A vida da atriz Leona Cavalli é uma caminhada que entrelaça o palco e as telas, com destaque para sua carreira nas artes cênicas. Em uma entrevista exclusiva ao Diário da Manhã, ela compartilha detalhes sobre sua experiência inicial no teatro, sua expansão para o cinema e televisão, suas incursões na direção teatral, seu papel em projetos recentes e seu ativismo pela cultura da paz.
Leona iniciou sua carreira trabalhando com um dos ícones do teatro brasileiro, Zé Celso Martinez Corrêa. "Comecei fazendo a personagem Ofélia em 'Hamlet', de Shakespeare, dirigida por Zé Celso na reabertura do Teatro Oficina", relembra a atriz. A peça ganhou prêmios e Leona foi indicada ao prêmio APCA de melhor atriz.
Essa experiência revolucionária marcou o início de sua trajetória no teatro, proporcionando aprendizados que permanecem presentes em sua carreira até hoje. Leona destaca o rigor, a disciplina e a paixão de Zé Celso, que transformaram a arte em algo sagrado para ela.
"Ensaiávamos mais de 8 horas por dia; com análises de textos minuciosas que eram verdadeiras aulas de atuação; preparação corporal e vocal intensas. Nesse período aprendi mais do que em toda faculdade de teatro que fiz, vivenciando pela primeira vez a arte como algo sagrado. E isso trago em mim até hoje, onde quer que esteja atuando", revelou Leona sobre sua disciplina.
Em seguida, ela acabou transitando para o cinema e a sua estreia aconteceu com "Um Céu de Estrelas", dirigido por Tata Amaral. "Foi algo completamente inesperado, porque era a primeira vez que fazia cinema, nunca tinha feito nada, nem curta - metragens", comenta Leona. O filme rendeu prêmios, incluindo reconhecimento internacional na Itália. A transição para o cinema não significou uma ruptura com o teatro, mas uma expansão. Leona observa que a oportunidade de atuar em diversas mídias se desenvolveu de forma orgânica, frequentemente originando-se de suas performances teatrais.
Para a atriz, suas nuances pelo teatro, cinema e TV foi algo positivo, por aumentar seu contato com o público gradualmente sem deslumbres, mas com persistência em veículos distintos.
"O maior desafio é também o maior prazer: ( re ) descobrir as diferenças de cada linguagem, para cada tipo de público", conta Leona Cavalli sobre atuar em diversas áreas
Leona também seguiu o caminho da direção teatral, dirigindo peças como "Pandora" e "O Príncipe". Ela descreve isso como uma extensão natural de seu papel como atriz. "Naturalmente meu foco principal é a atuação, a interpretação dos atores e atrizes é o que me instiga", diz Leona. "O Príncipe" é uma adaptação do texto clássico, enquanto "Pandora" é uma peça que mistura várias linguagens, dança, bonecos, teatro de sombras; fez temporadas no Rio de Janeiro e São Paulo, e deve virar filme em breve.
Atualmente, Leona atua simultaneamente na série "O Rei da TV" e na novela "Terra e Paixão". Em "O Rei da TV", ela interpreta Iris Abravanel, a esposa de Silvio Santos, explorando um recorte da história da televisão brasileira. Enquanto em "Terra e Paixão", Leona vive a personagem Gladys, uma diretora de escola com uma vida dupla. A atriz celebra o retorno positivo do público em ambos os projetos e destaca a alegria de trabalhar em produtos tão distintos ao mesmo tempo.
"O retorno do público tem sido enorme, dos dois trabalhos; e isso é o melhor, estar em produtos tão diferentes ao mesmo tempo", afirmou Leona sobre estar no ar ao mesmo tempo com personagens opostos
Fora do mundo do entretenimento, Leona é ativa na Ong Paz Sem Fronteiras, que auxilia indígenas, artistas de circo e crianças carentes. A atriz compartilha seu tempo entre a carreira e atividades sociais, destacando que, embora seja desafiador, ela encontra felicidade nesse equilíbrio.
A atriz ainda revelou que seu trabalho voluntário promove atividades através de uma Cultura de Paz, como caminhadas ecológicas, plantio e distribuição de sementes sem agrotóxicos, distribuição de cestas básicas, fóruns sobre paz e capoeira.
Leona Cavalli: uma artista que usa a arte e notoriedade para promover a paz (Foto Reprodução/Instagram)
Para a atriz, a natureza desempenha um papel fundamental em sua busca por harmonia e bem-estar. "Procuro equilibrar vida profissional e vida pessoal como dá, nem sempre é possível um equilíbrio justo, normalmente a vida pessoal fica com menos tempo. Mas sou feliz assim, amo o que faço! E procuro sempre estar perto da natureza, que ajuda a manter a saúde física e mental em harmonia", finalizou.
Conheça mais sobre a trajetória da atriz Leona Cavalli
Leona Cavalli iniciou sua carreira com o diretor Zé Celso Martinez Corrêa, participando de produções como "Hamlet" de Shakespeare, "Bacantes" de Euripedes e "Cacilda!" de Zé Celso. Recebeu prêmios notáveis por suas atuações, incluindo o Prêmio Shell por seu papel em "Toda Nudez Será Castigada" de Nelson Rodrigues e o Prêmio Qualidade Brasil por sua interpretação de Blanche Dubois em "Um Bonde Chamado Desejo" de Tennessee Williams, ambas dirigidas por Cibele Forjaz.
Ao longo de sua carreira, trabalhou em uma série de produções teatrais de destaque, incluindo "Frida Y Diego", "Gatão de Meia Idade", "Procuro o Homem da Minha Vida, Marido Já Tive", "Fausto" e "Elogio da Loucura".
No cinema, ela estreou em "Um Céu de Estrelas" e atuou em diversos outros filmes , como "Através da Janela", "Amarelo Manga", "Carandiru" e "Olga". Leona também teve uma presença sólida na televisão, participando de várias novelas na Rede Globo, incluindo "Órfãos da Terra", "Totalmente Demais", "Amor à Vida" e "A Vida da Gente". Além de sua carreira na atuação, ela dirigiu peças e escreveu dois livros, "Caminho das Pedras, Reflexões de uma Atriz" e o livro infantil "Bela Belinha, Uma Bonequinha".