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ENTRETENIMENTO

Adaptação do conto O Príncipe Feliz, chega ao centro às periferias de Goiânia

Das periferias à zona central, das praças ao teatro, o espetáculo“O Prín­cipe Feliz” chega ao público goiano a partir da próxima semana. Baseado no conto de Oscar Wilde, a peça vai circu­lar seis espaços. A itinerância começa nos próximos dias 25 e 26/9 no Teatro Sesc, às 20 horas. A entrada é gratuita. O espetáculo, encenado por RitaAlves e Caco Rodrigues, faz parte do proje­to “Um conto, dois encontros...” que conta com patrocínio da Lei Goyazes.

A circulação começa no centro da cidade e em seguida, no dia 3/10, che­ga ao público da Associação de Serviço à Criança Especial de Goiânia. No dia 4/10 o espetáculo caminha para fora da zona central e chega ao município de Aragoiânia, no Ponto de Cultura Raio de Sol. No dia 8/10 ele volta ao centro da ca­pital goiana, agora aoar livre: no Bosque dos Buritis. No dia 10/10 ele atravessa a cidade e chega ao Teatro Cidade Livre, em Aparecida de Goiânia. A circulação termina em Trindade, no Ponto de Cul­tura Centro Cultural da Juventude.

A proposta do projeto é promover o encontro do público com o espetá­culo tanto no teatro, como fora dele. Ir do centro à periferia, contemplan­do diferentes públicos. Guiado pela ideia de descentralização cultural, o projeto contempla apresentações em espaço alternativos atingindo, assim, comunidades que não têm acesso a atividades culturais artísticas.

Utilizando-se da linguagem da “palhaçaria” e do teatro de animação, os atores vão falar do encontro entr

e uma artista de rua que quer o estrela­to e está a caminho da cidade do Show Business, com a estátua do Príncipe fe­liz, que é feliz apenas no nome. Lon­ge dos muros do palácio, foi colocado em um pedestal e pôde contemplar todo o sofrimento de seu povo. Deles e apieda, por ele é mortificado, masque nada pode fazer para minorá-lo. Para falar deste encontro, o elenco traba­lha com comicidade, drama e poesia.

A PEÇAO espetáculo é uma livre adapta­ção do conto O Príncipe Feliz, de Os­car Wilde, escrito em 1888. Mais de 130 anos depois, o conto expressa ta­manha atualidade ao falar da nature­za humana e de suas máscaras mais primordiais. “Estamos num período de muita polaridade, onde a capacida­de de se deixar afetar pelo outro se co­locar no lugar do outro, está cada vez mais difícil. Existe uma idealização do que é ter sucesso, ser uma pessoa rea­lizada, uma pessoa que ‘chegou lá’. O espetáculo, assim, faz um convite ao expectador a se perguntar o que real­mente importa para si”, adianta Rita Alves, responsável pela adaptação do conto à dramaturgia.

A plateia pode esperar, assim, um espetáculo onde há o poético, o dra­ma e o cômico para falar do humano. “Queremos, assim, tocar o expecta­dor para que ele possa acessar ‘luga­res’ que na correria pela sobrevivên­cia esteja meio esquecido”, comenta Rita. Nas apresentações no Teatro Sesc o público também terá acesso a uma instalação, idealizada por Leticia Mas­trela, estudante de arquitetura e aspi­rante a cenógrafa. A ideia, com a ins­talação, é colocar o expectador em contato com elementos que dialo­gam com o espetáculo, preparando sua percepção para recebê-lo.

Rita Alves, para adaptar o conto ao espetáculo, também usou outros dois contos de Oscar Wilde: O Rouxinol e a Rosa e O Aniversário de Infanta que, juntamente com o texto de Rutebeuf- Pregão das Ervas do sec. XIII, alguns trechos de poesia de Fernando Pes­soa e a poesia “O Bicho”, de Manuel Bandeira, compõem toda a drama­turgia do espetáculo. A encenação fi­cou a cargo de José Regino de Oliveira, ator e diretor graduado pela Funda­ção Brasileira de Teatro.

O ELENCO

Caco Rodrigues já participou de mais de 10 espetáculos, entre eles o goiano “Lágrimas de Guarda Chuva”, oparaense“Orfeu”, Hamlet, no Rio de Janeiro e “Íntima”, em Minas Gerais. Já atuou e muita curtas-metragens e dois longas: Reviravoltas (RJ) e Brisa Rara (RJ). Rita Alves participou de dezenas de cursos e oficinas ligadas ao fazer teatral e passou por mais de 20 festi­vais regionais e nacionais, como Fes­tival Nacional de Teatro de Porangatu e Festival de Teatro de Minas. Desen­volveu figurinos e adereços para es­petáculos teatrais e hoje é atriz convi­dada do grupo Arte e Fatos, e integra o elenco dos espetáculos “Lágrimas de Guarda Chuva” e“Os Avessos”, ambos dirigidos por Danilo Alencar. É vence­dora de mais de 10 prêmios, como de melhor atriz, melhor figurino, melhor texto, melhor direção no XVI Festimi­nas (1996) e Melhor atriz – X Festival Nacional de Teatro de Anápolis (2016).

SINOPSE

O Príncipe Feliz é uma estátua que foi colocada na praça da cidade em homenagem ao Príncipe Feliz após a sua morte. Ao ser colocada na praça, a estátua, que antes vivia rodeada pe­los muros altos do palácio e não po­dia ver para além deles, vê e contem­pla a miséria do homem e se sentido impotente diante de tantos sofrimento se entristece. A estátua está ali a mais de séculos, e neste tempo viu a cida­de sendo abandonada aos poucos pe­los seus habitantes que se dirigiam as grandes cidades em busca de melho­res oportunidades, deixando a cidade quase deserta. Mesmo a cidade estan­do quase deserta, toda noite o Príncipe a contempla, do alto de seu pedestal, observando os poucos moradores que qualificaram, em sua impotência diante de toda a miséria de seu povo, chora.

Em um dia, ao cair da noite, surge Diadorinha, uma palhaça em busca do estrelato, que quer chegar na cida­de do Show Business e se tornar uma grande estrela. Procurando um lugar para descansar ela se depara com a es­tátua do Príncipe Feliz, e resolve passar a noite ali. No meio da noite Diadori­nhaacordapensandoqueestáchoven­doquandopercebequeéaestátuaque chora. Após equívocos e estranhamen­toso Príncipe vê, em Diadorinha, a pos­sibilidade para amenizar um pouco o sofrimento de alguns moradores da ci­dade, fazendo de Diadorinha sua men­sageira. Assim, o Príncipe doa o rubi de sua espada para uma mulher que está com o filho doente, um de seus olhos que são safiras raras para um homem que mora na rua e vive a comer restos e o outro para uma menina que vende doces e deixou todos caírem na sarjeta. Diadorinha também ameniza a tristeza do Príncipe, fazendo para ele uma apre­sentação com um boneco corcunda.

Quando o Príncipe fica cego, Dia­dorinha, que estava sempre de parti­da, decide ficar com ele para sempre. Os dois estabelecem uma relação pau­tada pela poesia e a palhaçaria que vai durar até o final do espetáculo com o Príncipe pobre e nu, pois, doou tam­bém todo ouro que existia em seu cor­po estátua. Neste momento, Diadori­nha vai vesti-lo com sonhos, uma linda capa bordada com todos seus sonhos.

Serviço: Estreia do projeto “Um conto, dois encontros...” – circulação do espetáculo “O Príncipe Feliz”, com Rita Alves e Caco Rodrigues

Faixa etária: Acima de 10 anos

Duração: 60min.

Datas: 25 e 26 de setembro

Local: Teatro Sesc, Centro

Horário: 20 horas

Entrada: gratuita

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