Home / Entretenimento

Streaming

Apple TV+ lança série documental sobre morte de Lennon

Segundo a Apple, produto traz novos detalhes sobre assassinado cometido por Mark David Chapman, em dezembro de 80

John Lennon olha para câmera do fotógrafo Bob Gruen, em 1974, na cidade de Nova Iorque: músico morou na metrópole até 1980 - Foto: Divulgação John Lennon olha para câmera do fotógrafo Bob Gruen, em 1974, na cidade de Nova Iorque: músico morou na metrópole até 1980 - Foto: Divulgação

O último fim de semana foi calmo. Pelas janelas do edifício Dakota, via-se o céu nublado sem a correria da metrópole. Nova Iorque parecia ainda não ter despertado de seu sono. Ao abrir os olhos, passados 30 ou 40 minutos, John Lennon colocou para tocar a música “Walking on Thin Ice”, gravada pela sua esposa, Yoko Ono. Yoko saiu, quis deixar o marido à vontade, pois ele estava compenetrado. Comprou jornais e levou chocolate, que Lennon tanto gostava naqueles dias em que as drogas e os excessos eram vistos pelo retrovisor.

Na segunda-feira ensolarada, derradeiro dia de Lennon com vida, a agenda dele e de Yoko estava cheia. Iam posar para as lentes da fotógrafa Annie Leibovitz, depois se preparariam para um programa de rádio e seguiram ao estúdio por volta das 18h. Entre um compromisso e outro, com a esposa irritada por causa de “mais um autógrafo”, Lennon entrou no carro, sentou-se ao lado da parceira e agarrou-lhe a mão. “Double Fantasy” acabara de ser lançado. John Lennon reencontrara a criatividade após abrir mão da carreira para cuidar do filho.

Em frente ao Dakota, acompanhado por Yoko Ono, Lennon foi alvejado por cinco tiros. Era 22h e ele acabara de gravar “Walking on Thin Ice”, música de sua companheira. O autor dos disparos, Mark David Chapman, então com 25 anos, nem tentou fugir. Assustado com a cena, um homem perguntou ao assassino se ele sabia o que tinha feito. “Sim, eu atirei em John Lennon”, falou, sentando-se na calçada e tirando do bolso o livro “O Apanhador no Campo de Centeio”, escrito por J.D Salinger. O músico chegou a ser levado ao hospital St. Luke´s Roosevelt, porém às 23h veio a notícia: John Lennon não estava mais entre nós.

Seu corpo físico não estava mais entre nós, melhor dizendo. Discos como “Abbey Road” e “Let It Be”, feitos com os Beatles, ou “Plastic Ono Band” e “Imagine”, de sua carreira solo, continuam repousados na agulha da vitrola. As letras que escreveu são admiradas há décadas e sua vida recebeu perfis por jornalistas especializados em rock, virou objeto de estudo acadêmico nas faculdades de letras e biografias chegam de tempos em tempos às livrarias com edições em português, álbuns ganham versão em vinis ou compact disc e sua vida - ou morte - chama atenção desde aquela terrível noite de 8 de dezembro de 1980.


		Apple TV+ lança série documental sobre morte de Lennon
Lennon e Yoko se beijam na capa de “Double Fantasy”: dias tranquilos antes da tragédia - Foto: Divulgação. Marcus Vinícius Beck

Pode-se dizer que esse é o estímulo da Apple TV+ na série documental “John Lennon: Assassinato Sem Julgamento”, que entra em cartaz no catálogo do streaming nesta quarta-feira, 6. Narrada pelo ator canadense Kiefer Sutherland, conhecido do público brasileiro por ter vivido o agente Jack Bauer no seriado policial “24 Horas”, a produção se debruça em informações obtidas pela Lei de Liberdade de Informação do Departamento de Polícia de Nova Iorque, do Conselho de Liberdade Condicional e do escritório do Promotor Público. O diretor Nick Holt ouviu ainda testemunhas e garimpou fotos inéditas do crime.

Holt investigou as circunstâncias nas quais se deu a condenação de Chapman, que ganhou em 2000 direito de pedir a cada dois anos liberdade condicional. Todas as tentativas, no entanto, lhe foram negadas. Em 2020, o assassino afirmou que merecia pena de morte pelo crime cometido quatro décadas antes. Nos últimos anos, Yoko quebrou o silêncio ao se declarar contra a situação do matador, pois teme pela segurança dos filhos e dela própria. Já se especulou que o homem atentou contra a vida de John Lennon pelo que o artista disse à jornalista Maureen Cleave, em 66: “O cristianismo irá acabar. Vai encolher e sumir.”

Investigação

Se os fatos possuem conexão entre si, já é outra história. “John Lennon: Assassinato Sem Julgamento” se credencia a ser um relevante trabalho jornalístico ao mostrar os meandros da investigação e condenação do assassino confesso. O lançamento da série coincide com “Now And Then”, canção inédita dos Beatles, e a excursão de Paul McCartney pelo Brasil a bordo da turnê “Got a Back”, em cujos concertos o baixista dos Beatles canta “I've a Got Feeling” em “dueto” com Lennon. O ex-parceiro aparece no telão em imagens extraídas do último show da banda britânica, realizado no telhado da gravadora Apple Records, em 1969.

Até levar cinco tiros, John Lennon tinha liderado os Beatles, formando com McCartney uma das maiores parcerias do pop. Em 1969, já vivido os anos loucos de Hamburgo e ajudado a criar obras-primas para a história do rock’n roll, decidiu fazer confissões existenciais em “Plastic Ono Band”, disco que marcou sua carreira solo. Dois anos depois, o agora ex-beatle criou uma obra utópica, esperançosa e de variada musicalidade: “Imagine”.

Produzido por Phil Spector, o álbum registrou colaborações de George Harrison, Klaus Voormann, Nicky Hopkins, Jim Ketler, Alan White, King Curtis e um ou outro integrante do Badfinger, banda que ostentava o status de promissora na virada dos anos 60 pros 70. O disco possui ainda algumas das melhores músicas feitas por um homem a uma mulher, como “Oh My Love” e “Jealous Guy”. Há ainda o rock de protesto político “Gimme Some Truth”, canção que anunciava os rumos seguidos em “Some Time In New York”, de 72.

“No período de ‘Double Fantasy’, ele recuperou seu fluxo criativo e estava totalmente vigoroso, compondo e gravando músicas maravilhosas. Mas, no meio da noite, ele tinha pesadelos de nós voltarmos a nos separar. Desta vez, pela morte”, contou Yoko à fotógrafa e jornalista fotógrafa Annie Leibovitz. “Quando meu pai morreu, ele piscou para mim um pouco antes de partir. Quero dar essa mesma piscada quando chegar minha hora, e se pudesse daria ela ao John”, disse o stone Keith Richards, amigo de longa data.

John Lennon: Assassinato Sem Julgamento

Diretor: Nick Holt

Gênero: documentário

Disponível a partir de quarta, 6

Episódios na Apple TV+

Mais vídeos:

  • ENTRETENIMENTO

    Sthefany Brito dá a luz a segundo filho

    A chegada de Vicenzo, fruto do seu casamento com Igor Raschkovsky, foi comemorada nas redes sociais.

    Publicado quarta-feira, 11 de setembro de 2024 - 09:50

    / Atualizado quarta-feira, 11 de setembro de 2024

  • ENTRETENIMENTO

    Nasce José Leonardo terceiro filho de Zé Felipe e Vírginia Fonseca

    Os dois são pais de Maria Alice e Maria Flor

    Publicado segunda-feira, 09 de setembro de 2024 - 09:14

    / Atualizado segunda-feira, 09 de setembro de 2024

  • ENTRETENIMENTO

    Carlinhos Maia em prantos revela que seu pai está com câncer; veja vídeo

    Sem muitos detalhes sobre o diagnóstico, o influenciador contou que a doença foi descoberta há alguns dias

    Publicado sexta-feira, 30 de agosto de 2024 - 11:44

    / Atualizado sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Leia também:

edição
do dia

Capa do dia

últimas
notícias

+ notícias