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Âncora da Globo rebate fala xenófoba de vereador do Rio Grande do Sul

Jornalista deu uma aula para Sandro Fantinel, que questionou a repercussão do resgate de empregados em situação de escravidão

Foto: Reprodução/Internet Foto: Reprodução/Internet

A jornalista Jéssica Senra viralizou nas redes sociais ao rebater o discurso xenofóbico do vereador Sandro Fantinel (sem partido), de Caxias do Sul, na Serra do RS, que questionou a repercussão do resgate de trabalhadores em situação análoga à escravidão.

Durante discurso na Câmara dos Vereadores, o vereador ficou revoltado porque os empregados escaparam do local e denunciaram as condições de trabalho. Além disso, ele argumentou que pessoas da Bahia são preguiçosas e que “tocam tambor o ano inteiro”. "Com os baianos, que a única cultura que têm é viver na praia tocando tambor, era normal que fosse ter esse tipo de problema”, disse.

Ao vivo no 'Bahia Meio Dia', da TV Bahia, afiliada da Globo, a âncora disparou: “A gente até toca tambor muito bem e temos praias linda, mas essa não é a nossa única cultura não, vereador. A nossa cultura também é de não se deitar para autoritários, para tiranos, para senhores de engenho”.

“Agora veja a ironia: O Rio Grande do Sul foi um estado colonizado por imigrantes europeus, especialmente os alemães e também também italianos. Esses imigrantes não eram pessoas ricas que vieram investir no Brasil, muito pelo contrário, eram pessoas fugindo de crises econômicas na Europa e que receberam inúmeros benefícios do Brasil para aqui se instalarem, desde a passagem, terras, subsídio, roupas e até animais para criar”, continuou.

"Hoje, esse vereador de um estado construído aí com a força de pobres imigrantes, discrimina pessoas humildes em busca de oportunidades de trabalho. (Ele age) ignorando sua história, se crê superior social e economicamente".

Jessica Senra ainda explicou o termo xenofobia: "A xenofobia é aquele comportamento que rejeita, que exclui, que discrimina, que difama pessoas com base na percepção de que são estrangeiras à comunidade. É a aversão, o medo, a antipatia diante de quem vem de fora. Muitas vezes está atrelada a uma ideia equivocada de que os estrangeiros representariam prejuízo ao sucesso econômico do cidadão, ou de uma região ou país. Medo da escassez somados a preconceitos e estereótipos geram esse ódio", disse.

A jornalista finalizou dizendo que a burrice é a incapacidade de compreender a realidade. "Eu costumo dizer que o preconceito é, antes de tudo, ignorância. Os preconceitos costumam ser alimentados por estereótipos e comentários discriminatórios por falta de conhecimento. O racista, por exemplo, geralmente não conhece toda a riqueza e a beleza da cultura negra. Mas o escritor mineiro Luiz Ruffato disse uma vez que existe uma grande diferença entre ignorância e burrice. Enquanto a ignorância é a falta de conhecimento sobre determinado assunto, a burrice é a incapacidade de compreender a realidade, seja por teimosia ou arrogância”, encerrou.

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