Nesta quarta feira (10), o secretário-geral da Confederação Brasileira de Futebol(CBF), Walter Feldman, afirmou que "o futebol é seguro, controlado, responsável e tem todas as condições de continuar", em uma transmissão ao vivo por meio do canal do Youtube da entidade.
Walter defendeu a continuidade dos torneios organizados pela Confederação. A declaração foi feita em transmissão online para divulgar um relatório da CBF sobre a organização da entidade junto com a efetividade do protocolo de segurança e combate ao coronavírus, mesmo em meio ao auge da pandemia no Brasil.
O discurso de Feldman vem um dia depois do Brasil bater novo recorde de mortes causadas pela covid-19 em 24 horas. Foram 1.954 óbitos de acordo com os dados divulgados pelo UOL, ontem (9), baseado nas informações fornecidas pelas secretarias estaduais de saúde. A média da última semana é de 1.572 vítimas da doença por dia.
Antes de passar a palavra ao médico Jorge Pagura, Walter ainda relata que a aplicação do protocolo sanitário, com a convicção ainda mais forte que nós já tínhamos no ponto de vista teórico, em agosto, quando retomamos. Mas agora com convicção da aplicação na prática,
Dados apresentados pelo relatório da CBF:
- De agosto até o fim da temporada passada, marcada pela final da Copa do Brasil, 367 equipes estiveram envolvidas em competições da CBF em 20 campeonatos diferentes. Foram 2.423 partidas ao todo.
- Foram realizados testes de Covid nos 26 estados + Distrito Federal. Ao todo, foram 112 municípios brasileiros.
- Foram feitos 89.052 testes PCR em pessoas envolvidas nas partidas - desses, 13.237 foram atletas. Nenhum jogador entrou em campo sem ser testado. A CBF informou que apenas 2,2% de todos os testes deram positivo.
Logo após Walter garantir que o futebol tem todas as condições de continuar, o coordenador médico da CBF Pagura, apresentou alguns dados e informações sobre o protocolo que explicam a decisão da entidade em seguir com os campeonatos no Brasil.
"Trabalhamos em conjunto para que a gente pudesse realizar nossa atividade. Somos médicos, treinados para salvar e não há nada mais importante que a vida. Reconhecemos também o problema social como perda de empregos. Tentamos unir preservação da saúde de qualquer maneira e tentar elaborar um protocolo que preenchesse alguns preceitos. 1º: segurança de todos; 2º: controlabilidade; 3º: manutenção das atividades. Isso norteou o nosso trabalho", disse Pagura.
"Na curva de ocorrência por 200 mil habitantes, o futebol se dissociou. Quando tem alguns picos, rapidamente volta ao normal. Eram surtos isolados. Tanto que depois baixava", acrescentou Pagura.
O coordenador médico da CBF continuou reafirmando o que disse Feldman: que o futebol é uma atividade "segura e responsável".
"A CBF protegeu os jogadores. Não só isso, ela protegeu quando foi buscar o positivo e tirar ele de circulação. Não só do futebol, mas das atividades do dia a dia. E isso pode realmente ser aplicado para a manutenção de algumas atividades. Eu tenho absoluta convicção que, seguindo as medidas, posso afirmar que o futebol mostrou-se uma atividade responsável e segura", concluiu.
Um caso chamou atenção na Série B do Brasileirão, no dia 16 de janeiro deste ano, "O caso Valvídia", um jogador do Avaí, foi comunicado no intervalo do jogo contra o CSA que havia testado positivo para o coronavírus e, portanto, foi retirado da partida.
Durante a coletiva, o Dr. Bráulio Roberto Marinho Couto, um dos membros da equipe de eficácia e segurança do protocolo médico da CBF, falou que não há contaminação dentro de campo e ressalta que o contágio da doença só acontece em virtude de comportamentos sociais inadequados e quebras dos protocolos sanitários.
E por fim o epidemiologista Bráulio explica o que ocorreu com o jogador Valvídia.
"O Valdívia jogou o primeiro tempo da partida, o teste positivo foi comunicado no intervalo. Acompanhamos os 14 dias seguintes no CSA. Três dias depois, 19 testes e nenhum positivo. Seis dias depois, 18 testes e nenhum positivo. Treze dias depois, outros 19 testes e nenhum positivo. Mesmo no cenário extremo, não há a transmissão do vírus em campo", disse.
Depois da apresentação do relatório, Feldman foi questionado por jornalistas sobre como a CBF pretende lidar com as partidas da Copa do Brasil em estados que estão suspendendo jogos de futebol.
"Posição no futebol hoje, não apenas da CBF, das federações estaduais e dos clubes, é de que o calendário deve ser mantido como contribuição ao futebol, mas particularmente como contribuição ao combate à pandemia", disse Feldman.
Em seus ajustes para 2021, a CBF apresentou um relatório para essa nova temporada que acabou de começar. Sobretudo, no processo de testagem e acompanhamento de jogadores e membros das comissões técnicas dos clubes.
A CBF ainda divulgou medidas sobre testagem para os jogos da temporada 2021:
Teste RT-PCR em média 72 horas antes de cada partida para atletas e extensivo à comissão técnica no campo de jogo;
Teste RT-PCR após 72 horas do retorno da delegação nas rodadas como visitante, se o intervalo para a partida seguinte exceder 5 dias;
Notificação compulsória dos casos positivos à Comissão Médica Especial da CBF - obrigatória para análise de liberação do isolamento respiratório.
O que é exame RT-PCR?
Procedimento que identifica e confirma a COVID-19. Para isso, o teste busca detectar o RNA do vírus. As amostras são coletadas através de swabs (cotonetes) de nasofaringe (nariz) e orofaringe (garganta). Esta descrição foi definida pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais.
A entidade recomendou que os atletas, treinadores e demais profissionais envolvidos nas partidas usem máscaras PFF-2 ou duas máscaras (cirúrgica e tecido). Os clubes também deverão disponibilizar kits de higiene em viagens (frasco de 100ml de álcool em gel a 70%, lenço umedecido para higienização de estruturas de apoios). A CBF ainda recomenda a utilização preferencial de kits de alimentos industrializados para consumo em viagens.
*Com informações do Globo Esportes, Terra e Uol
Envie fotos, vídeos, denúncias e reclamações para a equipe DM Online www.dm.jor.br pelo WhatsApp (62) 98322-6262 ou entre em contato pelo (62) 3267-1000.
Leia também:
- Lula: vou tomar vacina e dizer para povo não seguir decisão imbecil de Bolsonaro | Diário da Manhã (dm.jor.br)
- Bolsonaro: 'lockdown' não era pra salvar vidas, mas para dar tempo aos hospitais | Diário da Manhã (dm.jor.br)
- Brasil tem recorde de morte em 11 dias consecutivos | Diário da Manhã (dm.jor.br)
- Empresas do transporte coletivo e Prefeitura tem 48h para cumprir medidas de distanciamento social nos terminais | Diário da Manhã (dm.jor.br)
- Ministério da Saúde pede ajuda à China para vacinação | Diário da Manhã (dm.jor.br)
- Obra de Banksy será leiloada em maio, para ajudar a saúde pública britânica | Diário da Manhã (dm.com.br)