neurite ótica, alguns podem apresentar diminuição da acuidade visual, assim como dificuldades para enxergar cores, brilho e nitidez.

“Outra consequência da neurite ótica em alguns pacien­tes é o embaçamento da visão quando há aumento da tem­peratura corporal, seja em um quadro febril ou em situações como atividade física e locais quentes, por exemplo. Isso é chamado de sinal de Uhthoff”, explica Dra. Marcela.

Por fim, estima-se que cer­ca de 3 em cada 10 pacientes que já tiveram um episódio de neurite ótica podem apresen­tar outro, no mesmo olho, ao longo da vida.

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