Os concursos de Miss são famosos em todo o mundo. No Brasil em 2017 surgiu uma nova modalidade do concurso de beleza no Rio de Janeiro, o Miss Cadeirante, a competição visa a inclusão de mulheres com deficiência física. O evento neste ano ocorre de maneira virtual em virtude da pandemia.
Luciene Rufino que é a idealizadora do evento, explicou durante uma entrevista ao site Acontece Mais que sempre buscou usar a deficiência em seu favor. Ela recebeu o diagnostico de poliomielite aos 8 meses de vida, a doença é provocada por um vírus que causa paralisia e hoje luta pela inclusão e acessibilidade de mulheres e pessoas com deficiência.
Em ocasião da pandemia do novo coronavírus, o concurso este ano será realizado de forma virtual, as candidatas das diversas regiões do país enviaram suas fotos que estão publicadas nas redes sociais do concurso e a eleição será feita por meio de votos dos 40 jurados e votos populares somados através de curtidas, comentários e compartilhamentos. O resultado será divulgado no dia 30 de julho.
Todas as candidatas receberão um certificado e a vencedora receberá a faixa, a coroa e os prêmios (uma caixa de maquiagens, perfumes, livros e um vestido feito por uma estilista de roupas para pessoas com deficiência), através dos Correios caso não resida no Rio de Janeiro.
Representação da força goiana no Miss Cadeirante
Rita de Cássia, de 50 anos, representa Goiás no concurso nacional de Miss Cadeirante. Ela contou ao DM que foi diagnosticada com Distrofia Muscular Progressiva aos 21 anos, a doença é genética e leva ao enfraquecimento da musculatura esquelética. A tele-operadora aposentada, cadeirante há 17 anos garante que é uma militante em defesa das pessoas com deficiência (PCD).
A goiana usa as redes sociais para interagir com outras pessoas com deficiência e trocar experiências, “uso as redes sociais para motivar, resgatar autoestima”. De acordo com ela foi através dessas interações que Luciene Rufino, responsável pelo concurso a convidou para participar do concurso Miss Cadeirante 2020. “Estou muito feliz, pois a importância desse concurso é mostrar que a mulher deficiente está longe de ser coitadinha e frágil”, afirma.
“É a primeira vez que eu participo de um concurso”, conta. Rita acredita que o concurso criado para cadeirantes é importante para mostrar que a mulheres conseguem ser independentes apesar das limitações e dependências físicas, “elas conseguem também ser independentes, construindo suas vidas, suas famílias. Sobre rodas há doutores, pessoas com formação, consumidoras, clientes”, diz.
Para a candidata representante de Goiás a mulher cadeirante é uma mulher empoderada, “ela também tem seus encantos, seu poder, autoestima e amor próprio”, defende. Rita de Cássia disse que ela e as outras candidatas são amigas e antes de serem concorrentes são mulheres que lutam por uma mesma causa.
“Decidi participar não pra ter concorrentes e sim somar e abraçar a causa, para mim é mais um desafio de mostrar que as mulheres com deficiência têm seus encantos, seus valores e autonomia”, finaliza.
Quem desejar votar no concurso pode acessar as redes sociais oficiais através dos links: