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Cuidados com o cérebro

Redação

Publicado em 9 de fevereiro de 2018 às 23:56 | Atualizado há 4 meses

Localizada na base do cé­rebro, a hipófise é uma glân­dula do tamanho de uma er­vilha, mas que tem um papel muito importante no corpo humano. Além de ter a fun­ção de regular o trabalho de outras glândulas, como a ti­reoide, ela também é respon­sável pela produção de vários hormônios, como o do cres­cimento, por exemplo. Por isso, al­terações em seu funcionamento podem causar sérios problemas de saúde.

Uma das condições mais recor­rentes são os tumores hipofisários, que afetam cerca de 16,7% da po­pulação em geral. Do total dos tu­mores cerebrais, este tipo de con­dição representa de 10 a 15% dos casos. Os adenomas hipofisários surgem quando há crescimento anormal das células da hipófise.

Segundo o neurocirurgião, dr. Iuri Weinmann, os tumores na hipófise são um desafio, pois o crescimento é lento e as manifes­tações clínicas costumam ser tar­dias e muito diversificadas.

TUMOR PODE SECRETAR HORMÔNIOS EM EXCESSO

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), há três tipos de tumores de hipófise: ade­nomas típicos, atípicos e carcino­mas. “Um adenoma é um tumor formado por células glandulares, portanto, pode secretar hormô­nios. Quando isso acontece cha­mamos de adenoma clinicamen­te funcionante. Mas há tumores que não secretam hormônios e são chamados de clinicamente não funcionantes”, explica dr. Iuri.

Aproximadamente 75% dos tumores diagnosticados são ade­nomas funcionantes que levam a uma secreção elevada dos hor­mônios produzidos na hipófise. O mais prevalente é o prolactinoma, que representa de 40 a 60% dos ca­sos dos tumores funcionantes e em 89% dos casos afetam mulheres.

Os adenomas atípicos são aque­les com características sugestivas de comportamento agressivo, in­clusive com força para in­vadir outras estruturas e se espalhar. O carcinoma de hipófise gera metástases. Fe­lizmente, a maioria dos tu­mores de hipófise é benigna.

SINTOMAS VARIADOS

Os tumores que não se­cretam hormônios são os mais difíceis de serem diag­nosticados. Isso porque o diagnóstico vai depender dos efei­tos provocados pelo seu cresci­mento nas estruturas vizinhas do sistema nervoso central.

“Nestes casos, há alterações visuais causadas pela compres­são do nervo óptico e dor de ca­beça pela compressão da dura­-máter. Lembrando que estes sintomas podem também se manifestar nos tumores fun­cionantes, em conjunto com os sintomas decorrentes da hiper­produção dos hormônios da hi­pófise”, comenta dr. Iuri.

Nos prolactinomas (tumo­res que secretam prolactina), por exemplo, há produção e secreção de leite (galactorreia), ausência de fluxo menstrual (amenorreia), in­fertilidade, diminuição da libido, ganho de peso, entre outros sinto­mas. Nos corticotropinomas (tu­mores que secretam cortisol), há obesidade, fragilidade capital, face de lua cheia, estrias, hirsutismo (excesso de pelo em regiões espe­cíficas do corpo), entre outros.

CIRURGIA PODE REMOVER O TUMOR PELAS NARINAS

Após o diagnóstico, o médico poderá tratar o tumor com medi­camentos e/ou cirurgia. Segun­do dr. Iuri, a cirurgia é indicada na maioria dos casos, principalmen­te quando os tumores são gran­des e comprimem regiões do sis­tema nervoso central.

Atualmente, graças ao avan­ço das técnicas cirúrgicas, já é possível retirar os tumores da hi­pófise por meio da neuroendos­copia. “Trata-se de uma técnica minimamente invasiva em que o endoscópio é introduzido pe­las narinas do paciente, evitan­do incisões no crânio”, explica dr. Iuri, especialista neste tipo de procedimento.

Entre as vantagens da neuro­endoscopia estão menor tempo de cirurgia, menor tempo de in­ternação, recuperação mais rá­pida se comparada com a cirur­gia convencional, assim como diminuição de riscos durante o procedimento devido a menor agressão das estruturas cere­brais durante a cirurgia.

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