As iranianas conseguiram um feito histórico. Pela primeira vez, em quase 40 anos, as mulheres do Irã puderam assistir a um jogo de futebol no Estádio Azadi, na capital do país. A partida foi entre Irã x Camboja e a seleção iraniana goleou com o placar de 14x0, com quatro gols do artilheiro jogo, Karim Ansarifard.
Este momento merece atenção e talvez seja uma possibilidade de mudança, em um país que as mulheres são proibidas por lei de frequentar estádios de futebol, desde 1981, como consequência da Revolução Islâmica de 1979. Diversas ativistas que lutam pelos direitos das mulheres e a própria Fifa, fizeram pressão para que o governo liberasse a autorização.
Foram disponibilizados cerca de 5% dos ingressos para as iranianas, que assistiram ao jogo em determinado setor do estádio. Houveram algumas críticas por parte de algumas ativistas pelo governo ter optado por essa escolha. O motivo é por acharem uma melhor solução, se as mulheres estivessem acompanhados por algum homem da família.
Ao todo, o número de iranianas presentes no Estádio Azadi foi de 3500 torcedoras. A capacidade do estádio é de 78 mil pessoas. O presidente da FIFA, Gianni Infantino, tinha dito recentemente que a prática do Estado iraniano era “inaceitável”.
Decisão que favoreceu as iranianas teve tragédia como estopim
A decisão do governo iraniano ganhou grande pressão internacional para liberar as torcedoras iranianas de assistirem jogos de futebol nos estádios. A medida veio como reação à morte da torcedora iraniana Sahar Khodayari, de 29 anos.
Apelidada de “Garota Azul”, a jovem ateou fogo em si mesma após ser condenada a seis meses de prisão por ir a uma partida de seu time, o Esteghlal. Não se sabe se a presença das iranianas em estádios de futebol no Irã vai passar a ser constante no país ou se essa foi apenas uma ação temporária.