Localizado no sul da Ásia, o Bangladesh é um dos países com maior densidade populacional do mundo. Seu território tem uma área de 143 mil metros quadrados, e é menor do que qualquer país da América do Sul. Por outro lado, é o oitavo mais populoso do planeta, com 165 milhões de pessoas. Ou seja, em Bangladesh vivem mais pessoas do que na Rússia, maior país em área do mundo, que tem apenas 146 milhões de cidadãos. Bangladesh, que é praticamente todo cercado pela Índia, é um país de maioria muçulmana (90,4%). Fez parte da Índia Britânica até 1947, e depois foi entregue ao Paquistão (era chamado de Paquistão Oriental). Tornou-se independente apenas em 1971, depois de uma guerra que matou pelo menos 300 mil pessoas.
Aquela região da ásia possui uma vasta diversidade religiosa. A Índia, de maioria hindu, fica entre o Paquistão e Bangladesh, países islâmicos. O Myanmar, país que fica à direita de Bangladesh, possui maioria budista, e no ano passado, seu governo foi responsável de um grande êxodo da minoria de sua população muçulmana para o Bangladesh. Cerca de 700 mil pessoas fizeram a travessia da fronteira a pé, pedindo refúgio no país vizinho, já conhecido por sua grande densidade. Para se ter ideia de como a religião influencia no país, o governo do Myanmar afirmou estar disposto a receber de volta os rohingyas que fugiram da violência, mas nega a eles cidadania, privando-os de direitos como a liberdade de movimento, acesso à educação e à saúde.
FOTOGRAFIA
Apesar de todos os conflitos religiosos que norteiam a política de vários países dessa região do globo, a mais populosa de todas, com o fim da influência direta do Reino Unido e a conquista da independência de várias nações, grandes mudanças têm acontecido no âmbito cultural e social. Em julho de 2012, a revista virtual 121 clicks (que se define como um portal mundial dedicado às artes e à fotografia) apresentou um artigo chamado Inspiring Bangladeshi Photographers, que além de recomendar alguns nomes importantes do cenário fotográfico atual de Bangladesh, também traçou um panorama pós-independência do país, analisando a maneira como as novas gerações vêm se apropriando da tecnologia e das novas formas de comunicação.
De acordo com o texto, a grande concentração de pessoas e ideias é um prato cheio para iniciativas culturais no país. “Bangladesh é um grande fenômeno em termos de belezas naturais e da versatilidade cultural que tem a oferecer à sua população e também aos seus fotógrafos”. Existe ainda uma grande vontade da população em se fazer visível. “Após a independência, um movimento sensacional tem envolvido toda a população, que tem coragem e paixão para contribuir com o sucesso do país em todos os campos possíveis. Seja na ciência ou nos esportes, o povo de Bangladesh sempre anunciou sua chegada ao resto do mundo com o constante espírito de vencer com pura paixão”, informa o site 121 clicks.
APU JAMAN
Nascido em Dhaka, capital do país, noanode1986, ApuJamanéum dos fotógrafos de maior alcance internacionaldeBangladesh. Destacou-se como fotógrafo a partir de 2014, e em 2015 teve sua obra reconhecida no JapãocomoconcursoGlobalOlympus Award. Na ocasião, foi premiado com uma câmera Olympus OMD EM1, que o incentivou ainda mais a perseverar em seu trabalho fotográfico. Em 2016, teve uma de suas fotos (Faces na água) selecionada para a quartaedição do fotolivro anual publicado pelo concurso 35Awards, realizado desde 2015. A imagem foi premiada em quatro categorias, incluindo melhor do ano. Em 2018, os curadores do concurso receberam mais de 137 mil imagens, oriundas de 160 países, incluindo o Brasil.
“Eu precisava saber o porquê de estar capturando imagens. E como eu poderia mostrá-las ao mundo”, conta o fotógrafo em seu site. “Eu gostaria de explorar isso através da descoberta de histórias que contextualizam a história de Bangladesh”, conclui. Jaman é o filho mais jovem de seus pais. Teve a sorte de possuir apoio familiar para conduzir sua carreira. Seus pais sempre o motivaram a estudar fotografia. “Apu criou seus próprios métodos, através deste subcontinente, explorando o país com sua fotografia. Tal percurso torna-o mais consciente das pessoas, das sociedades e de sua própria nação”, conta uma microbiografia exposta em seu site. O que mais chama a atenção em sua obra é o equilíbrio das cores, e o otimismo das crianças que retrata.