Yuri Macri, repórter da Record TV Rio Preto, foi agredido por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) que manifestavam bloqueando a rodovia Washington Luís, em São Paulo, nesta terça-feira (2). Ele foi cercado e hostilizado enquanto estava ao vivo.
O jornalista dava atualizações de um acidente que deixou 17 pessoas feridas no protesto após um carro avançar contra os manifestantes. No entanto, não conseguiu dar a notícia porque foi interrompido por gritos dos protestantes.
“A gente vê também toda essa manifestação, o que tem deixado todos muito preocupados com isso tudo. Eu vou precisar voltar com você aí, Rafa, porque o pessoal acaba atrapalhando um pouco o nosso trabalho e, por isso, eu vou voltar com você aí no estúdio. Pode mostrar eles”, disse ele, ao se deparar com pessoas completamente descontroladas e bastante agressivas.
O âncora Rafael Algarte interrompeu a transmissão e criticou a atitude dos bolsonaristas. “As pessoas precisam respeitar o que está acontecendo lá, é o trabalho de um repórter. A imprensa está lá para mostrar exatamente o que acontece, e quem está manifestando não vai atacar profissional, trabalhador. É impossível mostrar a situação lá neste momento. Não é assim, as coisas não são desta forma. Não é atacando a imprensa, repórter ou trabalhador, que vai resolver a situação. Tem que ser respeitado”, lamentou.
Por meio de suas redes sociais, Yuri revelou que recebeu pontapés e chutes enquanto ainda não estava no ar. "Na sequência disso, juntaram umas 20 ou 30 pessoas. Eles tentavam tapar a lente da câmera. Ali, foi como se estivéssemos no meio de uma roda e todo mundo chutando e e dando soco. Pensei 'se eu cair aqui, eu morro'. Foi uma situação muito difícil", contou.
"Entrei falando por telefone o que a gente tinha vivido, mas me vi perto da morte, mesmo. Nunca vi tanta gente louca e agressiva na minha vida", finalizou o repórter.