Um pouco de ceticismo nessas horas pode evitar problemas maiores, até mesmo para a saúde física. Atualmente, é preciso desacreditar e verificar o que é dito, e às vezes aquilo que já acreditamos. Entre os males do excesso de informação e de uma espécie de inocência para com o que é veiculado pela mídia, está os danos da automedicação. A informação no século atual circula livremente.
O indivíduo pode encontrar respostas para suas dúvidas na palma da mão. Desta forma, a tal era da informação também apresenta suas particularidades perversas. A publicidade que envolve as grandes indústrias farmacêuticas pode ser uma grande cilada. Junto a este fator, já conhecido por uma parcela da sociedade, ainda surgem pessoas que preferem buscar medicações para supostas doenças em sites ou blogs, sem nem ao menos pesquisar a credibilidade e veracidade do que está descrito nestas páginas.
De acordo com uma pesquisa na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, publicada no ano de 2017, cerca de R$ 60 bilhões de reais do Sistema Único de Saúde (SUS) são utilizados para tratar danos causados por medicamentos. As mais onerosas são as causadas por reações adversas (39,3% dos gastos), pela não adesão ao tratamento (36,9%) e pelo uso de doses incorretas (16,9%).
A presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado de Goiás, Lorena Baía, explica que o profissional especializado é responsável por minimizar os efeitos dos remédios, através de uma prescrição médica equilibrada e analisando os riscos que o paciente apresenta. “Medicamentos são produzidos para beneficiar as pessoas, mas se não forem utilizados corretamente podem desencadear reações indesejáveis e até causar riscos severos à saúde”, diz. O acompanhamento do farmacêutico pode até mesmo barrar os ricos de uma medicação mais nociva ao organismo, por exemplo.
HIPERTENSOS E DIABÉTICOS
O principal público-alvo desta campanha são pacientes com quadros de hipertensão, diabetes ou dislipidemias. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 70% dos pacientes não conseguem controlar suas doenças mesmo tendo diagnóstico e prescrição médica. Outro estudo apresenta que 82% dos pacientes que utilizavam 5 ou mais medicamentos de uso contínuo, o faziam de forma incorreta ou com baixa adesão ao tratamento. Um em cada três pacientes abandonou algum tratamento, 54% omitiram doses, 33% usaram medicamentos em horários errados, 21% adicionaram doses não prescritas e 13% não iniciaram algum tratamento prescrito.
O trabalho dos farmacêuticos para que os pacientes façam o uso racional de medicamentos também inclui acompanhamento de prevenção de danos e de uso seguro dos medicamentos. Durante o mês de maio, farmacêuticos voluntários dos serviços públicos de saúde vão verificar se os pacientes polimedicados têm acesso e aderem ao tratamento medicamentoso ou não.
A ideia é compreender e diagnosticar o problema e traçar estratégias para resolvê-lo. O estudo será feito em 24 das 27 unidades federativas. Em Goiás, serão entrevistados 25 usuários do SUS, em 15 municípios do Estado, totalizando 375 pacientes. A expectativa é divulgar o resultado durante o Congresso do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), em julho. Os conselhos de Farmácia esperam sensibilizar os gestores públicos. “É uma iniciativa que visa à melhoria da qualidade da assistência à saúde e também racionalizar gastos do sistema público”, comenta o presidente do Conselho Federal de Farmácia, Walter da Silva Jorge João.
Em todo o mundo, cerca de 50% de todos os medicamentos receitados são dispensáveis ou vendidos de forma inadequada. Isso demonstra que boa parte das pessoas tem uma relação danosa com medicamentos. Além disto, cerca de ⅓ da população mundial sofre para conseguir acesso a remédios essenciais para a vida, agravando ainda mais esses dados. O resultado desse imbróglio é metade da população mundial tomando medicamentos de forma incorreta.
O resultado desse índice se torna um problema justamente para os médicos, que além de tratar a doença anterior precisam resolver casos de saúde ligados ao uso irracional de medicamentos. Entre os problemas estão o uso abusivo, o uso inadequado e uso de prescrição médica em desacordo com diretrizes clínicas. No ano de 2007, em março, o Ministério da Saúde chegou a criar o Comitê Nacional para Promoção do Uso Racional de Medicamentos (URM), para representar segmentos governamentais e sociais relacionados ao tema.
Este comitê tem como papel principal propor estratégias e mecanismos de articulação, de monitoramento e de avaliação de ações destinadas à promoção do URM. Para garantir as implementações das ações, foi criado o Plano de Ação, composto por vertentes em quatro áreas: regulação, educação, informação e pesquisa.
REMÉDIO DE CASA
Na maioria dos casos, as pessoas conservam em suas casas vários medicamentos, como se fosse um pequena farmácia. O risco da permanência de medicamentos em casa está no fato de que pode ocorrer ingestão acidental por crianças, além de o armazenamento poder diminuir a eficiência do produto.
O armazenamento inadequado, como a exposição a temperaturas altas ou à umidade, pode fazer com que o medicamento perca completamente sua eficácia ou cause outros efeitos em razão da alteração de suas propriedades. Além disso, muitas pessoas armazenam remédios por um período de tempo superior ao prazo de validade e acabam fazendo uso de medicamentos vencidos.
Uma forma muito utilizada atualmente são medicamentos naturais. Chás, receitas e dietas que tem transformado a vida de várias pessoas e se espalham como uma alternativa interessante para evitar efeitos colaterais de remédios. Confira abaixo duas receitas para ajudar na falta de energia e estimular o corpo para as tarefas diárias:
Suco de guaraná, abacaxi e mamão
O guaraná natural é um ótimo remédio para falta de energia, pois atua como estimulante e faz com que se tenha mais disposição para as tarefas do dia-a-dia.
INGREDIENTES
1 fatia de abacaxi
2 fatias de mamão
2 colher cheia de xarope de guaraná natural
2 xícaras de água de coco
MODO DE PREPARO
Colocar no liquidificador as fatias de abacaxi e mamão, juntar o xarope de guaraná e a água de coco. Bater bem e beber esse suco 2 vezes ao dia. Este suco não deve ser consumido exageradamente para não provocar insônia
Chá de malva
A malva é uma planta medicinal com diversos nutrientes que ajudam a aliviar as dores e sensação de fraqueza corporal e, por isso, o seu chá pode ser usado para tratar a falta de energia.
INGREDIENTES
1 colher de sopa de folhas de malva
1 litro de água
MODO DE PREPARO
Juntar numa panela a folhas de malva com 1 litro de água e deixar ferver. Tampar, deixar esfriar e tomar o chá a cada 6 horas.