A Europa conhecerá neste sábado (29) o melhor time do continente. Até agora o que se sabe é que ele será inglês e veste azul e branco. Manchester City e Chelsea se enfrentam às 16h (horário de Brasília) pela grande decisão da Liga dos Campeões, na cidade do Porto.
O City chega a uma final de Liga dos Campeões pela primeira vez em sua história. Os Cityzens tiveram de esperar 51 anos para sentirem o gosto de estarem a uma vitória da maior glória do futebol europeu, o maior tempo que qualquer outro time participante esperou.
A participação dos azuis de Manchester na competição é recente. A primeira vez que a equipe disputou um torneio foi na temporada 2011/12, já com o aporte financeiro árabe. Antes da final, a melhor participação do time foi em 2015/16, quando foi eliminado nas semifinais pelo Real Madrid. Nas três edições mais recentes, já sob comando de Pep Guardiola, não passou das quartas.
O treinador espanhol chegou ao clube em julho de 2016. De lá para cá são 10 títulos pelo time britânico. Só nesta temporada foram dois: o Campeonato Inglês e a Copa da Liga Inglesa.
Guardiola quer vencer a Liga dos Campeões para, além de garantir a tríplice coroa, conquistar uma vaga na seleta lista de treinadores com três títulos do principal torneio de equipes do continente - apenas Zinedine Zidane (Real Madrid em 15/16, 16/17 e 17/18), Carlo Ancelotti (Milan em 02/03 e 06/07 e Real Madrid em 13/14) e Bob Paisley (Liverpool em 76/77, 77/78 e 80/81) conseguiram tal feito.
O espanhol comentou na coletiva de véspera, nesta sexta-feira, sobre a possível ansiedade do seu elenco frente a um momento tão esperado.
— Eu sei exatamente como queremos jogar, com quem vamos jogar, e não vou pesar o jogo. É um privilégio estar aqui. Somos muito afortunados. Sei exatamente o que vou falar para eles. E o cara que estiver ansioso ou nervoso, vou falar que isso é normal, vou tentar ajudar a lidar com isso. E quem estiver tranquilo, ótimo, vamos jogar. Cada um lida de forma diferente - comentou.
Guardiola também sabe que não terá vida fácil no Estádio do Dragão. Apesar de ter o time mais forte no papel, o seu adversário é a forte e organizada equipe do Chelsea, de Thomas Tuchel. O alemão, que levou o PSG à final na temporada passada, retorna em 2021 com um status de “azarão” - como o próprio treinador diz.
— Temos seis jogos juntos (na Liga dos Campeões). Sentimos que trabalhamos duro para estar aqui, e estamos com fome. Não estamos felizes ainda, satisfeitos ou super animados. Estamos aqui para ganhar o troféu. Talvez um pouco azarões, mas com muita coragem e vontade de ganhar.
Tuchel chegou ao Chelsea nas oitavas de final. Sob seu comando, os Blues despacharam Atlético de Madrid, Porto e Real Madrid, somando quatro vitórias, um empate e uma derrota nos confrontos.
Se em finais o peso da camisa significa algo, o Chelsea usará essa carta a seu favor. A equipe londrina disputa sua terceira final de Liga dos Campeões, a segunda contra um rival de Manchester (foi derrotada nos pênaltis pelo Manchester United em 2008), e já tem uma taça no currículo, de 2012, sobre o Bayern de Munique.
— Não é uma semana normal, todo mundo se sente diferente e é uma contagem regressiva para um jogo muito, muito importante. Estou empolgado, é uma semana desgastante fisicamente e mentalmente. Vamos tentar ser nós mesmos: um grupo forte que acredita muito no que faz - diz Tuchel.
O Chelsea não terá baixas para a partida e vai com força máxima, com Mendy; Christensen, Thiago Silva, Rüdiger; Azpilicueta, Jorginho, Kanté, Chilwell; Pulišić, Werner e Mount.
Já Guardiola tem dúvidas sobre a condição de Gündoğan. O volante deixou o treino desta sexta e é dúvida para a partida. Caso não tenha condição de jogo, Rodri ocupará sua vaga no time titular.
Dessa forma, o City entra em campo em busca do primeiro título europeu com Ederson; Walker, Stones, Rúben Dias, Zinchenko; Bernardo Silva, Fernandinho, Gündoğan (Rodri); Mahrez, De Bruyne e Foden.
Mudança de sede
A decisão estava prevista para acontecer em Istambul, mas a UEFA precisou, pelo segundo ano consecutivo, mudar o local da final. A Turquia vive isolamento rígido desde final de abril e entrou na lista vermelha do Reino Unido, o que significaria respeitar um isolamento de 10 dias depois da final na capital turca. A pausa afetaria diretamente a preparação dos jogadores para a Eurocopa, que começa no dia 11 de junho.
A escolha de Portugal, que sediou os jogos das quartas, semis e a final na edição de 2020, se dá justamente pelo fato dos ingleses não precisarem cumprir qualquer período de isolamento depois da volta ao Reino Unido.