As atletas brasileiras brilharam em Tóquio, fechando os Jogos com o melhor desempenho até agora em todas as Olimpíadas de que participaram. Elas subiram ao pódio em Tóquio nove vezes, ante cinco vezes no Rio, em 2016.
O maior número até agora havia sido em Pequim, nos jogos de 2008, quando levaram sete medalhas para casa.
Rebeca Andrade sorrindo e fazendo sorrir com as duas medalhas que vai levar para a casa. Rayssa Leal com sua primeira, de prata, aos 13 anos. Ana Marcela Cunha com o ouro tão sonhado há tempos. Bia Ferreira conseguindo uma prata inédita no boxe.
E também levaram a maior quantidade de medalhas de ouro para casa: três.
No Rio (2016), Londres (2012) e Pequim (2008), as atletas mulheres haviam conquistado sempre duas medalhas de ouro. Em Pequim, com Mauren Maggi no salto e o vôlei feminino, foram mais ouros que os homens, que levaram apenas um, com o nadador Cesar Cielo.
A ginasta Rebeca Andrade, de 22 anos, levou a medalha de ouro na disputa de salto. Martine Grael, de 30 anos, e Kahena Kunze, também de 30, conquistaram o bicampeonato olímpico na vela. A nadadora Ana Marcela Cunha, de 29 anos, finalmente colocou a medalha olímpica de ouro ao lado das várias medalhas de campeonatos mundiais que já tinha.
Das 21 medalhas com as quais o Brasil volta para casa, 9 foram conquistadas por mulheres ou equipes de mulheres. Esse número representa 41% do total.
A história das mulheres brasileiras nas Olimpíadas começa em 1932, 12 anos depois da estreia do Brasil nos Jogos. Os jogos aconteceram em Los Angeles, nos Estados Unidos. Na época, apenas uma mulher participou. Os homens eram 66.
Aos 17 anos, a paulista Maria Lenk foi a primeira mulher do continente sul-americano a disputar uma edição dos Jogos. Depois de um mês de viagem de navio com a delegação brasileira, ela nadou três provas: 100m livre, 100m costas e 200m peito.
O número de mulheres pulou para 6 nos jogos de Berlim, em 1936. Depois, foi para 11 em Londres, em 1948, mas apenas 5 em Helsinque, em 1952. Durante três Olimpíadas, de 1956 a 1964, novamente, apenas uma mulher participou.
Mas foi só em 1996, em Atlanta, quando 66 mulheres brasileiras foram disputar os Jogos, que elas subiram ao pódio pela primeira vez. Na época, representavam 29% do total de atletas. E levaram 4 das 15 medalhas, 26% do total.
Quatro anos depois, o número de mulheres brasileiras participantes das Olimpíadas aumentou consideravelmente. A partir das Olimpíadas de Sidney, em 2000, as mulheres sempre participariam representando mais de 40% do total.
Foram quase uma centena em Sidney. Naquele ano, viajaram para a Austrália 111 homens e 94 mulheres (46% do total). Elas abocanharam 4 das 12 medalhas vencidas pelo Brasil naquele ano, ou 33%.
Nos Jogos de Atenas em 2004, elas representaram quase metade dos atletas brasileiros: 125 homens e 122 mulheres (49%). Já no quadro de medalhas, conquistaram apenas 2 das 10 (20%).
Em Pequim, quatro anos depois, elas melhoraram o desempenho. Representando 48% do total (133 mulheres e 144 homens), conquistaram 7 de 17 medalhas, ou 41%.
Nos Jogos de Londres em 2012, tiveram desempenho semelhante. Ali, com 123 mulheres (47% do total), as atletas foram responsáveis por 6 das 17 medalhas (35%) do Brasil.
Até chegar no Rio em 2016, edição em que o Brasil teve o maior número de atletas participando dos jogos. Foram 209 mulheres, ou 45% do total de 465. As mulheres levaram 5 das 19 medalhas brasileiras, ou 26%.