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Mudança de filosofia para bons resultados

Hoje começa a série espe­cial com os times goia­nos que irão disputar a Copa São Paulo 2018. O primei­ro time é o Dragão, comandado por Danilo Portugal.

O Atlético, desde que resurgiu no comando de Adson Batista em 2005, sempre teve dificuldades nas cate­gorias de base, embora sempre con­seguisse bons resultados no profis­sional. Mas, nos últimos dois anos, o clube mudou sua filosofia e come­çou a investir mais em sua base, na busca de revelar bons atletas ao fu­tebol nacional e internacional. De lá para cá, já colheu um bom fru­to. O meia Luiz Fernando, revelado no CT do Dragão, foi o grande des­taque do Atlético na Série A, sendo o artilheiro do clube com nove gols.

Tudo mudou quando se apos­tou no investimento da estrutura da base, inclusive com um alojamento construído abaixo das arquibanca­das do Estádio Antônio Accioly, no objetivo de abrigar atletas que vie­ram de fora do Estado em busca de umaoportunidadenoDragão. Além disso, o coordenador Mauro Antô­nio, o Maurinho, que começou um bom trabalho nas categorias do Trin­dade, foi contratado para profissio­nalizar a base rubro-negra.

Em 2017, o Dragão teve a sua me­lhor participação na Copinha em toda a sua história: foi eliminado na segunda fase pelo Paulista de Jundiaí (SP), por 1 a 0, que chegou à final do Campeonato. Em 2018, o rubro-negro goiano está no Grupo 5, com sede em Tupã (SP), e vai en­frentar o time da casa, o XV de Jaú (SP) e o Lagarto (SE).

Já na edição que tem início na ter­ça-feira (2), o Atlético será comanda­do por Danilo Portugal, que tem a experiência de três Copas São Pau­lo como jogador pelo Goiás atuan­do como volante, bem como a últi­ma edição como auxiliar do próprio Atlético. Em entrevista exclusiva ao Diário da Manhã, o agora coman­dante Danilo Portugal avaliou a nos­safilosofiadabaserubro-negra, bem como projetou as dificuldades da Copinha e revelou os trunfos de seu time para alcançar a melhor partici­pação no Campeonato.

Entrevista

Ano passado você esteve como auxiliar, e agora vai como treinador do Atlético. O que esperar da Copinha?

É uma oportunidade de ir pela primeira vez como treinador. Já fui três vezes como jogador, e ago­ra estou comandando um gru­po. A responsabilidade é muito grande, ao mesmo tempo que é uma oportunidade gigantesca. Espero que a gente faça uma boa campanha, com o objetivo pas­so a passo. Primeiro precisamos classificar para a segunda fase e depois pensar em passar tam­bém aí já teríamos feito a melhor campanha. Sei que será muito di­fícil, pois já estudei muito nossos adversários. Vão existir dificul­dades, mas a preparação foi fei­ta em função do que vamos en­frentar em São Paulo.

Qual a importância da sequência de trabalho, já que você foi na edição passada como auxiliar do Ariel Mamede, hoje no Vila Nova, e agora vai como treinador?

Acho que por todas as situações que vivemos em um campeona­to como esse, onde estaremos lon­ge de casa, um ambiente desco­nhecido para alguns, com uma estreia em um jogo muito pesado, que envolve a parte psicológica a qual afeta também diretamente a atuação dentro de campo. Todas essas situações que vivi como au­xiliar ajudam a direcionar melhor a maneira que falo, a forma como trabalho com a equipe, para que a gente tente diminuir a pressão que os jogadores vão sentir no de­correr da competição.

Até sobre isso, você foi como jogador e fez nome no Goiás. Essa parte também é importante? Até para passar para os atletas que você conhece bem como é estar no lugar deles?

Muito importante. Eu vivi mui­to isso. Acompanhei essa questão da pressão que me preocupa tan­to, de primeiro jogo principalmen­te. As vezes a maneira que falo, pode mudar muito a atitude pas­sar tranquilidade e confiança. Ter sido jogador me dá algumas opor­tunidades e situações já vividas que facilitam no contato direto com atletas. Hoje são tempos di­ferentes, mas é necessário falar da melhor maneira possível, sem pressionar, mas ao mesmo tempo transmitir a responsabilidade de se estar na competição.

A chave do Atlético tem como principal nome do grupo o próprio Atlético. Mas tem dois clubes de São Paulo, sempre fortes na Copinha, como o XV de Jaú e o Tupã. Além deles, o Lagarto (SE). São times sem renome nacional, mas na Copa São Paulo sempre chegam fortes. Como você avalia esse grupo?

Quando se trata de dois clubes paulistas, já de início vem a preo­cupação por ser duelos muito pe­sados. O Atlético é o time grande do grupo, passei isso para os atle­tas. A gente não tem que esconder e precisamos trabalhar sobre isso. Principalmente a questão de humil­dade, de reconhecer que é o gran­de clube do grupo, mas é um fato que não nos dá nenhuma classi­ficação antecipada. O XV de Jaú foi semifinalista do Campeona­to Paulista, acompanhei seis jogos deles. O Tupã terminou as oitavas, e também estudei algumas parti­das. Já o Lagarto tem um projeto com o clube fisicamente muito for­te, com atletas de força. Todas as informações que eu consegui, es­tou passando para os atletas. O primeiro jogo deve ser mais difí­cil, pela situação de estreia e pela qualidade do XV um time rápido ofensivamente. Necessitamos reco­nhecer sermos os grandes do gru­po, mas precisamos merecer esse rótulo. Vai ficar só fora de campo, pois dentro de campo precisamos impor a grandeza do Atlético.

Como vocês filtram informações dos adversários?

É complicado. Alguns menos di­fíceis. Temos muitos amigos no fu­tebol, pois se acaba jogando com tanta gente que mora na cida­de, ou conversamos entre os trei­nadores dos times que enfrenta­ram. Obtive seis jogos do XV de Jaú, um bom material, mas já mudou de técnico na véspera da Copinha. Conheço os atletas in­dividualmente, porém o modelo de jogo se tornou uma incógnita. O Tupã, eu tenho um conhecido lá, bem como no Lagarto. Além disso, a Internet favorece. Se ti­ver um pouco de paciência e al­gumas noites sem dormir, a gen­te acaba achando material. Da mesma maneira que provavel­mente tem muitos jogos da gen­te pela web. Então, consegui al­gumas informações desta forma.

Você falou das características das outras equipes. E quais são as características deste time do Atlético?

É um time que tem um equilí­brio defensivo muito bom. Temos uma compactação, um clube que joga muito próximo. Temos uma marcação muito forte, trabalhan­do em recupe­rar a bola logo, de man­ter tudo organi­zado para não sofrer o gol e, quan­do recuperar a bola, ter a tranquilidade de achar a melhor opção ofensiva. O time é muito brigador também. As caracte­rísticas individuais dos atletas, que é o nosso grande desafio, pre­cisam ser unidas e transforma­das em benefício para o grupo, ao modelo de jogo. Como carac­terística pessoal, não sou adepto em marcar e jogar por uma bola. Gosto que meu time proponha o jogo, tenha o controle da partida e que arrisque estar sempre com a bola e atacar.

O Atlético ressurgiu no profissional por volta de 2005 com o Adson Batista, mas sempre teve dificuldades nas categorias de base. Há dois anos, o Maurinho (coordenador de base) chegou, no ano passado ganhou no sub- 15 – sendo o primeiro título na base depois de 14 anos. E a característica do clube vai mudando aos poucos, com maior investimento na base e surgindo atletas como o Luiz Fernando, hoje destaque do profissional. Como você avalia essa mudança de filosofia do clube?

Cheguei há dois anos, ao lado do Mauro Antônio, o Maurinho. Ele vem fazendo a ponte com a es­trutura profissional, por meio do Adson (Batista, diretor de futebol). Os dois vem fazendo um fantásti­co trabalho de reestruturação da base. O Adson dá o apoio muito grande a to­dos nós de es­trutura física, de material, de busca de atletas. Quando cheguei, fomos campeões do Sub-15 e neste ano, depois de 11 anos, ganhamos o Sub- 17 no primeiro se­mestre. É um traba­lho muito sério, com pessoas competentes. Tudo tem mudado de uma maneira muito rápida, e acredito que temos a projeção de atletas para o profis­sional. De dois a três anos, bons jogadores estarão ajudando o time de cima. Principalmente, estamos cumprindo a fun­ção da base. Trabalhamos em cima de servir o profis­sional, de tentar levar o joga­dor ao time principal o mais pronto possí­vel. Mas ao mesmo tempo o objetivo de buscar títu­los, pois engran­dece o clube e os profissionaisque nele trabalham’’

Meia espera fazer boa Copinha para ajudar o pai

O meia Pablo, de 18 anos, é um dos principais jogadores do Dragão para a Copinha, mas nes­te ano quase chegou a desistir do futebol. Natural de Minas Gerais, chegou para o Atlético por inter­médio de empresário no final de fevereiro de 2017, mas logo des­cobriu um grave problema de saúde em seu pai. Hoje, depois do baque, o meio-campista usa o problema familiar como mo­tivação para ir longe no futebol.

“Eu fiquei sabendo neste ano que meu pai estava com um tu­mor, quando eu já estava aqui no Atlético. Depois que isso aconte­ceu, eu pensei em parar com o futebol para poder cuidar dele. Todo mundo me incentivou a fi­car, me foquei, e agora isso me serve de motivação para jogar cada vez melhor, me esforçar mais, até para poder ajudá-lo”, revelou o meia Pablo.

Assim como tantos outros atletas, Pablo veio de outro Es­tado e se utiliza da estrutura do clube, o alojamento no Estádio Antônio Accioly, para residir em Goiânia. “Lá é sempre bom. Não posso reclamar de nada. Não é a estrutura de um enorme clube, mas dá para morar e viver tran­quilo. É muito importante para se adaptar ao lugar, no caso Goiâ­nia”, opinou Pablo, que fará sua primeira Copa São Paulo.

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