A água dos oceanos ocupa aproximadamente 70% da superfície do Planeta e isso garante uma regulação térmica planetária favorável à sobrevivência dos seres vivos. Apesar dos oceanos serem uma considerável fonte de alimentos para a humanidade, incluindo o cloreto de sódio (Na Cl) e o gás oxigênio produzido pelo Fitoplancton, é a água doce que é utilizada na produção de alimentos, na agricultura, na produção industrial e no consumo pessoal do ser humano.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que cada pessoa necessita de 300 litros de água por dia, portanto 109.500 litros por ano,e esse valor não contabiliza a produção de alimentos com a irrigação associada. Considerando os gastos com produções agrícolas a média estimada fica em torno de 1 milhão de litros de água per capta. Praticamente toda a água utilizada no consumo humano direto, na produção de alimentos e na indústria é doce. Entretanto, a maior parte da água doce está nas calotas polares e nas geleiras, apenas 0,009% da água total do Planeta estão nos rios e lagos,portanto, a água é um bem metaindividual extremamente precioso, e como tal, deve ser utilizada de forma racional.
O primeiro sistema de distribuição de água de uma civilização humana surgiu a 4.500 anos no Vale do rio Indú, localizado na região do Paquistão, próximo à Índia. O sistema era dotado de canais para o transporte de água até as casas,e incluia também um sistema completo de coleta de esgoto.
Apesar de o Brasil ser o País mais rico do mundo em recursos hídricos – possui 17% da água doce disponível no Planeta – as cidades de grande porte possuem problemas de abastecimento, pois a maioria dos rios próximos às cidades passaram a ser esgotos a céu aberto.
No mundo, a falta de saneamento básico e de água potável acarretam a morte de 6.000 crianças por dia. Isso, por si só, revela um alto grau de insanidade humana.
Devido à ação antrópica que muda o curso natural das coisas, tirando a vegetação, construindo casas e avenidas nas áreas marginais aos córregos, as enchentes se tornam desastrosas, pois sem solo permeável e sem vegetação que atuam como esponja, o Rio transborda e por ironia do destino transforma ruas e avenidas em córregos.
NAÇÕES CONSCIENTES E INVESTIMENTOS PARA SALVAR O RIO POLUÍDO
O rio Reno já teve a alcunha de ‘Cloaca’ da Europa, devido ao mau cheiro das suas águas. Ele nasce na Suíça e deságua no Mar do Norte, após banhar vários países europeus. No seu 1,3 mil km de trajeto recebia dejetos de zonas industriais e empresas químicas de grande porte. Após um grave acidente em uma multinacional suíça, que contaminou o rio com 20 toneladas de pesticida de alta toxicidade, a preocupação com a poluição do Reno chamou a atenção das autoridades e da opinião pública.
Os países banhados pelo Reno, como Alemanha, Suíça e França, somaram esforços governamentais e de iniciativas privadas e durante mais de vinte anos de trabalho conseguiram a recuperação de suas águas. O investimento foi da ordem de 15 bilhões de dólares aplicados prioritariamente na construção de estações de tratamento da água e de um rigoroso monitoramento ao longo de todo o rio.
Na atualidade, mais de 95% dos esgotos das empresas são tratados. Como termômetro inequívoco da qualidade atual de suas águas, das 64 espécies de peixes que habitavam o Reno, 63 já estão de volta.