O ator argentino Juan Darthés foi condenado a seis anos de prisão pelo estupro em 2009 da ex-colega de elenco Thelma Fardin, quando ela tinha 16 anos e ele, 45. A decisão foi proferida pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região nesta segunda-feira (10).
A decisão foi aprovada por dois votos a favor e um contrário dos integrantes do TRF-3, que em fevereiro havia anulado o processo judicial ao considerar que a competência seria da Justiça de São Paulo, na esfera estadual, mas reverteu sua decisão em março e retomou o caso. Darthés, que também é brasileiro e possui dupla cidadania, ainda pode recorrer da sentença. Enquanto ela não for definitiva, o artista seguirá em liberdade.
O caso foi revelado por Thelma em dezembro de 2018, quando ela denunciou perante o Ministério Público da Nicarágua que havia sido estuprada por Juan em um hotel de Manágua durante uma turnê como parte do elenco da novela infantil "Patito Feo", ao ar em 2009.
Segundo a atriz, o ex-colega a forçou a fazer sexo no hotel em que estavam. “Uma noite começou a beijar meu pescoço, e eu disse que parasse. Ele agarrou minha mão e me disse: ‘Veja como você me deixa’. Me jogou na cama, baixou meu short e me fez sexo oral. Segui dizendo que não. Subiu em cima de mim e me penetrou. Neste momento, alguém bateu à porta e eu pude sair do quarto do hotel”, contou.
Em coletiva de imprensa convocada após a condenação do ator, Thelma Fardin expôs sua emoção. “É um dia de muitas emoções, estou muito mexida. Esse é um cenário para o qual eu não estava preparada, porque já havia perdido a fé na Justiça. Esta frase tem que ser uma mensagem de esperança para todos que sofrem algum tipo de abuso”, disse.
"É uma vitória muito importante porque é uma decisão condenatória em que (...) por maioria entenderam a materialidade da autoria do crime de estupro com pena de seis anos, que é a pena mínima de estupro no Brasil", completou a advogada Carla Junqueira ao canal La Nación +.