O Eco é um espetáculo de dança inspirado na Alegoria da Caverna, de Platão. Provocando os valores e o estilo de vida levados pelos mais jovens, a apresentação, que faz a sua estreia em terras goianienses nos dias 27/09, às 20h, e 28/09, às 19 h e 21h, no Teatro do Centro Cultural da Universidade Federal de Goiás (CCUFG), na Avenida Universitária, n° 1533, Setor Universitário, em Goiânia, conta com a direção do coreógrafo João Paulo Amorim, ex-Quasar Jovem, e mescla dança contemporânea e dança urbana. Ao lado de Ingrid Costa, os bailarinos colocam em debate as contradições da juventude em uma “sociedade do espetáculo”.
De acordo com João Paulo Amorim, diretor e um dos protagonistas de O Eco, a ideia de se discutir a fragilidade das relações sociais surgiu de suas experiências pessoais. Ao retrabalhar o texto de Platão, o bailarino cria a alegoria da “Caverna das Vaidades” ou "Caverna das Vitrines", o local em que os jovens recriam e passam a viver personagens de si mesmos. “[Na balada] Ficamos alternando entre o mudo das coisas sensíveis e o mundo das ideias. Entre o que é e o que não é real, principalmente quando temos a ajuda de substâncias entorpecentes. Esse jogo nos faz, de certa forma, alienados de nossa realidade, com os nossos objetivos”, aponta o bailarino.
Assim, para os artistas, a vida festeira permeada por baladas representa uma caverna de ilusões e narcisismo. Tais relações sociais e estilo de vida configuram-se como a representação daquilo que os acorrentados poderiam enxergar. Desta forma, a apresentação busca representar o indivíduo que amadurece em ecos de ressaca, mal-estar, arrependimento e vergonha. A montagem coreográfica fortalece essa ideia, construindo, também, os instantes de êxtase, euforia, alegria e satisfação que ecoam e que se formam nos clubes dançantes atuais. “Além da proposta, queremos trazer também a galera jovem, da balada, pro teatro. Ao menos em Goiânia, essa geração dos 18 aos 28 anos não costuma ter, em sua grande maioria, um contato direto com a arte em si”, o diretor pondera.
O espetáculo, então, questiona o seu público: após a “liberdade”, ao “retornar à caverna” e compreender os ecos deixados por ela, aqueles que ali habitaram, a priori, voltariam amadurecidos, como teorizou Platão através de Sócrates? Ou os novos sentimentos estarão presos a um ciclo vicioso, embebidos em uma “modernidade líquida”?
A montagem de O Eco é uma realização do Grupo Bacae Dança e conta com o apoio do Instituto Bacae e da Lei Municipal de Incentivo à Cultura.
SOBRE O INSTITUTO BACAE E O BACAE DANÇA
O Instituto Bacae tem como missão realizar sonhos, ajudar as pessoas a cuidarem do tempo, a buscarem o equilíbrio e viverem melhor. Dança Contemporânea, atividades holísticas, atendimento psicológico, além da possibilidade de sublocação de espaços para cursos, oficinas e eventos por um valor simbólico, são algumas das atividades e serviços oferecidos à comunidade. A instituição, sem fins lucrativos, também tem como objetivo resgatar as pessoas vítimas de uma rotina acelerada, imposta à sociedade contemporânea, e proporcioná-las qualidade de vida.
Com dois integrantes, o Bacae Dança reúne profissionais da área da dança contemporânea e danças urbanas. Desta forma, o grupo alcança, por meio de suas coreografias, aquelas duas linhas de 'movimentação' e, assim, dialoga com o com o público-alvo buscado.
ESPETÁCULO O ECO
Data: 27/09, às 20h e 28/09, 19h e 21h
Local: Teatro do CCUFG, Avenida Universitária, 1533, St. Universitário, Goiânia, Goiás
Valor do ingresso: R$ 20 inteira; R$ 10, meia-entrada.
Ingressos no local.
Realização: Instituto Bacae e Bacae Dança, com o apoio institucional da Prefeitura de Goiânia - Incentivo à Cultura