Fernanda Passos, viúva de Erasmo Carlos, usou as redes sociais para publicar um desabafo sobre o momento em que jogou as cinzas do marido no mar e criticar a presença de alguns parentes no velório do cantor.
"Nenenhô! Você sentiu a brisa do mar? A água gelada bater e levar nossos nomes? Você tava aonde? Comigo? Em mim? Na varanda me olhando? Me sinaliza pra eu não morrer de desespero! Do palco você sempre queria saber onde eu estava sentada para olhar na minha direção", iniciou ela, relatando a experiência.
"Eu tô desesperada, estou com medo de esquecer dos detalhes da gente, amoooor! Meu cérebro há muito só funcionava para guardar o que era importante pra te cuidar e fazer feliz, e se eu não guardei na memória o que é realmente importante pra agora?", continuou.
Na sequência, Fernanda Passos criticou a presença de parentes da família no velório de Erasmo Carlos. "Vido, a gente não se poupava! O papo era direto, reto, constante. Ontem sofri, além da sua perda, a maior violência que jamais imaginei daqueles parentes que a gente sabia que apareceriam! Sua família éramos seus filhos, seus netos, suas noras, seus parceiros da estrada, seus médicos, a minha família que eu ensinei a te amar, e eu! Você sempre foi tão digno, tão maravilhoso, tão grandioso, tão respeitador!", disse.
Ela também lembrou da mãe do cantor. "Que baita orgulho da sua mãe! Olha o que ela fez sozinha! Uma mulher! Ela não tinha fragilidade, não? Olha esse filho! Meu bem, ninguém pode ser leviano assim comigo nesse momento. Já disse e repito: Dor não se compara, o buraco é escuro, frio, a queda é livre e não tem fundo. Eu descrevi para essas pessoas mórbidas que queriam um ingresso para te ver deitado o que eu vi e vivi você encarar brava e humildemente! A violência que foi esse acidente aos berros!".
"Eu não queria que ninguém te visse, te tocasse, te encarasse assim! Mas eu deixei você me guiar e sua voz no meu ouvido: 'Deixa pra lá, meu bem! Finge que não ouviu, eu quero viver em paz. Eu só quero paz.' Que orgulho da sua sabedoria! Você soube se preservar e eu quero manter te preservando", seguiu.
"Meus 1,62m eram incapazes de fazer o que eu gostaria pelos seus 1,86m. Mas eu me muni das minhas armas e fui. Minhas armas eram o meu amor incondicional por você e a música. Uma guerra assistida e solitária! Daqui a pouco as pessoas vão retomar a vida, vão me esquecer e deixar de falar de você, mas eu vou continuar lutando", concluiu Fernanda.