O diretor de esportes do Comitê Olímpico Internacional (COI), Kit McConnell, anunciou em entrevista coletiva nesta terça-feira que os atletas que testarem positivo para a covid-19 não serão desclassificados das competições nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. O anúncio foi feito na capital japonesa, durante visita de diretores da entidade a pouco mais de mês do início do evento e destacou novos pontos do "Playbook", o livro de normas.
Os competidores que forem infectados pelo novo coronavírus e não puderem disputar suas provas serão reconhecidos como DNS ("Do Not Start", não começou em português). Em alguns casos, como o badminton e o tênis, que são competições de longa duração, um atleta que chegue à final e teste positivo terá garantida a medalha de prata.
McConnell afirmou que cada esporte terá as suas próprias regras e elas podem ser um pouco diferente entre si, porém o COI fez um plano com cada federação para garantir consistência e homogeneidade nas decisões. Em algumas modalidades, a vaga do atleta pode ser redistribuída. Caso um semifinalista teste positivo, ele será substituído por um outro competidor eliminado na fase anterior.
Essa ideia não funciona no judô, por exemplo, já que eliminatórias e finais acontecem no mesmo dia. O diretor ainda ressaltou que o COI fez 13 eventos testes entre abril e maio, segundo ele, todos bem sucedidos.
"O time ou atleta que não puder participar das semifinais seria substituído, se possível, pelo time que jogou nas quartas de final. No ponto final desse quebra-cabeças, atletas e equipes não devem perder o resultado mínimo que teriam obtido. Se um atleta tivesse participado de um evento de medalha, mas não pode, ele receberá o nível mínimo de medalha que teria recebido, por exemplo, em uma final", explicou McConnell.
"Não achamos que seja justo tirar isso deles (atletas) depois de tudo pelo que passaram para chegar a essa posição na competição. Vamos desenvolver esporte a esporte, disciplina a disciplina, evento a evento, ao finalizar os regulamentos específicos do esporte que irão será publicado nas próximas semanas", disse o dirigente do COI.
PROTOCOLOS - Na entrevista coletiva conjunta com membros do Comitê Organizador de Tóquio-2020, do COI e do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês), os dirigentes frisaram a estrutura montada para isolar os atletas que por ventura venham a testar positivo para a covid-19.
Todos os atletas farão testes diários e poderão escolher entre duas janelas, uma às 9 horas e outra às 18 horas (horários locais). Caso o resultado seja positivo ou inconclusivo, o atleta será imediatamente isolado e fará uma contraprova com duas metodologias diferentes. Os resultados neste caso terão prioridade e deverão sair em até 3 horas.
Se o positivo for confirmado, o atleta será transportado para um local onde cumprirá o isolamento e terá o estado de saúde monitorado. O local e o tempo de permanência serão definidos pelas autoridades japonesas de acordo com a gravidade dos sintomas. Serão servidas três refeições por dia, mas o consumo de álcool e cigarros será proibido.
Uma vez no Japão, todos os atletas deverão cumprir os protocolos de prevenção e controle da covid-19. Em caso de desobediência, poderão sofrer as seguintes punições: advertência, retirada provisória ou permanente da credencial, desclassificação dos Jogos e sanção financeira - os valores ainda não foram definidos pela organização.
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