A revista Piauí está proibida de publicar uma reportagem com desdobramentos sobre o caso de Marcius Melhem. Em dezembro de 2019, o ex-diretor da Globo foi acusado de ter cometido assédio sexual e moral a 8 mulheres, todas colegas de trabalho do ator.
O humorista pediu à Justica a censura da nova reportagem e teve seu pedido aceito pela juíza Tula Corrêa de Mello, da 20ª vara Criminal da Justiça do Rio de Janeiro. De acordo com a Piauí, a revista está proibida desde o dia 12 de agosto "pelo tempo que durarem as investigações".
O jornalista João Batista Jr. contou que tentava contato com o ator desde o dia 5 de agosto para uma entrevista sobre novas apurações, chegando a enviar perguntas em contato com Isabela Abdala, assessora de imprensa do artista.
"Enquanto negociava mais tempo para responder à Piauí, Marcius Melhem, por meio de seus advogados, entrou na Justiça para pedir que a revista fosse submetida a censura prévia e, assim, impedida de publicar a reportagem em apuração. No dia 12, a juíza Tula Corrêa de Mello, da 20ª Vara Criminal da Justiça do Rio de Janeiro, acatou o pedido de Melhem", escreveu Batista.
"[A juíza] determinou 'a suspensão, pelo tempo que durarem as investigações, da publicação de matéria na revista Piauí ou seu respectivo site'. Em caso de descumprimento da medida judicial, a juíza estabeleceu multa de R$ 500 mil, além do recolhimento dos exemplares da revista nas bancas e da remoção da reportagem do seu site".
"Também mandou investigar o vazamento. No direito criminal, a guarda de sigilo judicial cabe aos funcionários da Justiça e às partes envolvidas no processo, e não aos jornalistas", concluiu.
Melhem nega
Marcius Melhem se manifestou na noite de quarta-feira (25), através de seu perfil no Twitter, e afirmou que o jornalista estava mentindo.
"É mentira que eu pedi censura à revista Piauí. Repito: é mais uma mentira de João Batista Júnior que eu tenha pedido censura à publicação de matéria da revista Piauí", escreveu.
"[Estou] Entendendo aqui o que a Justiça me permite dizer sobre isso. Esclareço em breve", avisou o ex-funcionário da Globo, que retomou logo em seguida. "Piauí e seu repórter mentem mais uma vez. É mentirosa e covarde a afirmação de que pedi que a revista Piauí fosse censurada! Mais uma vez João Batista Júnior usa de mentiras pra tentar comprovar sua tese de que sou um assediador", acusou.
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"A investigação aberta no MP [Ministério Público] corre sob sigilo judicial. Eu não posso comentar sobre nenhum detalhe das investigações. Para tornar tudo mais fácil para João Batista mentir à vontade, ainda não está no momento da minha defesa. Ou seja: ele quer vazar uma investigação que – nesse momento – só tem acusação", continuou Melhem.
"Me manda perguntas que a Justiça me proíbe de responder. Tem como a cilada ficar mais clara? Duvido que se lá estivessem as minhas respostas e provas João Batista publicaria nova matéria", finalizou.
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