Todas as tribos em movimento
Diário da Manhã
Publicado em 14 de setembro de 2018 às 21:30 | Atualizado há 4 meses
Movimento é a variação do posicionamento de um ponto material no espaço, em um conceito da física. Para a filosofia o movimento pode envolver a questão da mudança na realidade, a transformação da potência para o ato. Movimentar-se é um exercício de liberdade e o corpo pede por isso.
Em consideração ao movimento, o Sesc Universitário, neste mês de setembro, promove o Encontro de Tribos Urbanas. Na programação, pista livre para patins e skate, pico de parkour adulto e kids, best trick de skate, apresentação da equipe profissional Parkour Goiânia e presença da Associação Goiana de Skateboard.
O Encontro de Tribos Urbanas é uma atividade gratuita e aberto ao público, um rolê para todas as idades, de iniciantes a profissionais. Também vai rolar premiação para melhor manobra de skate e medalhas de participação. As inscrições podem ser feitas na hora do evento. O evento será realizado neste domingo, 16, das 13h às 17h.
A importância do movimento para o corpo é facilmente observável em todas as fases da vida. As crianças precisam aprender sobre consciência do próprio corpo, e de suas mobilizações. Aos jovens o movimento propicia o dispêndio da grande quantidade de energia que possuem e mantém um corpo e mente mais saudáveis. Aos mais velhos o movimento auxilia no ganho de força, melhora do equilíbrio e o aumento da amplitude dos movimentos, levando à melhora da funcionalidade.
PARKOUR, LIBERDADE E UTILIDADE DO MOVIMENTO
Em matéria para o DMRevista, o repórter Leon Carelli entrevistou o praticante desta atividade, Luiz Fernando Oliveira, que explicou as origens do parkour: “A história do parkour liga-se com as origens do homem, com sua natureza não urbana. É derivado do ‘Método Natural’ de George Hebert, marinheiro francês que, em 1903, ao observar tribais africanos, percebeu que eles eram fortes e resistentes mesmo sem treinos. Ele concluiu que nosso corpo possui capacidades que precisam ser exploradas: correr, saltar, marchar, escalar, arremessar e levantar pesos, lutar (defender-se), nadar, equilíbrio e movimentação quadrúpede”.
O parkour sustenta-se no lema “ser forte para ser útil”, ou seja é o domínio do movimento para empregar em uma necessidade. Nas palavras de Luiz Fernando, “quando você diz que treina parkour e vê alguém que precisa de ajuda, seja lá qual for, ao escolher não ajudar você nega todo o treino”. Luiz Fernando não considera o parkour um esporte, pois ele não está focado na competição, e sim na funcionalidade. O praticante aponta que, apesar de não participar de competições, acha importante que aconteçam, pois elas contribuem na difusão do parkour, levando as pessoas a procurarem informação e conhecimento.
Na entrevista Luiz Fernando conta sobre as raízes da atividade na capital goiana. A história do Parkour na cidade tem início em 2008, com um pequeno grupo formado por: Luiz Fernando, Gustavo Afonso Mendes (Caju), Gustavo Medeiros, Christoffer e Enoc. “Antes o Parkour em Goiânia já tinha alguns grupos, mas eles não iam pra frente. Juntos pensamos em formas de praticar e divulgar. Criamos um pequeno público e com o tempo passamos a nos profissionalizar”, conta Luiz Fernando.
Luiz Fernando falou de seu primeiro contato com o parkour, na época uma prática embrionária na cidade, sem muitos adeptos. “Conheci o parkour com 12 anos, quando mudei pra Goiânia, através do filme 13º Distrito. Pratiquei sozinho por um bom tempo, vendo vídeos na internet. Era uma forma muito perigosa de se praticar, pois não tinha ninguém pra me auxiliar. Depois conheci os dois Gustavos [Afonso e Medeiros], mais velhos, que já praticavam, e começamos a treinar juntos”.
ENCONTRO DE TRIBOS URBANAS
Quando: 16/09, domingo, 13h às 17h
Onde: Sesc Universitário – Av. Universitária nº 1.749, St. Leste Universitário
Mais informações: (62) 3522-6199