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Não é novidade que desde muito antes da chegada dos portugueses ao Brasil, o povo indígena já habitava nessas terras. Hoje, cerca de 1,1 milhão do total de, 213 milhões de brasileiros, são indígenas. De acordo o levantamento feito pelo Censo Demográfico do IBGE, os povos indígenas são divididos em mais de 200 etnias, em diferentes regiões do país.
Os povos indígenas brasileiros deram contribuições significativas para a sociedade mundial. De acordo com a formação histórica, os índios são responsáveis pela agricultura e a criação de alguns alimentos, como: o milho e a mandioca. Mas conforme a colonização foi avançando, os índios foram perdendo espaço e controle sobre suas terras, muitos povos foram extintos por doenças ou durante guerras e conflitos armados.
Vale ressaltar que a existência das comunidades são importantes para a formação cultural e miscigenada do país. Atualmente, no avanço para combater os preconceitos e conquistarem novos espaços, os índios cada vez mais tem buscado na internet um lugar de fala.
Sthefany Tremembé, ativista e indígena, residente da Aldeia Córrego João Pereira, Itarema-Ce, e estudante de letras na Universidade de Pitágoras em Sobral, contou ao DM que a internet - as redes socais - são uma forma de "nos aproximar".
Aos 18 anos ela com mais dois amigos, lançaram o projeto "Ytacoatiara "projeto de pinturas e Grafismos", que visa intensificar a cultura, o protagonismo da juventude dentro da aldeia, além de fortalecer a cultura indígena.
"O intuito do projeto é colocar os Grafismos que são presentes em nossa cultura nos pontos estratégicos dentro da aldeia e tentando dar visibilidade através das redes sociais a esse projeto, para que as pessoas conheçam e entendam um pouco mais da nossa cultura", afirmou.
Sthefany diz que o projeto é bem aceito e as pessoas gostam bastante. Além disso, a jovem indígena também é influencer e maquiadora nas redes sociais e ressalta a importância da comunicação social entre os indígenas.
"A forma de melhorar a comunicação entre a comunidade e a sociedade em geral, é justamente esses espaços que são abertos para a gente. O fato de você ser uma jornalista e está me dando voz para mim poder está colocando as questões da cultura, isso já é um espaço de descolonização, de está mantendo um conhecimento para as pessoas, que muitas vezes não compreendem o modo que a gente vive, a nossa cultura. Então a forma de melhorar é conversando, dialogando, colocando o indígena no espaço de visibilidade", concluiu.
Acesso a Internet
De acordo com a Agencia Brasil, algumas aldeias já possuem acesso a internet. Pesquisadores afirmam que, essas comunidades não estão imunes às transformações que a sociedade vive e que por isso tem sido mais notáveis o uso das tecnologias nesses locais também.
Os projetos que têm levado internet para as aldeias são reivindicações dos próprios índios, principalmente dos mais jovens. Para a pesquisadora de educação indígena, Marina Terena, a cultura das etnias também é dinâmica.
“É preciso que isso se torne claro para o não índio, para acabar com determinados preconceitos. A tecnologia já está disponível para todas populações, indígenas ou não indígenas. O próprio movimento indígena hoje se mantém graças à tecnologia, através da disseminação da luta de seus direitos, sua cultura, sua história e trajetória”, disse.
