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FIM DE SEMANA

Pais de presença

DM traz histórias de pais que assumem ativamente a criação dos filhos. Especialistas mostra que presença paterna pode gerar adultos com mais habilidades sociais


Lucca mora com o pai Luciano desde os 3 anos. “Não vejo como ser pai e não assumir a responsabilidade que me cabe”, diz Luciano


Em uma sociedade na qual aproximadamente metade das mães brasileiras é solteira, segundo pesquisa do Datafolha, há também exemplos de pais que fazem a diferença. DM, traz a seguir algumas histórias desses homens que, independente de estarem ou não em um relacionamento com mãe dos filhos, encararam a paternidade com responsabilidade, afeto, carinho e longe dos estereótipos.

Um exemplo de pai presente e que exerce o ofício com a maior naturalidade é o consultor de vendas Luciano Vieira, 47. Desde que o filho, Lucca, 20, tinha três anos, que mora com ele. A decisão foi tomada em conjunto com a mãe do garoto e por questões financeiras

“Na realidade ele (Lucca) mora comigo mas nunca foi sozinho, a mãe sempre esteve presente, quando ele era menor todos os finais de semana estava na casa dela”, ressalta.

Para Luciano, estar e ter a companhia de Lucca no lar é motivo de felicidade e sempre encarou a situação com naturalidade. “Não vejo como ser pai e não assumir a responsabilidade que me cabe”.

Entre as responsabilidades, o que acha mais complicado é preparar o filho para o mundo, sem perder a ternura. “Conciliar o dar segurança pro filho no sentido de fazê-lo se sentir seguro e amado e, ao mesmo tentar criá-lo para o futuro é bem complicado”, reflete.

Seus olhos

João Lucas ajuda o pai Denis Ferreira enxergar o mundo

Hoje também separado da mãe do filho João Lucas, 7, o músico Denis Ferreira, 47 anos, é mais um pai que encara a paternidade com responsabilidade e carinho. Apesar de o filho morar com a mãe, sempre está perto dele, em sua casa ou na chácara de seus pais.

A paternidade, para Denis foi algo muito aguardado. “Eu nasci para ser pai. Eu digo que casei para ter filho”, brinca ele. Por ter perdido a maior parte da visão, hoje é aposentado, portanto, pode participar bastante da rotina do filho.

“Gosto de aproveitar o tempo com ele e mostrar brincadeiras da minha época de criança. Ensino música para tocarmos juntos na igreja. Estamos sempre juntos fazendo alguma coisa”, diz.

O que Denis mais aprecia na paternidade é observar no dia-a-dia o desenvolvimento do filho. “É lindo ver o quanto ele cresce, a sua percepção de mundo. Me sinto privilegiado. Ele também me ajuda a ser meus olhos, a me mostrar as coisas que não vejo, já que enxergo pouco”, afirma.

Dois pais
Ter filhos também sempre foi o sonho do jornalista Johnny Candido e o chef de cozinha Pedro Ernesto, que estão juntos há 9 anos e possuem 6 anos de casados. “Desde a época do namoro falávamos em ter filhos”. O desejo virou realidade com a ajuda de uma barriga solidária. Porém, eles não imaginavam quanto luta passariam até levar os filhos gêmeos para casa.

Mariana e Gael são prematuros extremos e nasceram com 25 semanas (5 meses e meio). Mariana ficou 8 meses e o Gael 4 meses e meio na UTI Neonatal. “Desde então, eu e meu esposo, juntamente com nossas mães (as vovós Ana Maria e Maria), nos desdobramos para levá-los as todas as terapias de segunda-feira até sábado”, conta.

Todo esforço para eles, não é nada perto do alívio de ter os filhos em casa. “A maior alegria de ser pai é poder sentir e estar dentro do abraço mais sincero, puro e amoroso que já pude sentir, e esse abraço é dos meus filhos! Nunca senti nada igual”, conta.

Mesmo com tanto amor envolvido, Johnny explica que sempre ouve a mesma pergunta: “mas, a figura da mãe não vai fazer falta?”. “Sempre respondemos que não, pois enquanto muitas crianças não tem nenhum pai presente os nossos sempre terão dois papais, ou seja, amor paterno em dobro”, diz.

Jhonny e Pedro Ernesto esperaram meses até ter os filhos prematuros em casa

Correlata

Pai representa segurança, diz psicóloga

Para a psicóloga Jéssika Rodrigues, a figura paterna é de extrema importância, para os filhos crescerem mais seguros, independentes, fortes e com habilidades sociais e emocionais.

“Quando eu falo a presença dos pais, quer dizer a presença desta figura paterna, que pode ser os tios, avós, tios, nao importa qual o modelo de familia”, esclarece.

As vantagens da presença desta figura trazem benefícios que acompanham as crianças ao longo da vida. “Indivíduos que tiveram a figura paterna ou representação da figura tendem a ter pessoas mais confiantes, fortes e com maiores habilidades emocionais e sociais”, analisa.

A psicóloga enfatiza a importância do pai, para desenvolver a força interior da criança, para que ela se sinta capaz de percorrer as fases que vai enfrentar na vida. “A mãe tem medo da criança cair, pular, o pai fala: ‘vai, pula. Essa força ela vai levar para toda vida dela”, explica.

Jessika ressalta que além da força, afeto vindo do pai é também muito importante para o desenvolvimento dos pequenos. “Onde a criança consegue estabelecer uma relação de carinho e afeto. Não é só a mãe responsável pelo afeto”

Quando o pai é carinhoso, afetuoso, presente e participativo, essa criança desenvolve melhores cidades emocionais sociais, desenvolve melhor autonomia e independência, em todas as fases da vida.

BOX
Melhores pais da dramaturgia

Guido | Filme: A Vida é Bela

Durante a Segunda Guerra Mundial na Itália, o judeu Guido e seu filho Giosué são levados para um campo de concentração nazista, porém Guido (Benigni) faz de tudo para manter a fanasia no filho. A montagem foi nomeada em 1998 para 7 prêmios da Academia - ganhou 3 Oscars, incluindo um de Melhor Ator, Roberto Benigni.

Julius - da Série: Todo Mundo Odeia o Chris

Tem três empregos, vive cansado, porém os filhos sempre podem contar com o apoio do pai nas horas difíceis, mesmo que isso signifique apoiar a decisão de Chris de largar a escola – desde que não interrompam as horas mais sagradas do dia, em que Julius tira uma soneca entre os turnos de seus dois empregos.

Os Daniel Hillard | Filme: Uma Babá Quase PerfeitaNa pele de Daniel Hillard, Robin Williams, se veste na pele de uma bondosa babá para ficar mais perto dos filhos após se divorciar da esposa.

Chris Gardner | Filme: À Procura da FelicidadePelo papel Will Smith recebeu sua segunda indicação ao Oscar de melhor ator. O personagem vivia situação financeira dificil para sustentar o filho e, ao mesmo tempo, manter um estágio onde não recebia um tostão sequer.

Musafa - Rei Leão
O pai de Simba é rígido, mas também carinhoso.

Sonny Koufax | Filme: O Paizão

Andam Sandler na pele do personagem virou pai sem querer e se apaixonou e se profissionalizou no assunto.

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