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A muralha

Ele jogou nas categorias de base do Corinthians. O Todo-Poderoso timão. Bicampeão mundial. Antes da Lei Pelé. O seu passe pertencia ao Anápolis. O Galo da Manchester. O clube não quis negociá-lo a baixo custo e pediu uma fortuna. O Parque São Jorge recusou. Para a tristeza dos seus pais Raimundo Feitosa dos Santos, chapa, e Ana Euclides, comerciante. Aos 14 anos, ele chegou para demarcar território, no Goiás Esporte Clube. Acertou quem pensou em Adelson Feitosa dos Santos. A Muralha. Goleiro nascido dia 8 de maio de 1969. Com passagens ainda pelas seleções goiana e brasileira de novos, Ituiutaba, URT de Patos de Minas, Interporto, Tocantins, Juazeiro, clube da Bahia, e Grêmio Anápolis. Tricampeão pelo Verdão: 1989, 1990 e 1991. Com 25 anos de carreira. Um exímio pegador de pênaltis. Visão periférica. Saída de bola eficiente. Com a bola nos pés, um jogador de rara habilidade. Além de tiro de meta certeiro. O futebol me deu alegrias e tristezas.

Violência em campo

Três contusões o marcaram. A primeira, um choque na cabeça que o deixou na Unidade de Terapia Intensiva [UTI]. Nasci pela segunda vez, recorda-se o artista da bola. A segunda no joelho, ele informa com exclusividade. A terceira, na coluna, quase o deixou paraplégico. Como Fênix, ressurgiu para o futebol brasileiro. Cultuado como pérola negra, tanto na Serrinha quanto no Estádio Jonas Duarte, o primo da lenda corinthiana Zé Maria pendurou as chuteiras no ano de 2005. Ah! O arqueiro foi eleito o melhor de sua posição no Campeonato Goiano de 1999. Alto, com 1,87, nutrido por músculos, pegada forte, brilhou ao lado de estrelas como Luvanor, Cacau, Eduardo, Kleber Guerra. Negro, acabou vítima da cultura da discriminação e do racismo. Até dentro do seu próprio clube. Uma herança maldita da Casa Grande e Senzala que o Brasil do Século 21 resiste em acabar. Adelson Feitosa é, hoje, um personal trainner.

Especial para goleiros.

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