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Luiza Brunet: Uma trajetória inspiradora pelos direitos das mulheres

A ativista Luiza Brunet revela sua jornada na defesa das mulheres e destaca a importância da conscientização contínua para uma sociedade mais igualitária

A trajetória da icônica modelo e empresária brasileira que encontrou seu propósito na luta pelos direitos das mulheres e enfrenta os desafios do ativismo em temas sensíveis como violência doméstica e tráfico humano A trajetória da icônica modelo e empresária brasileira que encontrou seu propósito na luta pelos direitos das mulheres e enfrenta os desafios do ativismo em temas sensíveis como violência doméstica e tráfico humano

Luiza Brunet, ícone de coragem e comprometimento na luta contra a violência doméstica, concedeu uma entrevista exclusiva ao Diário da Manhã, contou sobre os eventos marcantes que a levaram a se tornar uma referência na defesa dos direitos das mulheres. Desde os primeiros passos de seu ativismo até os dias atuais, a ativista compartilhou sua trajetória inspiradora, onde ressalta a importância da conscientização e do enfrentamento desse grave problema social.

Infância marcada pela violência

“Meu ativismo começou desde muito pequena”, afirmou Luiza Brunet, quando relembra sua infância permeada por conflitos familiares. Desde os seis anos, ela já se posicionava na defesa de sua mãe, e acabou enfrentando as duras consequências de um ambiente onde a violência estava presente.

“Eu já me colocava na frente dos meus pais quando eu tinha entre 6 e 12, quando eles estavam se dê gladiando. Meu pai, ele era alcoólatra, tinha problemas mentais, tinha arma, e esse combo de coisas fazia com que a gente tivesse acesso a uma violência muito, muito aguda naquela época”, contou Luiza, sobre os anos 60 e 70, quando não se falava abertamente sobre violência de gênero, e a falta de conscientização dificultava a identificação do problema.

Uma denúncia corajosa

Aos doze anos, quando se mudou para o Rio de Janeiro, Luiza foi trabalhar como empregada doméstica, Luiza sofreu abuso sexual perpetrado por um membro da família que frequentava a casa onde trabalhava. “Eu achava aquilo uma coisa muito desagradável, invadiu meu corpo daquele jeito e eu decidi sair dessa casa sozinha”, relata a ativista.

Sua coragem, ao romper com essa situação de abuso, fez com que Luiza procurasse novas oportunidades,“Eu tinha já 12 pra 13 anos de idade e voltei para a minha casa dizendo que eu queria trabalhar na loja de rua ou fazer qualquer outra coisa, mas eu não queria mais trabalhar e que eu queria voltar a estudar, porque eu tinha parado de estudar”, contou.

O ativismo ganha força nos anos 80

Na década de 80, Luiza engajou-se em trabalhos voluntários ao lado de Hebert José de Souza, o saudoso Betinho, em um projeto de combate à fome no Brasil. Essa experiência foi primordial para ela entender a importância de seu papel como agente de mudança na sociedade. Sua dedicação em diversas causas sociais demonstrava que seu coração estava sempre aberto para ajudar o próximo.

Além disso, após se envolver em diversos projetos como voluntária, a ativista revelou que chegou a trabalhar com a irmã Dulce, em seu hospital, na Bahia.

“Outras séries de outros movimentos que eu fazia sempre durante a minha vida inteira eu não falava que era ativista, porque não existia essa nomenclatura, mas qualquer trabalho voluntário que tinha. Eu já me oferecia para fazer e fazia com vontade mesmo, sempre como voluntária e me dedicando”, revelou sobre sua experiência que marcaram o início de seu ativismo latente.

O foco na pauta feminina

A conscientização sobre a violência de gênero ganhou ainda mais espaço na vida de Luiza após sua experiência pessoal com a violência doméstica. Ela passou a se aprofundar na pauta feminina e a divulgar informações sobre a quantidade de mulheres que sofrem violência no Brasil e no mundo.

Sua denúncia corajosa trouxe visibilidade para a causa, desmistificando o estereótipo de que apenas mulheres de determinadas condições sociais são vítimas desse tipo de violência.

“Logo depois que eu fiz a minha denúncia, foi muito intensificada no Brasil, foi muito divulgada e isso trouxe uma visibilidade muito grande para as mulheres que eram conhecidas como mulheres famosas, bem-sucedidas, mulheres com poder aquisitivo, desmistificando que somente as mulheres de periferia, pobres ou negras sofriam agressões”.

A luta persistente

Atualmente, Luiza Brunet dedica-se diariamente ao ativismo. Participa de eventos, seminários e rodas de conversa, a ativista se mantém engajada e motivada a ajudar vítimas de violência doméstica. Recentemente, ela participou de um diálogo com representantes do governo e entidades, e reforça o compromisso com a luta pelos direitos das mulheres.

“Se ativista é isso, é você se preocupar com as necessidades do outro e você, tendo condições de colocar vítima com quem pode ajudar, já é um ato assim, glorioso.”

A mensagem de Luiza é clara: a luta contra a violência doméstica é um esforço coletivo, e cada um pode contribuir para a transformação dessa realidade. A conscientização diária, o apoio às vítimas e o engajamento na causa são pilares fundamentais para construir uma sociedade mais justa e igualitária.


		Luiza Brunet: Uma trajetória inspiradora pelos direitos das mulheres
Ativista compartilha suas experiências marcadas por violências e defende a importância da conscientização na busca por mudanças.. Foto: Instagram/Luiza Brunet

A determinação de Luiza Brunet em continuar sua luta contra a violência doméstica é alimentada pela esperança de que cada vez mais mulheres se sintam encorajadas a denunciar seus agressores. Com a lei Maria da Penha, que completou 16 anos de existência, a ativista destaca os avanços conquistados, mas também reconhece que o caminho ainda é longo e repleto de obstáculos.

“O que me motiva é saber que cada vez mais tem mulheres tem denunciado”, ressalta Luiza. Ela destaca a importância das leis sancionadas, como a Maria da Penha, que trouxeram avanços significativos na proteção das vítimas de violência doméstica. A conscientização sobre os direitos das mulheres e o acesso às informações através das redes sociais e da mídia têm contribuído para a visibilidade e o combate a esse problema social.

Rompendo o ciclo de violência

No entanto, Luiza reconhece que muitas mulheres ainda se mantêm em silêncio por medo das consequências de denunciar seus agressores. A ativista enfatiza a importância de romper esse ciclo de violência e incentiva as vítimas a denunciarem, buscar auxílio nas políticas públicas e nos profissionais especializados.

Cenário atual: Conscientização em foco

Apesar dos desafios, Luiza Brunet enxerga o cenário atual de combate à violência doméstica de forma positiva. A cada mudança de governo e a criação de novas pastas, surgem possibilidades de ampliar a proteção e conscientização das mulheres. Entretanto, para a ativista, a conscientização deve ser uma pauta constante, não se restringindo a campanhas pontuais.

“Eu acho que as campanhas de conscientização jamais deveriam ser pontuais. Elas devem ser todos os dias, o ano inteiro, os anos todos que viram”, defende Luiza. Para ela, a massificação de informações é essencial para mobilizar a sociedade e trazer mudanças efetivas.

Histórias reais e impacto

Luiza ressalta a importância de contar histórias reais de vítimas de violência doméstica nas campanhas de conscientização. Ela acredita que ao expor a realidade vivida por essas mulheres, a sociedade se sensibiliza e se engaja na luta contra esse grave problema social.

“Então, eu acho que a violência doméstica o processo é esse, é todo dia eu acho que tem que ter campanhas muito agressivas com vítimas reais, contando as suas histórias, porque isso assusta e mobiliza as pessoas”, destacou.

Luiza ainda complementou sobre as campanhas atuais sobre violência contra as mulheres. “Você não pode colocar foto de uma mulher e botando ela só com o rosto pintado, você tem que botar realidade para que as pessoas falem: Nossa, meu Deus, o que é isso?’. E esse impacto é o que faz as pessoas pensarem. Poderia ter sido eu, poderia ter sido a minha filha, poderia ter sido meu filho agressor. questiona a ativista e destaca o impacto devastador da violência doméstica não apenas nas vítimas, mas também na população.

Conscientização para a mudança

Luiza Brunet acredita que a conscientização é um pilar fundamental para combater a violência doméstica. Para ela, essa luta não tem prazo de validade, sendo necessário continuar a batalha por uma sociedade mais igualitária e segura para as mulheres.

“Nessa questão, eu acho que é por aí, não é? O problema pode ser combatido, mas com conscientização, é infinita”, conclui a ativista.

Desafios e ameaças

Luiza Brunet relata que encontrou um propósito maior na idade madura: lutar pelos direitos das mulheres e combater a violência doméstica. "Quando você trabalha com uma coisa que te dá prazer, quando você descobre, no meu caso, é na idade madura que o meu propósito de vida foi passar a minha experiência de todas as violências que eu sofri", declara Brunet.

A própria Luiza compartilha histórias dolorosas de sua vida, desde a infância, quando foi vítima de violência doméstica, até situações de violência sexual e moral no ambiente de trabalho. "É violências que eu sofri. Seja no ônibus, no trem, importunação sexual, seja no trabalho, por ter muitos golpes em relação a valores de dinheiro, de promessas que não foram cumpridas, é assim, são inúmeras às vezes. Eu tenho que usar essa esperteza minha como vítima para poder orientar as pessoas, mas evidentemente é um tema complicado."

Para Luiza Brunet, enfrentar a violência é enfrentar uma realidade complexa, especialmente quando se trata do tráfico humano. "É um tema complicado, principalmente quando a gente fala de tráfico humano, que é um pilar que representa muito economicamente no mundo inteiro." Ela compreende que sua fala pode incomodar algumas pessoas, mas seu objetivo é claro: passar a mensagem de que há solução para as mulheres que se encontram nessas situações.

Luiza defende a importância de denunciar os agressores, sejam eles indivíduos ou grupos. "A gente sabe que a cadeia de violência contra as mulheres, no que diz respeito a tráfico humano, ela é muito potente e poderosa, porque ela é rentável demais. Mas eu não vou deixar de me pronunciar, é com medo disso, daquilo,. Então, acho que a gente tem que ter coragem, inclusive para fazer o que a gente faz com maestria e sem ter medo."

Diante das adversidades, Luiza não se deixa abater. "Eu não estou criando nem inventar na roda. Eu estou dizendo o que acontece no mundo e que nós precisamos ficar atentas para não cair nessas armadilhas."

A trajetória de Luiza Brunet é marcada por dedicação e determinação na luta contra a violência contra as mulheres. Apesar de enfrentar desafios, continua a promover a conscientização, e a esperança e que sua voz ecoe ainda mais alto, desperte a empatia e o engajamento de todos na busca por um futuro onde a violência contra as mulheres seja erradicada e onde a igualdade, seja uma realidade para todos.

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